Eis porque fico tão reticente com os elogios: porque os recebo pelos motivos mais díspares. Aparentemente as pessoas acham que sou boa a tanta coisa que se torna difícil de acreditar. Cantar. Dançar. Vídeos. Trabalhos manuais. Fotografia. Escrever. E agora tradução de musicais.
Já me disseram que devia ir para advogada (adivinhem lá quem?). Ou para marketing. Ou para artes de espectáculo, quer dentro quer fora do palco. Ou para educadora de infância (eu e criancinhas das nove às cinco?...). Ou para qualquer coisa que desse uso à minha capacidade de memorização (que as pessoas sobrevalorizam... saber de cor os 50 estados ou as diferentes datas de vários musicais (ou até ter jeito no Buzz) não é feito nenhum!). Até tu, ó Kepster, já me sugeriste fazer um curso de fotografia.
E isto baralha uma pessoa. É pouco consistente. Claro que eu fico felicíssima com o elogio de ontem... mas se os meus caríssimos colegas tivessem visto as horas e os dias que andei às turras com aqueles poucos versos... talvez a sua opinião fosse um bocadinho diferente. O resultado final é brilhante, sem dúvida, mas foi arrancado a ferros.
É verdade que quando fazemos as coisas com gosto elas saem bem. E eu mudo os meus gostos como o Andrew Lloyd Webber muda as suas músicas (que é como quem muda de camisa). Um dia apetece-me fazer um vídeo e no outro apetece-me brincar com cartolinas. O problema não está nos elogios. O problema é que me sinto uma pirralha mimada a brincar em diferentes àreas sem se conseguir decidir. E eu gostava muito que o meu "talento" me acompanhasse de forma consistente e não por devaneios e caprichos ou que andasse por aí ao sabor do vento.
E porque ninguém pode ser assim tão boa...
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