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Tuesday, April 21, 2009

The Susan Boyle effect

Acho que vai dar uma coisinha má se ouvir mais alguém falar acerca do comportamento vergonhoso do jurí relativamente à Susan Boyle. Eu já vi o vídeo umas sete vezes e nunca - nem uma única vez - achei que o comportamento daqueles três foi gozão ou pouco profissional. A única altura em que realmente se notou uma maior reacção foi quando a senhora afirmou ter 47 anos (o que convenhamos não é a idade, nem de perto nem de longe, que aparenta ter) e portanto nada de errado até aqui, a surpresa é algo normal.

O comportamento do público, isso sim foi desastroso. Os assobios, as gargalhadas, as caras de desprezo e de gozo quando Susan diz que quer de ser profissional e que gostaria de ser como a Elaine Paige. O público foi estúpido e deixou-se levar por preconceitos.

Agora por favor parem de bater no júri! É claro que as pessoas formam estereótipos, qualquer livro de psicologia da treta vos pode dizer que isso é o normal quando se vive em sociedade, é um mecanismo humano activado automatica e inconscientemente. É algo que apenas se torna condenável quando deixamos que isso molde o nosso comportamento. Honestamente não acho que isso tenha acontecido com os três pobres coitados que toda a gente anda por aí a crucificar minuto sim minuto não.

Além disso, já pararam para pensar que provavelmente o que as pessoas vêem no comportamento do júri é percepcionado por um prisma que apenas denuncia os seus próprios preconceitos para com a senhora? Que isso é apenas um sentimento de culpa que tentam projectar para cima do júri? Afinal, nas palavras de William Shakespeare beauty is in the eye of the beholder. Ou na versão de Miss Piggy, beauty is the eye of the beholder and it may be necessary from time to time to give a stupid or misinformed beholder a black eye.

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