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Friday, February 27, 2009

Pointing fingers

Revisão! Rever o passado! Nós, os estudantes do seminário, víamo-nos como os pioneiros da revisão do passado. Queríamos abrir as janelas, deixar entrar o ar, o vento que finalmente faria redemoinhar o pó que a sociedade deixara acumular sobre os horrores do passado. Iríamos zelar para que se pudesse respirar e ver.

[...]

Parecia-nos evidente que teria de haver condenações. E também achávamos claro que só aparentemente se tratava do julgamento de um qualquer guarda ou esbirro de um campo de concentração. Quem estava a ser julgada naquele tribunal era a geração que se serviu dos guardas e dos esbirros, ou que não os impediu, ou que pelo menos não os marginalizou como deveria ter feito depois de 1945. E o nosso processo de revisão e esclarecimento pretendia ser a condenação dessa geração à vergonha eterna.
O leitor, Bernhard Schlink

Thursday, February 26, 2009

You gotta love honesty!


O leitor - Sexy is an attitude

Parecia, sobretudo, que se recolhera no interior do seu corpo, que o entregara a si mesmo e ao seu próprio ritmo pausado, indiferente a alguma ordem do cérebro, e que esquecera o mundo exterior. Foi esse mesmo esquecimento do mundo que eu vi na atitude e nos movimentos ao calçar as meias. Mas nisso não era rude, tinha gestos fluidos, graciosos, sedutores; uma sedução que não é seios e nádegas e pernas, mas sim o convite para esquecer o mundo dentro do corpo.
O leitor, Bernhard Schlink

Night train to Lisbon - Distortions

Gregorius went through the pictures once more. Then once again. The past began to freeze under his look. Memory would select, arrange, retouch, lie. The pernicious thing was that the omissions, distortions and lies were later no longer recognized. There was no point of view outside of memory.
Pascal Mercier

Wednesday, February 25, 2009

Changing dice

Não é que a nossa relação tenha mudado. Simplesmente agora jogamos poker. Quase todas as noites. E (mesmo que apenas a curto prazo) isso muda radicalmente o estado das coisas.

O leitor - Aparências

Ela devia estar totalmente esgotada. Não lutava apenas no julgamento. Lutava sempre, e sempre tinha lutado, não para mostrar aos outros do que era capaz mas para esconder aquilo que não era capaz. Uma vida cujos avanços consistiam em enérgicas retiradas e cujas vitórias eram ocultas derrotas.
O leitor, Bernhard Schlink

Friday, February 20, 2009

La vie en violet


Vamos ver o carnaval através de lentes roxas

Wednesday, February 18, 2009

Fronteiras esbatidas

Sinto-me emocionalmente tonta. Deve ser do corropio de personagens que entram e saem, começam e acabam. As fronteiras entre o real e o imaginado começam a dissipar-se e quando dou por mim já não estou certa do que é meu e do que é que vem delas. Mundos fictícios que se acumulam uns atrás dos outros. Tempos que se atropelam. Um rol de temas e problemas que se entrecruza com a realidade. Vejo-me populada por resquícios da ficção. E não é que isto seja mau de todo; tenho apenas de reaprender a respirar, a ver e a catalogar.

Monday, February 16, 2009

The unbearable truth

Estive a ver as nomeações para os óscares. Da imensa lista de filmes eu apenas vi um. Mas o cerne da questão, o que dói mesmo, é que o meu pai viu mais. Isso é que custa. Alguma coisa está muito mal no universo...

Night train to Lisbon - Fulfillment

Fear of death as fear of the unfulfilled then lay - it seems - completely in my hand, for it is I who draw the image of my own life as it was to be fulfilled. What is more obvious than the thought: Then I'll change the image so my life might now fit it - and the fear of death ought to disappear immediately. If it sticks to me nonetheless, then it's because of this: the image, even though made by me and nobody else, rises not from temperamental capriciousness and isn't available for random change, but is anchored in me and grows out of the play of forces of my feeling and thought that I am. So, the fear of death might be described as the fear of not being able to become whom one had planned to be.
Pascal Mercier

Friday, February 13, 2009

Awesome day on hold


Tenho apenas a declarar que sexta feira 13 vai ser um grande dia.

