Send your own ElfYourself eCards
Tuesday, December 23, 2008
L. II
Não me amas, não
Nem me queres
Parece que te visito em sonhos.
Vestido leve e cabelo em desalinho.
Mas não me amas
Nem que queres
Ainda lá estou,
Meia imaginada por ti,
Meia recordação.
Mas é tudo!
Admiras-me na minha potencialidade,
Brincas com os meus sonhos e os meus sorrisos
Como quem me passa os dedos pelo cabelo.
Mas não me amas
Nem me queres
E eu não quero a pena de ninguém.
Nem me queres
Parece que te visito em sonhos.
Vestido leve e cabelo em desalinho.
Mas não me amas
Nem que queres
Ainda lá estou,
Meia imaginada por ti,
Meia recordação.
Mas é tudo!
Admiras-me na minha potencialidade,
Brincas com os meus sonhos e os meus sorrisos
Como quem me passa os dedos pelo cabelo.
Mas não me amas
Nem me queres
E eu não quero a pena de ninguém.
Lets play
Tenho saudades de jogar. Jogos da minha infância e outros que nunca joguei. Monopólio, dominó belga, xadrez, mikado, stop, uno, trivial pursuit, scrabble, pictionary, twister... É uma pena que a familia seja tão pequena, tão velha e com tão pouco espírito para jogos.
Sunday, December 21, 2008
Parachutes have opened now*
When I'm about to go under I'm reminded that my blood is orange. That all of this runs through my veins and I can't simply let go. If someone is deeply blue, than that person should leave. Not me. I fit here, I belong.
*Parachutes, Pearl Jam
Saturday, December 20, 2008
E.R.
O bicho de palco está em coma profundo. E para melhorar ainda mais a situação, alguém está prestes a desligar as máquinas.
Where do we go from here?*
Todas as coisas têm um fim. Até aquelas que são mesmo boas. Pergunto-me se não terá chegado a minha hora.
*Evita Soundtrack
Friday, December 19, 2008
Busy little elf
Primeiro dia de férias. Limpeza geral. Seis horas de tira da prateleira, limpa, volta a colocar na prateleira. Depois mais compras de Natal. Depois trabalhar no projecto secreto. A seguir fazer embrulhos. Depois organizar papelada da faculdade a ser lida e trabalhada durante as férias. O primeiro dia nunca conta para nada de muito divertido.
Thursday, December 18, 2008
Redescoberta do shuffle traz coisas maravilhosas
Especialmente quando aliado a Grey's Anatomy. Sim, porque a base da minha evolução a nível de conhecimentos musicais reside aqui. Caso contrário acho que continuaria presa ao mundo dos musicais, da salsa e da kizomba. Mais uma vez Grey's Anatomy salva o dia.
Pela madrugada com pompa
São três e meia da manhã e estou alegre e contente a escrever um trabalho para Literatura Alemã do Século XIX que tenho de apresentar daqui a algumas horas. Farta de usar verbos e substantivos catitas e caros, acho que posso concluir que quando chega a esta hora (aquela altura em que penso ok, que se lixe, vamos lá fingir que somos pomposos a ver se isto avança!) até produzo grandes coisas. Se algum dia decidir escrever um livro lembrem-me para ajustar o meu fuso horário.
Wednesday, December 17, 2008
Ainda não foi este ano...
Aceitam-se sugestões...
... para a mais estúpida resolução de ano novo. Não estou a brincar, é mesmo verdade! Todos os anos escolho uma resolução parva só porque sim. Digamos que é a minha afirmação anual à lá Clube dos Poetas Mortos. Porque eu sou mesmo assim... estranha e peculiarmente adorável. Só para terem uma ideia, a deste ano tinha sido ter um ataque de soluços numa igreja (o que - para quem nunca ouviu os meus soluços - é algo de monumental). A do ano anterior era percorrer a Avenida Marquês de Tomar desde a livraria Europa-América até à faculdade ao pé coxinho. Sim, eu sou uma pessoa estranha. E sim, estou mesmo à espera que desta vez (vá lá, é Natal...) vocês comentem.
Tuesday, December 16, 2008
Deep down I'm still a little kid
Todos os anos é a mesma coisa! Fico sempre em pulgas com o 12 days of Christmas do site do Garfield. Os vídeos são (praticamente) iguais de uns anos para os outros, era de pensar que isso adiantaria para alguma coisa. Não, nem por isso!
