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Sunday, June 27, 2010

Grandparents

A avó Quitéria morreu quando eu era muito pequenina. Tinha um ano e pouco. Não me apercebi de nada. Nunca carreguei comigo lembrança nenhuma dela. Conheço-a por terceiros.

O avô Aires morreu na minha adolescência. Era um fumador de mãos amarelas cuja rotina comigo sempre me deixou pensando que não tinha os pirolitos todos. Joana, sabes como se diz cão em espanhol? E em francês? E durante todos os anos que o conheci era apenas isto que me dizia. Isso e a mesma piada sobre alentejanos.

O avô Manata morreu há um ano e meio. Era um homem austero, feito de moldes antigos. Daqueles que se sentam à nossa frente até comermos a última ervilha que temos no prato, mas portador de um enorme amor silencioso. Jogador da lotaria durante largos anos. Infelizmente motivos de saúde não me permitiram guardar muitas memórias suas em tempos de lucidez.

Esta noite, morreu a avó - pausa para pensar no nome (pois para mim foi sempre a avó) - Leonilde. Foi a avó que me incutiu o gosto pelo cinema; com quatro anos levava-me ao Amoreiras a ver filmes da Disney. A meio do filme colocava-me um pano de cozinha no colo e uma carcaça com Nutela nas mãos. A avó...

4 comments:

zira said...

Lamento. É triste. Sentimos a mágoa pelo que a vida nos tira, um pouco também porque a perda nos faz introverter... Que dizer?! Nunca estamos preparados...
O aceitar é o caminho certo.
Um Abraço.

Tati said...

[[]]
muita força, Manatinha...e é mesmo isso. Aceitar.

beijinhos*****

Unknown said...

Joninha, nestes momentos não há muito a dizer. Fico triste por saber.
Ficam as boas recordações na memória e é isso que tens de pensar.
Beijinho grande e mta força

maria viegas said...

Joaninha, nestas alturas nunca sabemos o que dizer.Fiquei triste.Tenho, muitas recordações da tua avó, ficam guardadas no meu coração. Beijinho