Porque será que o amor pelos pequeninos é tão diferente? Tão grande desde o primeiro dia, tão inchado que por vezes parece que vamos chorar só de olhar para eles a dormirem calmamente à nossa beira. Porquê? Esta necessidade de cobrir cada centrímetro de beijos e festas, sempre, até que eles se fartam e nos puxam o cabelo. Que fizeram eles para isto? Será só da pele macia e tão branca, do palrar que ainda não é nada mas já parece tanto, dos olhos que olham bem para dentro de nós e dos braços que nos puxam para mais perto? Esta sensação que venha o que vier e quem vier serão eles sempre os primeiros do nosso coração. Aquele sorriso pequenino que seca qualquer lágrima, por mais amarga que seja, que aquece por dentro. Acho que é o sentir o nosso sangue pulsar ali, saber que estaremos ligados para sempre, não importa o que possa acontecer. É o acreditar no mais dentro de nós que subterfúgios nunca serão necessários. Que nunca seremos traídos ou enganados, que podemos amar de peito aberto. Incondicionalmente. Todos os dias.
E pensar que já lá vão dezanove anos...