Monday, December 15, 2008
My computer is an awkward little thing
Resolvi aproveitar a pausa de almoço para mais uma parvoíce, desta vez tirada daqui. Digamos que tive medo do que daqui fosse sair, até porque eu desconheço cerca de um terço das músicas que tenho no meu próprio computador. Os resultados são... sui generis...
1. Open your library (iTunes, Winamp, Media Player, iPod, etc)
2. Put it on shuffle and press play. For every question, type the song that's playing, and when you go to a new question, press the next button.
If your Life was a movie, what would the soundtrack be?
1. Open your library (iTunes, Winamp, Media Player, iPod, etc)
2. Put it on shuffle and press play. For every question, type the song that's playing, and when you go to a new question, press the next button.
If your Life was a movie, what would the soundtrack be?
- Opening credits: Doll on a music box, Chitty chitty bang bang soundtrack
- Waking up: Prelude to a kiss, Alicia Keys
- Falling in love: Inspector Gadget, Coreografia KEP
- Fight song: Closer, Joshua Radin
- Breaking up: This is the moment, Jekyll and Hyde soundtrack
- Prom: Pirelly's Miracle Elixir, Sweeney Todd soundtrack
- Life: Hasta que vuelvas conmigo, Marc Anthony
- Flashback: You are my joy, The reindeer section
- Getting back together, Ghetto tarraxa, Chelsy Shantel
- Wedding: Nua, Ana Carolina
- Birth of a child: Final scene, Sweeney Todd soundtrack
- Final battle: The journey, Lea Salonga
- End credits: Breakfast at Tiffany's theme, Henry Mancini
Sunday, December 14, 2008
Just for the record
Eu sei que já disse isto, várias vezes até. Mas cá vai outra vez. Adoro kizomba. Acho que chequei àquela fase em que consigo mesmo aproveitar a música (e o par) ao máximo. Dá-me um gozo descomunal fechar os olhos e deixar-me ir. E, claro, adoro os KEPs. Não consigo frisar isto o suficiente. Por mais vídeos ou mais abraços que haja, acho que nunca consigo expressar bem como me sinto bem com vocês. Eu sei que vocês sabem. Mas achei que não fazia mal dizer outra vez.
Saturday, December 13, 2008
I'm disillusioned*
Escondo-me atrás de fotos nossas. De sorrisos e abraços, de parvoíces e brincadeiras. Tento acreditar que está tudo bem, que ainda há magia, que esta noite teremos o mesmo sucesso das outras vezes. Porque somos nós...
*Kyo
My soul is wet
Dizem que a chuva lava a alma. Dizem. Fui passeiar à chuva para tentar aclarar as ideias e sossegar o espírito. Nada. Continuo com os pensamentos num torvelinho e o coração em papa.
The bad new things
Pela primeira vez, preferia ficar na plateia. Perdi a pica e a vontade de estar em palco. Assim não vale a pena.
Thursday, December 11, 2008
Whistle a happy tune*
Antigamente passavas os dias a assobiar. Ouviamos-te sempre ainda tu estavas no elevador. Todos os dias invariavelmente lá estavas tu. A casa tinha uma aura diferente, tu eras uma pessoa diferente.
Agora isso parece ser passado. Os problemas foram aparecendo, a tua visão nublou-se e agora à tua frente só vês uma lista de coisas a resolver. Carregas fardos pesados e segues com eles como se tivesses uma canga apertada nos ombros. O teu problema é que deixaste de assobiar. Deixaste de relativizar e agora só consegues avistar monstros titânicos à tua volta.
Agora isso parece ser passado. Os problemas foram aparecendo, a tua visão nublou-se e agora à tua frente só vês uma lista de coisas a resolver. Carregas fardos pesados e segues com eles como se tivesses uma canga apertada nos ombros. O teu problema é que deixaste de assobiar. Deixaste de relativizar e agora só consegues avistar monstros titânicos à tua volta.
