Since we brought up Emma Thompson, were bound to (at least) mention Much ado about nothing, one of the most wonderful and adorable movies/plays I've ever seen... (long live Shakespeare!)
Beatrice: (...) Lord, I could not endure a husband with a beard on his face! I had rather lie in the woollen.
Leonato: You may light on a husband that hath no beard.
Beatrice: What should I do with him? Dress him in my apparel and make him my waiting-gentlewoman? He that hath a beard is more than a youth, he that hath no beard is less than a man; and he that is more than a youth is not for me, and he than is less than a man I am not for him: therefore I will even take sixpence in earnest of the beardward and lead his apes into hell.
Leonato: Well then, go you into hell?
Beatrice: No, but to the gate, and there will the Devil meet me like an old cuckold with horns on his head, and say, " Get you to the heaven, Beatrice, get you to the heaven, here's no place for you maids." So deliver I up my apes, and away to Saint Peter, for the heavens; he shows me where the bachelors sit, and there live we as merry as the day is long.
Friday, March 31, 2006
Love actually - The record's crap
A pedido de várias pessoas (...coff coff coff...) - que dizem não se importar, e até gostar - aqui fica mais um momento love actually...
Mikey: So Billy, how do you think the new record compares to your old, classic stuff?
Billy: Oh, come on, Mikey, You know as well as I do the record's crap (laughs). But wouldn't it be great if number one this Christmas wasn't some smug teenager but an old ex-heroin addict searching for a comeback at any price? All those young popsters come Christmas, they'll be stretched out naked with a cute bird balancing on their balls and I'll be stuck in some dingy flat with me manager Joe, ugliest man in the world, fucking miserable because our fucking gamble didn't pay off. So if you believe in Father Christmas, children, like your uncle Billy does, buy my festering turd of a record. And particularly enjoy the incredible crassness of the moment we try to squeeze an extra syllable into the fourth line (laughs).
Mikey: I think you're refering to "If you really love Christmas..."
Billy: "Come on and let it snow" Ouch!
Mikey: So Billy, how do you think the new record compares to your old, classic stuff?
Billy: Oh, come on, Mikey, You know as well as I do the record's crap (laughs). But wouldn't it be great if number one this Christmas wasn't some smug teenager but an old ex-heroin addict searching for a comeback at any price? All those young popsters come Christmas, they'll be stretched out naked with a cute bird balancing on their balls and I'll be stuck in some dingy flat with me manager Joe, ugliest man in the world, fucking miserable because our fucking gamble didn't pay off. So if you believe in Father Christmas, children, like your uncle Billy does, buy my festering turd of a record. And particularly enjoy the incredible crassness of the moment we try to squeeze an extra syllable into the fourth line (laughs).
Mikey: I think you're refering to "If you really love Christmas..."
Billy: "Come on and let it snow" Ouch!
Love actually - My horrid son
Daniel: And now he spends all the time in his bedroom. I mean, he'll be up there now.
Karen: There's nothing unsual about that. My horrid son...
Daniel: Bernard
Karen: Bernard. Stays in his room all the time... Thank goodness...
Karen: There's nothing unsual about that. My horrid son...
Daniel: Bernard
Karen: Bernard. Stays in his room all the time... Thank goodness...
The one and only - Emma Thompson (AVÉ! AVÉ! AVÉ!)
Wednesday, March 29, 2006
A Débil
Eu, que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te, sempre, recatada,
Numa existência honesta, de cristal.
Sentado à mesa dum café devasso,
Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura,
Nesta Babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.
E, quando socorreste um miserável,
Eu, que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto,
Que me tornas prestante, bom, saudável.
"Ela aí vem!" disse eu para os demais;
E pus-me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.
Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, - talvez não o suspeites! -
Esse vestido simples, sem enfeites
Nessa cintura tenra, imaculada.
Ia passando, a quatro, o patriarca.
Trsite eu saí. Doía-me a cabeça.
Uma turba ruidosa, negra, espessa,
Voltava as exéquias dum monarca.
Adorável! Tu muito natural,
Seguias a pensar no teu bordado;
Avultava, num largo arborizado,
Uma estátua de rei num pedestal.
Sorriam, nos seus trens, os titulares;
E ao claro sol, guardava-te, no entanto,
A tua boa mãe, que te ama tanto,
Que não te morrerá sem te casares!
Soberbo dia! Impunham-me respeito
A limpidez do teu semblante grego;
E uma família, um ninho de sossego,
Desejava beijar sobre o teu peito.
Com elegância e sem ostentação,
Atravessavas branca, esbelta e fina,
Uma chusma de padres de batina,
E altos funcionários da nação.
"Mas se a atropela o povo turbulento!
Se fosse, por acaso, ali pisada!"
De repente, paraste embaraçada
Ao pé de um numeroso ajuntamento.
E eu, que urdia estes fáceis esbocetos,
Julguei ver, com a vista de poeta,
Uma pombinha tímida e quieta
Num bando ameaçador de corvos pretos.
E foi, então, que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
A ti que és ténue, dócil, recolhida,
Eu que sou hábil, prático, viril.
Cesário Verde
Um dos, senão o meu preferido de Cesário Verde. Se parece bonito aqui, deviam ver analisado numa aula... É uma pena não ter mais disto agora (as meninas de português ainda me vão cair em cima por causa disto!). Mas é verdade, já com as obras acontece a mesma coisa. Claro que é uma chatice do pior ter que ler um livro por obrigação e com data limite, mas a maioria das vezes é fantástico aprofundar e/ou redescobrir a obra em questão...
