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Monday, February 11, 2008

Os sons que nos denunciam

Cinco e muito da manhã. Família ainda acordada. Silêncio verbal. Cada um no seu quarto, mas conscientes de que não somos os únicos de olhos abertos. O meu irmão palreia quietamente na sua cama. Do outro lado da parede oiço o ocasional bocejo do meu pai, demasiado consciente para ter sido roubado ao sono. E eu... eu vou-me embalando ao som dos dedos a bater no teclado enquanto o cérebro tenta ainda pensar mais um pouco. Acabar o trabalho. As palavras demoram a vir, forçadas de sinapses exaustas. E lá fora o mundo começa a acordar. É sempre o som do primeiro autocarro que me arranca para a realidade.

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