*The King and I Soundtrack
Tuesday, December 09, 2008
Spreading the joy
Durante o mês de Dezembro ando constantemente com gorros de Natal, hastes de rena e todo esse tipo de parafernália. Costumo dizer que é um serviço público, que estou a espalhar a alegria (e que até faço um trabalho melhor que as decorações espalhadas pela cidade). No último domingo, ia eu singelamente no carro quando dou com três crianças a olhar para mim da viatura que seguia à minha frente. Imaginem que são crianças com cerca de seis, sete anos e que quando olham pelo vidro de trás do carro do vosso pai avistam uma rapariga com um gorro de elfo enfiado na cabeça (verde e vermelho com guizos e tudo) a conduzir um carro verde (mas mesmo verde, verde) decorado com árvores de Natal nos vidros. Só pelas carinhas delas ganhei o dia.
Enough with the fairy tales
Encontrei um blogue de alguém que não pensava voltar a ouvir. Alguém que parece manter os mesmos sonhos e fantasias de quando a vi pela última vez. No meio de uns textos dei por mim a negar afirmações que antes eram tão pungentes. Já não acredito em amores perfeitos. Nem em almas gémeas. Nem em paixões imutávelmente fortes e constantes. Não sou pessimista, simplesmente tornei-me mais branda e tolerante. Aceito que o amor é eterno até acabar. Que os sentimentos mudam, tal como as pessoas. Que, embora ache que isso de duas pessoas se completarem é uma grandessíssima treta, estas podem seguir lado a lado, melhorando (ou piorando, afinal as cicatrizes fazem parte do percurso) a vida uma da outra. Para quê determo-nos com contos de fadas quando a realidade pode ser tão mais bonita?
Também não sei se acredito em seguir em frente sem dúvidas. Acho que os grandes passos que tomamos (precisamente por carregarem mais responsabilidade e/ou mudança) são sempre dados com alguma dúvida. E é normal. Seria estúpido tentar convencer-me de que é preciso estar cem por cento segura para tomar uma decisão. Os nervos e o medo são a coisa mais natural do mundo quando se trata de arriscar. Se fosse esperar por uma tranquilidade e segurança divinas então nunca faria nada da minha vida. E como eu já disse, a vida é mais do que observação.
Também não sei se acredito em seguir em frente sem dúvidas. Acho que os grandes passos que tomamos (precisamente por carregarem mais responsabilidade e/ou mudança) são sempre dados com alguma dúvida. E é normal. Seria estúpido tentar convencer-me de que é preciso estar cem por cento segura para tomar uma decisão. Os nervos e o medo são a coisa mais natural do mundo quando se trata de arriscar. Se fosse esperar por uma tranquilidade e segurança divinas então nunca faria nada da minha vida. E como eu já disse, a vida é mais do que observação.
Sunday, December 07, 2008
I'm too young to be a hobbit
Estive a fazer um daqueles testes idiotas para saber que personagem do Senhor dos Anéis é que eu seria. Logicamente a resposta foi... hobbit. Na descrição dizia you very much dislike adventures and just want the laid back life in the country side (o que também não deixa de ser verdade). Então pus-me a pensar que talvez seja demasiado nova para ser um hobbit. Não seria suposto eu adorar aventura e querer viver a vida ao máximo? Correr o mundo, descobrir coisas novas e querer sempre mais? Não é isto que o povo da minha idade quer? Porque raio é que eu quero assentar se ainda nem descolei?
Does this mean I'm a grown up now?
Estive a reler o meu teste (aquele, o dos infernos) e encontrei expressões como advogava conceitos, o florescimento do diálogo, a propagação do conceito, é de ressalvar, concepção holística, visão eurocentrista vigente entre outros. Quando é que se deu este (súbito?) amadurecimento da minha escrita? É que (também pelas parvoíces que aqui passam) eu não dei por nada...
Saturday, December 06, 2008
The unbearable lightness of dreaming
I still feel it when I wake up. My heart filled to the brim. It's as if between sleeping and waking up something was carved, printed deep in my skin. Like gliding on a dance floor with someone special or when a rollercoaster goes down so fast that your heart skips a beat. And I see faces, a never-ending slideshow in my mind. It all feels so real, so John Locke real. And a stupid song still lingers. Keeping me from the world outside my mind.
Friday, December 05, 2008
Average Joe would do
Thing is I wasn't expecting you to be prince charming. It was never about this chilvarious notion of you standing on a white horse all tall and handsome and (yet) kind. There was no damsel in distress and this is no bloody fairy tale. I just wanted you to be decent. But I guess my hopes are still too high...