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te, sempre, recatada,
Numa existência honesta, de cristal.
Sentado à mesa dum café devasso,
Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura,
Nesta Babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.
E, quando socorreste um miserável,
Eu, que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto,
Que me tornas prestante, bom, saudável.
"Ela aí vem!" disse eu para os demais;
E pus-me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.
Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, - talvez não o suspeites! -
Esse vestido simples, sem enfeites
Nessa cintura tenra, imaculada.
Ia passando, a quatro, o patriarca.
Trsite eu saí. Doía-me a cabeça.
Uma turba ruidosa, negra, espessa,
Voltava as exéquias dum monarca.
Adorável! Tu muito natural,
Seguias a pensar no teu bordado;
Avultava, num largo arborizado,
Uma estátua de rei num pedestal.
Sorriam, nos seus trens, os titulares;
E ao claro sol, guardava-te, no entanto,
A tua boa mãe, que te ama tanto,
Que não te morrerá sem te casares!
Soberbo dia! Impunham-me respeito
A limpidez do teu semblante grego;
E uma família, um ninho de sossego,
Desejava beijar sobre o teu peito.
Com elegância e sem ostentação,
Atravessavas branca, esbelta e fina,
Uma chusma de padres de batina,
E altos funcionários da nação.
"Mas se a atropela o povo turbulento!
Se fosse, por acaso, ali pisada!"
De repente, paraste embaraçada
Ao pé de um numeroso ajuntamento.
E eu, que urdia estes fáceis esbocetos,
Julguei ver, com a vista de poeta,
Uma pombinha tímida e quieta
Num bando ameaçador de corvos pretos.
E foi, então, que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
A ti que és ténue, dócil, recolhida,
Eu que sou hábil, prático, viril.
Cesário Verde
Um dos, senão o meu preferido de Cesário Verde. Se parece bonito aqui, deviam ver analisado numa aula... É uma pena não ter mais disto agora (as meninas de português ainda me vão cair em cima por causa disto!). Mas é verdade, já com as obras acontece a mesma coisa. Claro que é uma chatice do pior ter que ler um livro por obrigação e com data limite, mas a maioria das vezes é fantástico aprofundar e/ou redescobrir a obra em questão...
Tuesday, March 28, 2006
Love actually - Total agony
Daniel: So, what's the problem, Samuel? Is it just Mum or is it something else, huh? Maybe school? Are you being bullied? Or is it something worse? Can you give me any clues at all?
Sam: You really want to know?
Daniel: I really want to know.
Sam: Even though you won't be able to help?
Daniel: Even if that's the case, yeah.
Sam:Oh, well... truth is, actually... I'm in love.
Daniel: Sorry?
Sam: I know I should be thinking about Mum all the time and I am, but the truth is I'm in love. I was before she died, there's nothing I can do about it.
Daniel: Aren't you a bit young to be in love?
Sam: No...
Daniel: Ah, well...Oh, well... I'm a little relieved.
Sam: Why?
Daniel: Because I... thought it'd be something worse.
Sam: Worse than the total agony of being in love?
Daniel: Er... no, you're right. Total agony.
Não consigo evitar este momento do filme. Aliás, citações deste filme são mais que muitas. Com o tempo muitas delas caberão no blog (por agora não coloco já todas, não quero inundar o "mercado"). Este filme é do mais quotable que há!...
Sam: You really want to know?
Daniel: I really want to know.
Sam: Even though you won't be able to help?
Daniel: Even if that's the case, yeah.
Sam:Oh, well... truth is, actually... I'm in love.
Daniel: Sorry?
Sam: I know I should be thinking about Mum all the time and I am, but the truth is I'm in love. I was before she died, there's nothing I can do about it.
Daniel: Aren't you a bit young to be in love?
Sam: No...
Daniel: Ah, well...Oh, well... I'm a little relieved.
Sam: Why?
Daniel: Because I... thought it'd be something worse.
Sam: Worse than the total agony of being in love?
Daniel: Er... no, you're right. Total agony.
Não consigo evitar este momento do filme. Aliás, citações deste filme são mais que muitas. Com o tempo muitas delas caberão no blog (por agora não coloco já todas, não quero inundar o "mercado"). Este filme é do mais quotable que há!...
3 meses de antena
Já lá vão quase três meses desde que criei o blog. Desde então já escrevi 28 posts (quer dizer, nem todos, alguns, como dá para ver, são apenas "coisas" que acho piada). Logo apartir do segundo dia estava instalada a blogmania (quase já não lembro como era a vida antes do blog).
É estranho, mas o blog faz-me sentir mais... "equilibrada"... Há cerca de sete anos que tinha diários, mas não é (nada) a mesma coisa (primeiro porque isto não é os Morangos com Açúcar). Escrevia e sentia-me melhor... mas por vezes... faltava qualquer coisa... - feedback, provalvemente. O simples facto de ter "audiência" (hopefully). Já muitas vezes pensei mostrar partes selecionadas dos diários, mas claro, muito dificilmente o faria. Medo. Medo de que alguém se aventurasse por páginas inexploradas...
Agora é mais simples. Basta escrever e esperar por comentários (quase como quem coloca um bolo no forno). E quando quiser que um alguém específico veja algo meu, basta-me dizer: "Olha, quando puderes vai ao meu blog!". Sem stress. Sem parecer melga ou piegas (hopefully again).
