Pés doridos. Amanhã já sei que apenas me poderei arrastar com eles. Agora que os músculos ainda estão quentes a dormência não me importa. Olho para eles, tão massacrados. Amo tudo o que vejo. As nódoas negras, as marcas das tiras dos sapatos, as bolhas, os calos, as camadas extra de pele que se criam para (tentar) servir de almofada. Tudo isto tem história, nasceu com amor. Até a dor é doce, faz lembrar momentos ainda frescos. E os pés não se importam. Estão felizes de terem deslizado pela pista de dança durante tanto tempo. De terem brincado até à exaustão. E agora têm sono. Pedem cama e descanço e eu lá cedo, desejosa de os mimar. É necessário amar os meus pequenos lutadores.
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