Relationships 101
Tudo na mesma. Continuas a não querer compreender e a não querer mudar. Cada vez mais sinto e sei que não a mereces. Acho que nunca a merecerás. Mas ela parece gostar de ti na mesma e tu toca de bater com a cabeça (infelizmente dela) nas paredes. Dos 51 passaste novamente para os 15. Parece que 2008 entrou a cem e vai sair a duzentos. É pena. Já era hora de aprenderes como é que estas coisas se fazem...
Thursday, December 04, 2008
Formigueiro nos dedos
Agora que acabei finalmente de ler as obras obrigatórias fiquei com um formigueiro nos dedos e uma sede de papel. De pegar num livro, num dos meus, e de perder a noção do tempo. No entanto, sendo época natalícia e com trabalhos e sebentas ainda por fazer e trabalhar, não sei se será grande política...
Wednesday, December 03, 2008
Winter chill
Há já alguns dias que oiço as pessoas queixarem-se do frio e da chuva. Eu gosto. Gosto porque torna a minha casa o melhor sítio do mundo. Quentinho e acolhedor, com as decorações de Natal todas no sítio e sem resmas de pessoas a atropelarem-se na rua ou nas lojas. Adoro porque o chá sabe mais quente e a minha almofada mais fofa. É como se toda a casa nos abraçasse e no meio de tanto mimo nem as sebentas assustam tanto. Gosto!
Tuesday, December 02, 2008
Street pets
É impressão minha ou os pombos desta cidade estão cada vez mais domesticados? Hoje uma amiga dizia-me ao telefone: estamos a almoçar e há pombos a passearem-se debaixo das cadeiras. Sinceramente não gosto disto. É que nem dançando flamenco o raio dos bichos desaparecem.
Sunday, November 30, 2008
Maybe I should become a total Tolkien geek
Question: why do we feel so much attracted to stuff that's bad for us? As Grey put it, what's up with the need to hit the self-destruct button?
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I stand here with a tiny amount of free time, you'd think I'd use it on some real amusement, some form of entertainment that would leave me light-hearted, relaxed and ready (though not exactly anxious) to go back to work. Well think again! I haven't crossed the line yet, but all my whimsical instincts are already demanding some idiotic girlish junk. The wrong movies, the wrong manga, the wrong novels, the wrong tv shows, the wrong everything.
.
Why? Why would any part of me ask for something I know will make me crawl into bed, tuck myself up to my nose and wish not having to emerge ever again? Is it some estrogen-related thing that you really can't control? Or is it just maybe that old habits die hard? Anyway, this time I'm putting my foot down and whether this is the product of some loooong brainwashing program or my hormones talking here, I'm determined to succeed.
Friday, November 28, 2008
Thursday, November 27, 2008
What's up with the mood swings?
Pergunta: porque é que o bom humor e optimismo não é algo permanente? Uma forma normal de ser e de estar. Porque é que nem sempre (ou mesmo quase nunca) vejo a rapariga gira no reflexo do espelho, como agora? O que é que dita as regras aqui? E porque raio é que o meu cabelo não pode simplesmente comportar-se da mesma forma cada vez que o lavo?
Wednesday, November 26, 2008
And sometimes the universe decides to be kind
Tuesday, November 25, 2008
The universe is a wicked thing
Passei uma noite em claro. Quando os meus olhos finalmente cederam ao sono já passavam das sete da manhã. Com a cabeça pesada e o corpo cansado, descubro que, depois de imenso cuidado ao vesti-los, os collants têem uma malha do joelho para baixo. No meio de tudo isto, o meu vizinho de cima coloca La vie en rose a tocar em alto e bom som. Chamar-lhe-ia ironia sem tudo isto não fosse demasiadamente cruel...
You are the cane I stand upon
Nestas alturas em que começo a hiperventilar selecciono as nossas fotos e coloco-as a passar em slideshow com determinada música de fundo. Deixo-me estar durante uns minutos. Depois, mais calma e quente, regresso ao trabalho. Obrigada.
Monday, November 24, 2008
Feeling like curling up in a ball
Tenho medo do amanhã. O estômago revolve-se e os dedos tremem. Sinto um terror indescritível pela pergunta que desconheço. Pelo que me for pedido. Pelo que possivelmente não conseguirei transformar. Já passei por testes e testes. Nunca antes me senti assim. Impotente. Não me consigo concentrar; tenho uma voz lá no fundo repetindo que de nada serve toda esta preparação, leituras e apontamentos. O que interessa não são os conhecimentos que se armazenam, mas sim a nossa capacidade de os transformar para o que é pedido. Para isso não há nada que possa fazer. Inundo-me num sentimento de inutilidade. Faça o que fizer, não me sei preparada para isto. Sinto-me um ser microscópico. A base da base da base da cadeia alimentar.