Cada vez sinto que tenho menos segredos (e isso é bom). Assim vou matando cada vez mais, e de vez, a coitada da adolescente incompreendida (blegh!... de cada vez que me lembro que fui assim...). Torno-me mais comunicativa, mais harmoniosa...
O blog foi mais uma conquista...
É estranho, mas o blog faz-me sentir mais... "equilibrada"... Há cerca de sete anos que tinha diários, mas não é (nada) a mesma coisa (primeiro porque isto não é os Morangos com Açúcar). Escrevia e sentia-me melhor... mas por vezes... faltava qualquer coisa... - feedback, provalvemente. O simples facto de ter "audiência" (hopefully). Já muitas vezes pensei mostrar partes selecionadas dos diários, mas claro, muito dificilmente o faria. Medo. Medo de que alguém se aventurasse por páginas inexploradas...
Agora é mais simples. Basta escrever e esperar por comentários (quase como quem coloca um bolo no forno). E quando quiser que um alguém específico veja algo meu, basta-me dizer: "Olha, quando puderes vai ao meu blog!". Sem stress. Sem parecer melga ou piegas (hopefully again).
Cada vez sinto que tenho menos segredos (e isso é bom). Assim vou matando cada vez mais, e de vez, a coitada da adolescente incompreendida (blegh!... de cada vez que me lembro que fui assim...). Torno-me mais comunicativa, mais harmoniosa...
O blog foi mais uma conquista...
Monday, March 27, 2006
Love actually - presidential speech
Whenever I get gloomy with the state of the world I think about the arrivals gate at Heathrow airport. General opinion started to make out that we live in a world of hatred and greed, but I don't see that. Seems to me that love is everywhere. Often it's not particularly dignified or newsworthy but it's always there. Fathers and sons, mothers and daughters, husbands and wives, boyfriends, girlfriends, old friends. When the planes hit the Twin Towers, as far as I know, none of the phone calls from the people on board were messages of hate or revenge, they were all messages of love. If you look for it, I've got a sneaky feeling you'll find that love actually is all around.
N.B: Avé Richard Curtis (realizador)
N.B: Avé Richard Curtis (realizador)
Thursday, March 23, 2006
Por causa do post da Mary
Algures em oito anos de E.M.R.C. (Educação Moral Religiosa e Católica - sim, era obrigatório no meu colégio) lembro-me de aprender que as pessoas são como espelhos.
(Pessoas-espelho, como dizia a sancie.)
Tudo começava (se bem me lembro) na questão da personalidade e da relação com os outros. Como seriamos capazes de percepcionar a nossa personalidade se estivessemos isolados? Quer dizer, como poderiamos afirmar ser simpáticos, compreensivos, engraçados, unhas-de-fome, irónicos, (etc...) estando privados de contacto humano? (É quase como rever a Alegoria da Caverna).
É no contacto com o outro que nos descobrimos. O outro funciona para nós como um espelho. Pessoas-espelho. Somos diferentes consoante as nossas companhias porque elas desencadeiam em nós um feedback diferente.
(Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és...)
Não são só os acontecimentos e circunstâncias que nos moldelam, mas também os nossos pares. De certa forma somos como barro nas mãos de quem nos pega. (Afinal, não é de argila que a Bíblia (e várias lendas acerca da criação humana) diz(em) que somos feitos?)
Mas será esta inconsistência da personalidade humana assim tão má? No fim de contas é apenas mais um dos nossos mecanismos de adaptação ao meio, uma forma de nos encaixarmos nas várias áreas da nossa vida... enfim...
Filosofias e psicologias à parte, quem poderá dizer que não sabe bem (mesmo bem) reinventarmo-nos...
(The picture of Dorian Gray tinha uma boa citação para colocar aqui... mas essa obra é um mar de citações (just so quotable, outra vez como diz a sancie), sei lá onde anda a que eu quero...)
(Voltando bem lá para trás - ) Convosco descubro-me uma pessoa que não me sabia capaz de ser. Alcanço metas que antes não pensava (poder/querer) alcançar. Quem me vê aqui não sabe o que o/a espera comigo noutras paragens...
Enfim... Todo este post lamechas da treta por causa do post da Mary, e da Sancie, e da Marina, e da Xary, e de tantos outros. Porque algumas das melhores coisas que já escrevi estão nos comentários que vos faço. Não vêem exclusivamente de mim, mas são a minha reacção às vossas posturas, conjecturas, pensamentos e opiniões...
Se quiserem algo menos piegas, digamos apenas que vocês fazem-me pensar...
As pessoas são como espelhos...
(Pessoas-espelho, como dizia a sancie.)
Tudo começava (se bem me lembro) na questão da personalidade e da relação com os outros. Como seriamos capazes de percepcionar a nossa personalidade se estivessemos isolados? Quer dizer, como poderiamos afirmar ser simpáticos, compreensivos, engraçados, unhas-de-fome, irónicos, (etc...) estando privados de contacto humano? (É quase como rever a Alegoria da Caverna).
É no contacto com o outro que nos descobrimos. O outro funciona para nós como um espelho. Pessoas-espelho. Somos diferentes consoante as nossas companhias porque elas desencadeiam em nós um feedback diferente.
(Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és...)
Não são só os acontecimentos e circunstâncias que nos moldelam, mas também os nossos pares. De certa forma somos como barro nas mãos de quem nos pega. (Afinal, não é de argila que a Bíblia (e várias lendas acerca da criação humana) diz(em) que somos feitos?)
Mas será esta inconsistência da personalidade humana assim tão má? No fim de contas é apenas mais um dos nossos mecanismos de adaptação ao meio, uma forma de nos encaixarmos nas várias áreas da nossa vida... enfim...