Leave cutsy and mellow outside

Não quero parecer chata, muito menos amargurada. Não é uma questão de dor de cotovelo ou sequer de datas no calendário. Simplesmente estou farta. É uma questão, isso sim, de auto-preservação. Cansei de obsercar, de focar a lente para o que ainda não existe. Por isso enterrei tudo o que era romances piegas de fazer chorar as pedras da calçada, escondi todos os filmes lamechas (tirando raras excepções), deixei de ver todas essas coisas. Ignorância e esquecimento. Paz de espírito. Que se lixe o resto do mundo, pombas brancas e cotovias. Eu vivo para mim. Para os amigos e família. Mas sobretudo para mim. Tenho mundos e mundos para explorar e não tenciono ficar a choramingar no sofá a ver adaptações de Nicholas Sparks. Hiato. É disto que se trata, de deixar estas tretas em espera até o dia (que talvez não chegue) em que eu as consiga digerir saudavelmente. Mas de momento reina a política da censura emocional. É uma questão de auto-preservação. Ignorância e esquecimento. Paz.

Thursday, February 12, 2009

Quase dois anos depois...


... descubro Pan's Labyrinth. E tenho a dizer que é um espectáculo de filme...

Tuesday, February 10, 2009

2+2=5*

Os meus braços sozinhos não chegam para me abraçar. Porque um abraço envolve mais dois braços que não os meus. Mas tu não percebes. Pensas que sou impermeável e inquebrável e que me podes dar os pontapés que quiseres sem nunca olhares para trás. Sem pensar que talvez depois precise de braços.

É a história da nossa vida.

Duas pessoas. E dois é um número imperfeito. Dois significa que quando há chatice não existe uma terceira entidade que possa apagar fogos. Significa que todas as batalhas estão viciadas. Porque o statuo quo não muda. Hierarquicamente estou sempre em baixo, e portanto democracia é uma palavra sem sentido. Não existe democracia a dois. Por mais que tente, 2+2=5.


*George Orwell, 1984

Saturday, February 07, 2009

Who's in for brunch?

Parece que já toda a gente foi ao Starbucks de Belém menos eu. Não acho isso nada bem...

Thursday, February 05, 2009

Surreal conversations...

Ah, e estava lá o Saramago... Sabes quem é, certo?

Pois... eu não sei se tens consciência, mas a tua filha está num curso de LITERATURA... Duh!

Please get well soon...

De todos os que ela me deu, trago sempre comigo o meu conselho preferido: lê muito Joana, nunca te esqueças de ler. É importante... Como se fosse uma herança, uma missão, a chave para o verdadeiro conhecimento interior.

Custa-me que ainda esteja doente, dói-me vê-la prostrada pela idade e dilacera-me o coração pensar que um dia ela não estará connosco. E peço a Deus que isto não passe de um susto idiota.

What to do?

Honestamente não sei que faça neste exame...

Wednesday, February 04, 2009

Já não bastava o nome do blog...

... aparentemente também tenho voz de Marreta. Giro...

Tempting...

O exame de amanhã acaba às 14h, que por acaso é a hora a que começa um concerto dos Uxu Kalhus no Teatro da Luz. Está-me cá a parecer que ainda vou pegar no carrinho e dar um pézinho de dança para desanuviar...

Tuesday, February 03, 2009

Weird and blurry

Aconteceu-me ter um dia esquisito. Daqueles em que nada está certo. Não sabemos o que queremos fazer, sabemos o que tem de ser feito, mas isso não apetece... A coisa vai-se prolongando e continuamos a fazer birra com o trabalho. Quando finalmente vamos trabalhar o tempo passa a correr e as coisas quase não andam. Vamos ter um bocadinho com os amigos para ver se descomprimimos e se depois a coisa sempre rende e voltamos com o rosto neutro. Não estamos exactamente de mau humor, mas estamos longe de estar bem. Não sabemos porquê nem como mudar. Um dia simplesmente... esquisito...

My life is a rollercoaster

À tarde uma neura dos diabos. À noite primeiros passos num admirável mundo novo. Terça durante o dia marranço até ficar vesga. À noite treinos de kizomba até me doer o sorriso. No dia seguinte um frenesim académico, à tarde um novo paraíso, de noite adormecer entre sebentas e apontamentos. Na quinta a tensão palpável, o clímax tortuoso do semestre. Sexta coisas boas. É bonito...

Sunday, February 01, 2009

I get that a lot


Nunca disse era boa da cabeça...

Disse que ia ler muito nesta semana. Balelas! Descobri um novo prazer, que agora já se me entranhou como um vício: fazer uma manta enquanto jogo Sims. Estúpidamente os meus dedos, habituados ao frenesim entre a lã e a agulha, já não conseguem parar quietos. Manias...

Blank page

Um novo mês. Fins e recomeços. Novos objectivos, novas ideias, novas metas. E 2009 continua a pontuar...