The Truman show
A questão é que por vezes não há forma de camuflar as palavras. Outra forma de verbalizar, de passar emoções e, ao mesmo tempo, esconder significados. É preto no branco e nada mais. Sem entrelinhas. Nessa altura olho espectante para este espaço. Palavras enjauladas entre as cordas vocais. Porque conheço muitos dos olhos que por aqui passam. Algumas adivinho até o tom de voz (interior) que usam para me interpretar. E então calo-me. Porque muitas vezes simplesmente não podemos atirar palavras ao ar.
Sunday, November 23, 2008
Presenting my next week
The German guns
Bum, bum, bum bum
Bum, bum, bum,
Bum, bum, bum, bum
Bum, bum, bum
Saturday, November 22, 2008
Saturday whims
Estou sozinha em casa. Por mim colocava um dos clássicos a tocar, abria uma garrafa de qualquer coisa e sentava-me pacatamente na cadeira de baloiço, pés cruzados sobre o braço do sofá, a ler um livro novo. Depois enchia a banheira e deixava-me marinar durante uma meia hora numa mistura de jasmim e velas espalhadas pela bancada. Finalmente, agarrava a minha manta de andar por casa e aninhava-me no sofá a ver um dvd.
...
Só há alguns senãos, coisinhas pequeninas. Tenho imenso trabalho a fazer e no que toca a bebida, o Baileys provavelmente já não está bom, rum puro não me parece, e ainda não cheguei àquela idade em que vinho é algo de agradável. Portanto... paciência! Acordem-me quando chegar aos trinta!
Supra-sumo
Não há felicidade maior do que passar a manhã na cama. No aconchego dos lençós de flanela e de um edredon fofo.
Friday, November 21, 2008
Peço desculpa ao venerável poeta...
... mas cada vez que oiço o nome Klopstock dá-me uma súbita vontade de rir.
I'm yours*
Darling can't you hear me S.O.S.?*
Eu não quero entrar em pânico nem alarmar ninguém, mas faltam três semanas. É altura de começarmos a encarar o Adamastor. A sério! Sem miminhos nem jantar, como se costuma dizer por aqui. É hora de mudar de atitude e levar as coisas mais a sério. E não há abébias; isto não é o recreio e KEP que é KEP tem de dar o litro. A coreografia tem de ficar memorizada. Ponto final!
*ABBA, S.O.S.
Thursday, November 20, 2008
A bug's life
Fui assistir ao colóquio entitulado A Arte da Cultura que teve lugar na faculdade. Senti-me um insecto numa terra de titãs.
All that I know is I'm breathing...
All I can do is keep breathing...
...
*Ingrid Michaelson, Keep breathing, Grey's Anatomy
Wednesday, November 19, 2008
Stretching wings
Hora do café de encorajamento. Aquele que nos atrai para fora da toca. É só isso que é preciso; esse primeiro passo, mesmo que seja só para ir beber café. Depois, com a cafeína no sangue e rodeada pelo resto do mundo, é só continuar. A vida não espera.
Cada vez mais difícil de ignorar
Torna-se cada vez mais difícil ignorar a quadra festiva (que para mim só começaria em Dezembro, como aliás deve ser!). Os anúncios da Leopoldina e da Popota, dos perfumes, brinquedos, mon chéris e ferrero rochers. As lojas e centros comerciais todos decorados, prontos para nos depenarem a carteira (cada ano mais vazia). E como se não bastasse, agora já nem se pode andar de carro pela cidade; é ver as iluminações todas a funcionar. Qualquer dia não resisto e vou montar a árvore! Já vai apetecendo...
Tuesday, November 18, 2008
Upside down
Cheguei a um looping. Levei um baque do caraças e só me apetece ficar aqui estendida. Hoje não quero saber! Recuso-me a voltar às sebentas. Sinto-me atraiçoada. Hoje não dá! Amanhã logo me volto a levantar.
Can you hear the drum-roll?
Sinto-me em pele de galinha. Como se estivesse sentada numa montanha-russa prestes a entrar em movimento.