Filosofias e psicologias à parte, quem poderá dizer que não sabe bem (mesmo bem) reinventarmo-nos...
(The picture of Dorian Gray tinha uma boa citação para colocar aqui... mas essa obra é um mar de citações (just so quotable, outra vez como diz a sancie), sei lá onde anda a que eu quero...)
(Voltando bem lá para trás - ) Convosco descubro-me uma pessoa que não me sabia capaz de ser. Alcanço metas que antes não pensava (poder/querer) alcançar. Quem me vê aqui não sabe o que o/a espera comigo noutras paragens...
Enfim... Todo este post lamechas da treta por causa do post da Mary, e da Sancie, e da Marina, e da Xary, e de tantos outros. Porque algumas das melhores coisas que já escrevi estão nos comentários que vos faço. Não vêem exclusivamente de mim, mas são a minha reacção às vossas posturas, conjecturas, pensamentos e opiniões...
Se quiserem algo menos piegas, digamos apenas que vocês fazem-me pensar...
As pessoas são como espelhos...
Wednesday, March 22, 2006
Corações ao alto
Há muitos tipos de corações. Há corações pequenos e tímidos, há corações grandes e abertos, há corações onde é preciso meter requerimentos de papel azul e selo de garantia para abrirem as portas, e outros, cheios de janelas, frescos e arejados. Há corações com trancas, segredos e sistema de alarme que são como cofres de bancos. Corações sombrios e desconfiados, com fechaduras secretas e portas falsas. Corações que parecem simples, mas quando se entra lá dentro, espera-nos o mais perverso dos labirintos. E há corações que são como jardins públicos, onde pessoas de todas as idades podem entrar e descançar. Há corações que são como casas antigas, cheios de mistérios e fantasmas, com jardins secretos e sótãos poeirentos, carregados de memórias e recordações e há corações simples e fáceis de conhecer, descontraídos e leves, sempre em férias como tendas de campismo. Há corações viajantes, temerários e corajosos, como barcos à vela que nos parecem bonitos ao longe, mas que nos deixam sempre na boca o sabor amargo de nunca os conseguirmos abarcar... Há corações missionários, despojados e enormes. Há corações que são paquetes de luxo, onde o requinte é a palavra-chave para baterem... Há corações que são como borboletas e voam de um lado para o outro sem parar, numa pressa ansiosa de viver tudo antes que a vida se acabe...
Há corações que são como os elefantes do Zoo, muito grandes, pacíficos e passivos que aceitam viver limitados pelos outros e que até tocam o sino se os tratarmos bem e lhes dermos mimos e corações aventureiros, sempre prontos para partir em difíceis expedições e se ultrapassarem a si mesmos. Há corações rebeldes e selvagens que não suportam laços nem correntes, corações predadores que só sobrevivem se caçarem outros corações, que correm tão depressa como chitas e matam como leoas, e depois há os corações gnus, que sabem que vão ser caçados mas não fogem ao seu destino...
Há corações que são como rosas, caprichosos e cheios de espinhos e outros que são campaínhas, simplórios e carentes sempre a chamar por afecto. Há corações que são como girassóis, rodando as suas paixões ao sabor do brilho e da glória e corações como batata-doce, que só crescem e se alimentam se estiverem bem guardados e escondidos debaixo da terra.
Há corações que são como pianos, altivos e majestosos onde só tocam os que possuem a arte de bem seduzir. E corações como harpas, onde uma simples festa provoca uma sinfonia...
Há corações incondicionais que vivem tão maravilhados em descobrir a grandeza de outros corações que às vezes se esquecem de si próprios. Há corações estrategas, que batem ao ritmo de esquemas e planos, corações transgressores que vivem para amar clandestinamente e só sabem desejar o proibido e corações conservadores, que só se entregam quando tudo é de acordo com os seus padrões e valores.
Há corações a motor, que vivem só para o trabalho e corações poetas que só se alimentam de sonhos e ilusões. Há corações teatrais, para quem a vida é uma comédia ou uma tragédia, e corações cinéfilos, que registam a beleza de cada momento em frames de paixão...
Há corações duros como aço, sem arritmias, onde nada risca e faz mossa e corações de plasticina que se moldam às formas dos corações de amam. Há corações de papel, bonitos e frágeis que se amachucam facilmente e desbotam à primeira lágrima, há corações de vidro que quando se estilhaçam nunca mais se recompõem e corações de porcelana que depois de se partirem ainda sabem colar os destroços e começar de novo.
Há corações orientais, espiritualizados e serenos e corações ocidentais hedonistas e ambiciosos, corações britânicos onde tudo é meticulosamente arrumado segundo costumes e convenções e corações latinos, que batem ao som da paixão e da loucura.
Há corações de uma só porta que são como grandes casas de família e outros de duas portas, uma para a sociedade e outra para a intimidade. Há corações que são como conventos, silenciosos e enclausurados e outros que são como hóteis, onde se paga o amor sem amor, escandalosos e promíscuos. Há corações parasitas, que vivem do afecto dos outros sem nada dar e corações dadores que só são felizes na entrega.
Mas há ainda uma outra espécie de corações, os corações hospedeiros, que sabem receber e fazer sentir os outros corações como se estivessem em casa, que dão e aceitam amor sem se fixarem, que tratam cada passageiro como se fosse o último, enquanto procuram o seu coração gémeo, sempre na esperança secreta e nunca perdida de um dia deixarem de viajar e sossegarem para a vida.
