Sonhos arrumados. Enterrados sob as rosas do jardim. Sementes renegadas que sozinhas encontram forma de germinar. De crescer às escondidas. Mesmo quando não é suposto. E seguimos com a vida para a frente, ignorantes do que se passa lá fora. Um dia, sem razão aparente, reparamos no que floriu nas nossas costas. E agora? Que fazer?...
Há sítios aos quais não podemos regressar, uns que são impossíveis de lhes passar ao lado e outros ainda que são ambos a mesma coisa. Entramos por uns segundos - visita de médico, dizemos. Só para matar saudades. Falácias! No fundo já sabemos de antemão que quando passarmos a ombreira da porta o resto do mundo fica para trás. Entramos numa bola de sabão e o resto deixa de existir. E o sonho vive! Floresce forte no nosso colo. Recriamos o cordão umbilical enquanto a realidade lá fora se torna cada vez mais inalcansável. Até que chega o momento fatídico de ceder à verdade, de deixar as ondas levarem o nosso castelo de areia. E por muito que seja só um suspiro e um encolher de ombros algo cá dentro ficou dorido, arranhado. Ficamos os próximos dias a matutar, a deixar a ferida sarar. Depois voltamos à vida de todos os dias, fingindo que não foi nada. Tentando acreditar de coração que não teve importância. Sonhos parvos!
*Jekyll and Hyde Soundtrack
1 comment:
uma maré que chega e toma tudo de assalto. e há direito e espaço para ir ao sabor dessa maré, de lançar desejos ao céu. mesmo que depois hajam dias a quererem deitar tudo por terra. agora chamá-los de parvos é que não. isso é que não.
:)
beijo grande *
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