Cinco e muito da manhã. Família ainda acordada. Silêncio verbal. Cada um no seu quarto, mas conscientes de que não somos os únicos de olhos abertos. O meu irmão palreia quietamente na sua cama. Do outro lado da parede oiço o ocasional bocejo do meu pai, demasiado consciente para ter sido roubado ao sono. E eu... eu vou-me embalando ao som dos dedos a bater no teclado enquanto o cérebro tenta ainda pensar mais um pouco. Acabar o trabalho. As palavras demoram a vir, forçadas de sinapses exaustas. E lá fora o mundo começa a acordar. É sempre o som do primeiro autocarro que me arranca para a realidade.
No comments:
Post a Comment