Margarida Rebelo Pinto
Odeio-a no que respeita a romances, como dizem as minhas tias aquilo é tudo uma pessegada! No entanto adoro esta crónica...
Há corações que são como os elefantes do Zoo, muito grandes, pacíficos e passivos que aceitam viver limitados pelos outros e que até tocam o sino se os tratarmos bem e lhes dermos mimos e corações aventureiros, sempre prontos para partir em difíceis expedições e se ultrapassarem a si mesmos. Há corações rebeldes e selvagens que não suportam laços nem correntes, corações predadores que só sobrevivem se caçarem outros corações, que correm tão depressa como chitas e matam como leoas, e depois há os corações gnus, que sabem que vão ser caçados mas não fogem ao seu destino...
Há corações que são como rosas, caprichosos e cheios de espinhos e outros que são campaínhas, simplórios e carentes sempre a chamar por afecto. Há corações que são como girassóis, rodando as suas paixões ao sabor do brilho e da glória e corações como batata-doce, que só crescem e se alimentam se estiverem bem guardados e escondidos debaixo da terra.
Há corações que são como pianos, altivos e majestosos onde só tocam os que possuem a arte de bem seduzir. E corações como harpas, onde uma simples festa provoca uma sinfonia...
Há corações incondicionais que vivem tão maravilhados em descobrir a grandeza de outros corações que às vezes se esquecem de si próprios. Há corações estrategas, que batem ao ritmo de esquemas e planos, corações transgressores que vivem para amar clandestinamente e só sabem desejar o proibido e corações conservadores, que só se entregam quando tudo é de acordo com os seus padrões e valores.
Há corações a motor, que vivem só para o trabalho e corações poetas que só se alimentam de sonhos e ilusões. Há corações teatrais, para quem a vida é uma comédia ou uma tragédia, e corações cinéfilos, que registam a beleza de cada momento em frames de paixão...
Há corações duros como aço, sem arritmias, onde nada risca e faz mossa e corações de plasticina que se moldam às formas dos corações de amam. Há corações de papel, bonitos e frágeis que se amachucam facilmente e desbotam à primeira lágrima, há corações de vidro que quando se estilhaçam nunca mais se recompõem e corações de porcelana que depois de se partirem ainda sabem colar os destroços e começar de novo.
Há corações orientais, espiritualizados e serenos e corações ocidentais hedonistas e ambiciosos, corações britânicos onde tudo é meticulosamente arrumado segundo costumes e convenções e corações latinos, que batem ao som da paixão e da loucura.
Há corações de uma só porta que são como grandes casas de família e outros de duas portas, uma para a sociedade e outra para a intimidade. Há corações que são como conventos, silenciosos e enclausurados e outros que são como hóteis, onde se paga o amor sem amor, escandalosos e promíscuos. Há corações parasitas, que vivem do afecto dos outros sem nada dar e corações dadores que só são felizes na entrega.
Mas há ainda uma outra espécie de corações, os corações hospedeiros, que sabem receber e fazer sentir os outros corações como se estivessem em casa, que dão e aceitam amor sem se fixarem, que tratam cada passageiro como se fosse o último, enquanto procuram o seu coração gémeo, sempre na esperança secreta e nunca perdida de um dia deixarem de viajar e sossegarem para a vida.
Margarida Rebelo Pinto
Odeio-a no que respeita a romances, como dizem as minhas tias aquilo é tudo uma pessegada! No entanto adoro esta crónica...
Sunday, March 19, 2006
You've got mail
Frank: What about you? Is there someone else?
Kathleen: No... but there's the dream of someone else...
Mais uma das razões por que adoro este filme...
Kathleen: No... but there's the dream of someone else...
Mais uma das razões por que adoro este filme...
Meu Michael
Ele é o meu Eddie Vedder, a minha Celine Dion, o meu mais-que-tudo musical - Michael Bublé... o que haverá para não gostar? A voz, a interpretação capaz de tornar músicas tão "batidas" em algo fresco e pessoal, a postura em público, o sorriso à puto, a capacidade de ser espontâneo e autêntico, de reinventar clássicos musicais, de os resgatar de uma época e devolvê-los ao mundo moderno... Michael Bublé...
Finalmente, um cantor de (grande) qualidade que eu posso chamar MEU! Meu sim senhor! Já estou farta de ouvir por aí pessoal a dizer "Ah e tal, o meu ... (nome de cantor)" ou "Ah e tal, o meu ... (nome de actor)"... Se o direito de posse recai sobre aquele que descobre primeiro, então mais uma vez é meu! Já lá vão mais de dois anos! E foi por acaso. Fiz o download errado, e exclamei: "Ah e tal, que chatice! Bom, pelo menos vamos lá ouvir isto antes de apagar." E pronto. Depois a reacção foi fulminante e irremediável. Qual errado, qual quê?? Foi providência divina, isso sim! Adoro-o... Também, um homem que no final de um concerto diz: "I'll miss you till I see you again" - what's not to love?????????
Meu Michael...
Finalmente, um cantor de (grande) qualidade que eu posso chamar MEU! Meu sim senhor! Já estou farta de ouvir por aí pessoal a dizer "Ah e tal, o meu ... (nome de cantor)" ou "Ah e tal, o meu ... (nome de actor)"... Se o direito de posse recai sobre aquele que descobre primeiro, então mais uma vez é meu! Já lá vão mais de dois anos! E foi por acaso. Fiz o download errado, e exclamei: "Ah e tal, que chatice! Bom, pelo menos vamos lá ouvir isto antes de apagar." E pronto. Depois a reacção foi fulminante e irremediável. Qual errado, qual quê?? Foi providência divina, isso sim! Adoro-o... Também, um homem que no final de um concerto diz: "I'll miss you till I see you again" - what's not to love?????????
