Pages

Saturday, March 20, 2010

Why so serious?

Cresci numa casa onde o verbo parvar não existia. Coisas como cantarolar, dançar, imitar animais, fazer vozes ou teatrismos eram coisas parvas. Eu era parva. Ainda hoje oiço esse adjectivo. Não é bonito. Mas enquanto eu hoje sacudo os ombros, quando era miúda era algo que me deixava profundamente magoada e paralisada. Eu era parva. E se a minha própria família me chamava de parva, o que achariam então os outros?

Hoje tenho vozes e correntes na cabeça. Fui eu que as fui colocando lá. E cada vez que me pedem para ser espontânea eu nem sei bem como reagir. Tenho de pensar. O improviso é algo inexistente na minha vida. Eu penso, planeio, treino sozinha. E depois faço. Depois digo. Nunca me atiro de cabeça. Porque continuo a ter medo de ser parva.

1 comment:

Tati said...

Isso pode explicar muita coisa.