Monday, November 17, 2008
Perfection
O que me estava mesmo a apetecer era passar um dia inteirinho a fazer ronha na cama e a ver episódios de Grey's Anatomy. Infelizmente, terá de ficar para outras núpcias.
Consumismo: de pequenino...
Já não suporto o anúncio da Leopoldina. Primeiro porque a avestruz amarela e amorosa que eu adorava há cerca de quinze anos atrás transformou-se num boneco digitalizado e perdeu todo o encanto. Depois (precisamente) porque andam há quinze anos a tentar inovar o mesmo formato e já não se pode, cada ano a coisa piora (a sério, desistam de uma vez!). E finalmente porque acho que há algo de muito errado em colocar as nossas crianças a cantar Brinquedos, brinquedos, eles são a nossa maior alegria. Epah, será que é mesmo necessário??
A vida é mais do que observação
Sabe bem estar na berlinda. Ouvir o nosso nome em tons cheios de entrelinhas. Isso e passar para o outro lado da lente fotográfica. Imortalizar sorrisos, abraços e parvoíces. A vida é para os participantes; os espectadores não interessam para nada.
Saturday, November 15, 2008
I'm a happy onigiri
Finalmente tenho os trabalhos da faculdade praticamente em dia. Livros, sebentas e apontamentos; está tudo orientado e seguindo no bom caminho. Mais: tenho os meus projectos em bom andamento, uma Cristinha aqui tão perto que nunca me deixa ir abaixo e um grupo de malucos especiais que nunca se cansam de me roubar sorrisos.
.
Hoje é dia de dar graças.
Friday, November 14, 2008
O cavalheirismo está morto
Hoje fui ao Lidl fazer compras para a casa. Daquelas em que enchemos o carrinho com tanta coisa que chegamos a pensar ir buscar outro (mas, como ainda só tenho dois braços, decidi que um tinha de chegar). Ora estava eu, toda afogueada a despejar o conteúdo do carrinho (que por sinal fazer curvas com aquilo é mentira), com o meu metro e cinquenta e quatro centímetros debruçada a tentar desesperadamente chegar às latas de conserva e às paletes de leite e o rapaz que estava atrás de mim placidamente a observar. Repito: placidamente a observar. É do caraças!
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E eu a fazer estes malabarismos de botas de cunha.
Thursday, November 13, 2008
Something to consider
Tenho o cd de Grey's Anatomy no carro há tantos meses que nem me lembro desde quando exactamente. Se calhar estava na hora de ver as quatro temporadas que ainda me faltam...
Ham*
Chega! Há aqui coisas que precisam de mudar. Já! Agora. Imediatamente. Sem olhar para trás. Recuso-me a ficar novamente com o papel da gorda solitária. Isso são dias que já lá vão. Seca as lágrimas que me querem estragar o dia tão cedo. É preciso acreditar. É preciso seguir em frente. O resto vem por si.
.*Ham or eggs?, Grey's Anatomy
Wednesday, November 12, 2008
Seize the day
Entrei no carro para ir beber café, quando a condutora me informa que vamos para uma festa. Celebrar o S. Martinho. Muito bem! Bora lá então! O trabalho ficou aberto sobre a secretária e eu fui rir e dançar com gente que nunca tinha visto na vida. A vida são dois dias e um passa-se a dormir. Sem um único mas dei o braço e segui pelas ruas tortuosas da Graça. Foi bom. Principalmente depois de um dia de trabalho. Agora que cheguei a casa, sento-me à mesa com um copo de leite e acabo o que tinha à minha espera. Como se aquela hora nunca tivesse acontecido; acabo um dia de trabalho precisamente como o tinha planeado. Por isso às vezes é importante não stressar. A vida vai-se vivendo.
Tuesday, November 11, 2008
Monday, November 10, 2008
Small breakthrough
Descobri que os meus soluços são identicamente proporcionais ao meu estado de espírito. Quanto mais me rio mais soluço. Assim se vê (através deste estranho barómetro corporal) quem me faz mais feliz.
Sunday, November 09, 2008
Maldito Paul Auster
Muitas vezes as coisas acontecem de forma tão suave e discreta que é preciso um Auggie Wren para o captar. Foto por foto. A princípio parece tudo igual, simplesmente mais do mesmo. Depois, à medida que as fotos se vão acumulando, deixam de ser uma imagem e passam a contar uma história, começa a delinear-se um padrão, verificam-se pequeninas diferenças aqui e ali. E então surge a fatídica foto cujo flash nos faz verdadeiramente ver a luz. E descobre-se que afinal as fotos eram peças de um puzzle e que este acabou de fazer sentido. Por vezes é preciso uma lente para nos fazer ver o que está mesmo ali.