Meu Michael...
Tributo ao pai
Lembro-me:
- das festas de aniversário (com a piñata do palhaço) que me organizavas
- de te acordar todos os sábados de manhã para perguntar se podia ir ver os desenhos animados
- de me deixares na secção dos livros no Carrefour enquanto tu fazias as compras
- de aprender a fazer cópias de VHS
- de adormecer na tua barriga durante os jogos de futebol
- das bricolages em que me chamavas (chamas) "lenta" e "desajeitada"
- de no Verão me lançares para dentro de água e de me levares ao colo na parte das algas
- da tua voz quando me contavas histórias para adormecer
- da tua cara quando eu cortei o meu próprio cabelo
- de andares às voltas no parque de estacionamento quando eu tinha mais facilidade em adormecer no carro, lembro-me até de ouvir Rui Veloso, já de olhos fechados.
- de montares a árvore de Natal para eu depois decorar
- de me ensinares a atar os atacadores
- de gritares comigo porque iamos chegar atrasados
- de quando eu ficava doente e fingia uns coff coffs a mais só para chamar (subilmente) a tua atenção
- de me ires buscar aos bares às três da manhã e perguntares bem-disposto q.b. (como se não te tivesses levantado de propósito): "Quantos são para dar boleia?"
- de me ensinares a salsar (mais uma vez obrigado, porque eu ao princípio não queria e agora é o que se vê...)
- ...
Toda a minha vida tens sido sempre espectacular, afectuoso e interessado e embora eu nem sempre reconheça (não quero despertar pieguice), apesar dos pesares (porque todos os temos), és um pai à maneira. E não sou só eu que o digo - é a opinião consensual de inúmeras pessoas extremamente diferentes. Ok, já estou a estragar o post, é melhor parar...
Bottom line: tu tás "lá"... You're "the man"...
Feliz dia do pai...
- das festas de aniversário (com a piñata do palhaço) que me organizavas
- de te acordar todos os sábados de manhã para perguntar se podia ir ver os desenhos animados
- de me deixares na secção dos livros no Carrefour enquanto tu fazias as compras
- de aprender a fazer cópias de VHS
- de adormecer na tua barriga durante os jogos de futebol
- das bricolages em que me chamavas (chamas) "lenta" e "desajeitada"
- de no Verão me lançares para dentro de água e de me levares ao colo na parte das algas
- da tua voz quando me contavas histórias para adormecer
- da tua cara quando eu cortei o meu próprio cabelo
- de andares às voltas no parque de estacionamento quando eu tinha mais facilidade em adormecer no carro, lembro-me até de ouvir Rui Veloso, já de olhos fechados.
- de montares a árvore de Natal para eu depois decorar
- de me ensinares a atar os atacadores
- de gritares comigo porque iamos chegar atrasados
- de quando eu ficava doente e fingia uns coff coffs a mais só para chamar (subilmente) a tua atenção
- de me ires buscar aos bares às três da manhã e perguntares bem-disposto q.b. (como se não te tivesses levantado de propósito): "Quantos são para dar boleia?"
- de me ensinares a salsar (mais uma vez obrigado, porque eu ao princípio não queria e agora é o que se vê...)
- ...
Toda a minha vida tens sido sempre espectacular, afectuoso e interessado e embora eu nem sempre reconheça (não quero despertar pieguice), apesar dos pesares (porque todos os temos), és um pai à maneira. E não sou só eu que o digo - é a opinião consensual de inúmeras pessoas extremamente diferentes. Ok, já estou a estragar o post, é melhor parar...
Bottom line: tu tás "lá"... You're "the man"...
Feliz dia do pai...
Saturday, March 18, 2006
Chuva...
Fui ao cinema (outra vez). Saí toda lampeira sem casaco para a chuva, ou chapéu. Tinha pressa, e depois podia não estar a chover quando saísse. Lixei-me. Estava mesmo. Bem, como tinha tempo para mariquices de ficar à espera que parasse de chover, olha, paciência, lá fui eu na mesma. Mala molhada. Roupa molhada. Óculos embaciados. Chão escorregadio e a descer.
Dois minutos depois fartei-me. Que raio - chuva molha mas não mata! Já que estou molhada, mais vale aproveitar! Desprendi o cabelo e tirei o casaco. Vamos lá apanhar uma molha como deve ser! Há quem diga que banho de chuva limpa a alma... (é provável...) Foi bom. Pena não ter passado por nenhuma poça de água... Ri-me sozinha e as pessoas olhavam para mim como se fosse um ser do outro mundo (nesta altura bem que podia andar com o BI pendurado ao pescoço que continuariam a pensar que ainda ando na escola).
Carpe diem, minha gente... e depois, para o resto há SKIP!
Caramba!, já me tinha sentido como sabe bem. Chegar a casa ensopada e a fungar. Colocar a roupa no aquecedor, tomar um banho de imersão (bolas e mais bolas de sabão!). Vestir o pijama como se já não devesse nada à produtividade. Acabou, loja fechada por hoje. Enrolar-me na minha manta e aninhar-me no sofá a ver televisão... Chá (outra vez) e torradas na mesinha. Sabe a Inverno. Viro-me para o lado e durmo. Ali mesmo, no sofá (onde é proibido). Lá fora ainda chove. E o mundo continua. E eu durmo. Lá fora há pessoas com chapéu, pessoas sem chapéu mas com jornais, pessoas que correm, outras escorregam, outras saltitam na esperança manter a velocidade sem escorregar. Aqui de cima é como observar uma quinta de formigas atarefadas.
