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Friday, June 29, 2007

Nada de novo, portanto!

O Cohen colocou uma pitada de sal à beira do prato, e respondeu, com autoridade, que o empréstimo tinha de se realizar absolutamente. Os empréstimos em Portugal constituíam hoje uma das fontes de receita, tão regular, tão indispensável, tão sabida como o imposto. A única ocupação mesmo dos ministérios era esta - cobrar o imposto e fazer o empréstimo. E assim se havia de continuar...
Carlos não entendia de finanças: mas parecia-lhe, desse modo, o país ia alegremente e lindamente para a bancarrota.
- Num galopezinho muito seguro e muito a direito - disse o Cohen, sorrindo. - Ah! sobre isso, ninguém tem ilusões, meu caro senhor. Nem os próprios ministros da Fazenda!... A bancarrota é inevitável; é como que faz uma soma...
Eça de Queirós, Os Maias

1 comment:

sahara said...

desde Os Maias até agora, parece-me que o galope é pujante e assertivo. sempre na direcção errada, pois claro. aí também nada de novo ;)

beijo grande *