Semanas com aquela dúvida. Aquele fantasma podre a arrastar-se comigo, para onde quer que fosse. Nas minhas conversas, nos meus pensamentos, naquele rosto. Dias e dias em que me esmigalhava como uma noz debaixo de um quebra-nozes. Pedacinhos por todo o lado. Um "e se" que ecoava sem fim. Palpitações que não percebia, indefinidas. Tinha medo de perceber. Medo de saber. E se... E num segundo via os sonhos de tantos anos desmoronados perante a incerteza. Perante a possibilidade. Não, não pode ser!... mas e se... Dias nisto sem ver a luz ao fundo do túnel, com medo sequer de seguir em frente e encontrar o caminho certo. Apetecia-me gritar, arrancar os cabelos. No entanto não tinha a certeza do que custaria mais - a incerteza em que já estava mergulhada ou a certeza do que não queria saber. Do que não podia tolerar. Antes de adormecer voltava a analisar tudo, uma e outra vez, scannava tudo que vai cá dentro. O resultado era sempre o mesmo - inconclusivo...
Cai de exaustão. Deixei-me ficar. A dúvida a mordiscar-me e eu sem reagir... Apatia. Cansaço. Negação(?)... Mergulhei no sofá, quase três da manhã a rever episódios da Buffy e de repente um sinal. Uma brisa de ar fresco no meio deste ambiente sufocante. Esteve sempre ali, mas por qualquer motivo apenas me atingiu naquele momento. Finalmente! Imagens e diálogos que confortam. Que acalmam. Não que eliminem magicamente as dúvidas - aquele rosto ainda me perturba - apenas tombaram um dos lados da balança. Mudo de canal - a mesma coisa. Suspiro de alivio. Afinal nada de novo neste coração...
1 comment:
odeio se's. odeio a armadilha que fica montade à beira das nossas dúvidas. odeio questionar seja o que for. e depois mordiscamos algo. talvez seja o metal da armadilha, talvez seja o que sempre foi ou algo diferente das restantes hipóteses. e de uma maneira ou de outra somos respondidas. ou encontramos a resposta ou confirmamos o que já se sabia. mas depois do solavanco, continuamos, de uma maneira ou outra. com ou sem epifania :) e num outro dia iremos chocar com as caras ou corpos que nos assombraram e cujo efeito em nós não cessou. mas lidámos com ele e por isso é que parece ter sido uma ilusão, um engano. um 'e se...?' apenas.
beijo grande *
Post a Comment