Zapping até ao Cartoon Network... Hoje a criança que abre as prendas de Natal debaixo da árvore tomou posse de mim. E eu deixo-me ir sem resistência. Porque não? Amanhã logo amanhecerei em mim novamente...
Chove lá fora...
Dois minutos depois fartei-me. Que raio - chuva molha mas não mata! Já que estou molhada, mais vale aproveitar! Desprendi o cabelo e tirei o casaco. Vamos lá apanhar uma molha como deve ser! Há quem diga que banho de chuva limpa a alma... (é provável...) Foi bom. Pena não ter passado por nenhuma poça de água... Ri-me sozinha e as pessoas olhavam para mim como se fosse um ser do outro mundo (nesta altura bem que podia andar com o BI pendurado ao pescoço que continuariam a pensar que ainda ando na escola).
Carpe diem, minha gente... e depois, para o resto há SKIP!
Caramba!, já me tinha sentido como sabe bem. Chegar a casa ensopada e a fungar. Colocar a roupa no aquecedor, tomar um banho de imersão (bolas e mais bolas de sabão!). Vestir o pijama como se já não devesse nada à produtividade. Acabou, loja fechada por hoje. Enrolar-me na minha manta e aninhar-me no sofá a ver televisão... Chá (outra vez) e torradas na mesinha. Sabe a Inverno. Viro-me para o lado e durmo. Ali mesmo, no sofá (onde é proibido). Lá fora ainda chove. E o mundo continua. E eu durmo. Lá fora há pessoas com chapéu, pessoas sem chapéu mas com jornais, pessoas que correm, outras escorregam, outras saltitam na esperança manter a velocidade sem escorregar. Aqui de cima é como observar uma quinta de formigas atarefadas.
Zapping até ao Cartoon Network... Hoje a criança que abre as prendas de Natal debaixo da árvore tomou posse de mim. E eu deixo-me ir sem resistência. Porque não? Amanhã logo amanhecerei em mim novamente...
Chove lá fora...
Pensei morrer
Pensei morrer, senti de perto o frio,
e de quanto vivi só a ti eu deixava:
tua boca era o meu dia e minha morte terrestres
e tua pele a república fundada por meus beijos.
Nesse instante acabaram os livros,
a amizade, os tesouros sem trégua acumulados,
a casa transparente que tu e eu construímos:
tudo deixou de ser, menos os teus olhos.
Porque o amor, enquanto a vida nos acossa,
é simplesmente uma onda alta sobre as ondas
mas ai quando a morte nos vem tocar à porta
só existe teu olhar para tanto vazio,
só a tua claridade para não seguir sendo,
somente o teu amor para encerrar a sombra.
Pablo Neruda
Não sou fã de poesia traduzida, mas enfim... adoro o poema...
e de quanto vivi só a ti eu deixava:
tua boca era o meu dia e minha morte terrestres
e tua pele a república fundada por meus beijos.
Nesse instante acabaram os livros,
a amizade, os tesouros sem trégua acumulados,
a casa transparente que tu e eu construímos:
tudo deixou de ser, menos os teus olhos.
Porque o amor, enquanto a vida nos acossa,
é simplesmente uma onda alta sobre as ondas
mas ai quando a morte nos vem tocar à porta
só existe teu olhar para tanto vazio,
só a tua claridade para não seguir sendo,
somente o teu amor para encerrar a sombra.
Pablo Neruda
Não sou fã de poesia traduzida, mas enfim... adoro o poema...
Sunday, March 12, 2006
Saturday, March 11, 2006
Pensamentos de noites calmas
Contextualização: Resolvi coleccionar as tiras da Cathy (ainda por cima na net são a cores!). Ao fim de algumas horas já tinha cerca de três anos de tiras diárias. Tão cedo não volto a tirar mais nada! Bom, o certo é que tanta Cathy deu-me a volta à cabeça!
Veio-me aquela saudade das noites em que ficava a ler os livros da Cathy na minha cama, antes de adormecer. E mais - voltou aquela ansiedade pelo futuro. Casa própria. Relacionamentos pseudo-sérios. Emprego. Tudo o que tenho neste momento são sonhos e conjecturas.
Esta é supostamente a "idade de ouro" das nossas vidas (quem é que nunca ouviu este discurso?)... Passamos metade da nossa vida a querer andar para a frente e a outra metade a tentar regressar...
Mas até que faz sentido - temos tanto para viver agora, tanto à nossa frente, infinitas possibilidades que nos sorriem..., que queremos é desbravar caminho, descobrir o que a vida nos reserva. E quando "lá" chegamos, satisfeita a nossa curiosidade, apetece-nos voltar para trás.
É como os sábados de manhã quando era criança. Levantava-me cedo para ver os desenhos animados e quando acabavam (ainda antes da hora de almoço) ao regressar ao meu quarto dava com a cama feita. Queria sempre voltar lá para dentro mas a minha tia nunca me deixava...
Assim é tudo na vida - nunca estamos satisfeitos e vivemos de contradições.
Adoro o meu quarto, como um castor que constrói o seu dique um tronco de cada vez. É o meu próprio universo privativo. O meu casulo com o céu pintado por dentro! (e com um candeeiro novo!)
No entanto, quantas vezes não desenhei, planeei e revi a MINHA casa até ao mais infimo promenor?... Se é verdade que a nossa mente funciona como um computador, a minha criou uma (grande) pasta acerca de imobiliário, mobília e decoração. Notas que são feitas diária e automaticamente. Programas do People and Arts, catálogos da Moviflor e do IKEA (por muito irritantes que sejam), livros da Cathy,...
Anseeio por sair, não por me sentir mal, mas por desejar ter algo meu - meu não só no sentido materialista de possuir, mas sobretudo no sentido de construir algo sozinha. Um castelo de areia construído na pedra, longe das ondas.
Ao mesmo tempo, tenho medo. Medo? Não. Não é bem medo, é mais pena. Pena de deixar o meu casulo que tanto trabalho me deu. Pena sobretudo de deixar a minha familia. De não poder beijar o meu irmão quando me apetecer, ou de chatear o meu pai com os meus pensamentos descoordenados... Bom, ainda faltam alguns anos... Enquanto não acabar o curso tenho uma garantia de que não é amanhã...
Enfim...
Pensamentos de noites calmas e canecas de chá...
Veio-me aquela saudade das noites em que ficava a ler os livros da Cathy na minha cama, antes de adormecer. E mais - voltou aquela ansiedade pelo futuro. Casa própria. Relacionamentos pseudo-sérios. Emprego. Tudo o que tenho neste momento são sonhos e conjecturas.
Esta é supostamente a "idade de ouro" das nossas vidas (quem é que nunca ouviu este discurso?)... Passamos metade da nossa vida a querer andar para a frente e a outra metade a tentar regressar...
Mas até que faz sentido - temos tanto para viver agora, tanto à nossa frente, infinitas possibilidades que nos sorriem..., que queremos é desbravar caminho, descobrir o que a vida nos reserva. E quando "lá" chegamos, satisfeita a nossa curiosidade, apetece-nos voltar para trás.
É como os sábados de manhã quando era criança. Levantava-me cedo para ver os desenhos animados e quando acabavam (ainda antes da hora de almoço) ao regressar ao meu quarto dava com a cama feita. Queria sempre voltar lá para dentro mas a minha tia nunca me deixava...
Assim é tudo na vida - nunca estamos satisfeitos e vivemos de contradições.
Adoro o meu quarto, como um castor que constrói o seu dique um tronco de cada vez. É o meu próprio universo privativo. O meu casulo com o céu pintado por dentro! (e com um candeeiro novo!)
No entanto, quantas vezes não desenhei, planeei e revi a MINHA casa até ao mais infimo promenor?... Se é verdade que a nossa mente funciona como um computador, a minha criou uma (grande) pasta acerca de imobiliário, mobília e decoração. Notas que são feitas diária e automaticamente. Programas do People and Arts, catálogos da Moviflor e do IKEA (por muito irritantes que sejam), livros da Cathy,...
Anseeio por sair, não por me sentir mal, mas por desejar ter algo meu - meu não só no sentido materialista de possuir, mas sobretudo no sentido de construir algo sozinha. Um castelo de areia construído na pedra, longe das ondas.
Ao mesmo tempo, tenho medo. Medo? Não. Não é bem medo, é mais pena. Pena de deixar o meu casulo que tanto trabalho me deu. Pena sobretudo de deixar a minha familia. De não poder beijar o meu irmão quando me apetecer, ou de chatear o meu pai com os meus pensamentos descoordenados... Bom, ainda faltam alguns anos... Enquanto não acabar o curso tenho uma garantia de que não é amanhã...
Enfim...
Pensamentos de noites calmas e canecas de chá...
Wednesday, March 08, 2006
Dia da mulher
Há por ai uma grande publicidade / propaganda em relação ao dia da mulher. Pessoalmente gostaria apenas de deixar uma nota de agradecimento (tipo em rodapé, coisa em low profile) às mulheres que têem vindo a preencher a minha vida. Thanks to you this has been one rocky ride…
A tia, madrinha e minha companheira de todas as horas
A tia, madrinha e minha companheira de todas as horas
A amiga e "mãe emprestada"
A progenitora
A prima com tendência para estragar-a-menina-com-mimos
A empregada maluca e refilona
A avó cheia de diminutivos
E outras recentes aquisições
A todas um feliz dia da mulher ...
Tuesday, March 07, 2006
It ain't me, babe
Go away from my window
Leave at your own chosen speed
I'm not the one you want, babe
I'm not the one you need
You say you're lookin' for someone
Who's never weak but always strong
To protect you and defend you
Whether you are right or wrong
Someone to open each and every door
But it ain't me babe
No, no, no, it ain't me babe
It ain't me you're lookin' for, babe
Go lightly from the ledge, babe
Go lightly on the ground
I'm not the one you want, babe
I'll only let you down
You say you're lookin' for someone
Who'll promise never to part
Someone to close his eyes to you
Someone to close his heart
Someone to die for you and more
But it ain't me babe
No, no, no, it ain't me babe
It ain't me you're lookin' for, babe
You say you're lookin' for someone
To pick you up each time you fall
To gather flowers constantly
And to come each time you call
And will love you for your life
And nothin' more
But it ain't me babe
No, no, no, it ain't me babe
It ain't me you're lookin' for, babe
A letra parece estranha, nada de especial, estúpida mesmo... É preciso ouvir a música para gostar... Enfim, à falta de inspiração minha deixo aqui uma das minhas músicas preferidas do Walk the line... Enjoy...
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