Tight bond
Acho que tenho uma relação umbilical com o meu blog. Depois de três horas de sono e muitas aventuras nestes últimos dois dias, das primeiras coisas que faço ao chegar a casa é vir aqui. Não queria pensar que é doentio, mas vai daí talvez...
Friday, November 07, 2008
À procura do equilíbrio perfeito
Ainda não encontrei aquele lugar perfeito entre o primeiro e o terceiro ano. Entre aquela diligência que me movia sempre com um leve terror no estômago e que nunca me deixava ficar para trás e o à vontade para me mexer como um peixe dentro de água, mas que já mais de uma vez me levou a complexos de lebre que pensa que é a maior e acaba por adormecer quase a chegar à meta. O primeiro peca por querer abarcar tudo, querer fazer tudo, e entrar em desespero por nunca conseguir. O segundo tem a vantagem de saber escolher entre aquilo que há para fazer, de saber passar os olhos na diagonal, de saber que, por muito boas que sejam as nossas intenções, nunca chegamos à bibliografia secundária. E eu vou seguindo este semestre às apalpadelas, tentando recuperar o melhor dos dois. Entre eles sei que está o lugar perfeito.
Pelo menos as obras obrigatórias são giras
A obra tratava de aparelhos de ginástica. O autor descrevia exaustivamente mecanismos que ele próprio imaginara e que permitiam realizar os mais diversos exercícios. A um deles chamou cavalo, a outro trave, a um outro boque.
O tipo não regula bem, comentou Gauss, e, dito isto, abriu a janela e deitou fora o livro.
Era meu, exclamou Eugen.
Quero lá saber, respondeu Gauss, adormeceu e só acordou quando ao fim da tarde pararam no posto fronteiriço para mudar de cavalos.
A medida do mundo
Thursday, November 06, 2008
Ainda estou a pensar naquele abraço
Há gestos que nos marcam. Na pele e no peito. Que nos insuflam e nos roubam sorrisos.
The movie in my mind*
Quando era pequena sonhava em frente e via alguém (algo) diferente. Imaginava-me de calças de ganga, cabelo apanhado desarrumadamente e óculos intelectuais. Cabeça apoiada numa mão e a escrever apontamentos com outra. Alguém que aproveitasse a vida ao máximo e tivesse uma sede de saber inesgotável. Uma pessoa que nunca olhasse para trás nem se detivesse em cenários e pessoas hipotéticas. Alguém que trouxesse o mundo inteiro no bolso e fosse capaz de levar uma resolução firmemente a bom porto. Alguém que nunca se deixasse prender por raízes emocionais. Queria que uma mazurka fosse só uma mazurka. Que as kizombas fossem sempre apenas kizombas. Que filmes, livros e palavras não passassem disso mesmo. Nunca pensei que poderia viver ensombrada por sonhos de criança e espectativas inúteis. Brainwash, I say...
.
Depois (e porque estas coisas só surgem depois deste rol de suspiros) ocorre-me que ainda só trago vinte e dois anos de bagagem. Que ainda sou só um ser algo embrionário daquilo que quero (aprender a) ser. E sobretudo, que são todas estas pequenas falhas que me vão permitir aprender na pele as lições que mais me importam. É a garantia que elas trazem; a promessa de ensinamentos inesquecíveis. E é algures por esta altura que chega o momento Matinal. Aquele em que enterro o nariz na cova no meu braço e muito lá do fundo consigo ainda sentir o aroma a pêssegos. E chega.
*Miss Saigon Soundtrack
Wednesday, November 05, 2008
In between
Pensava que só mudaria quando chegasse à minha meta. Só depois de me tornar uma pessoa melhor é que valeria a pena investir nessa pessoa já transformada. Não me ocorreu que a meio do caminho me desmotivasse, que me cansasse e que tivesse vontade de parar e voltar para trás. Vou investir hoje para chegar ao amanhã.
Dresscode
Vou mudar. Mudar porque preciso de algo que me ajude a agarrar o meu interior e a conseguir levar a minha lista de resoluções até ao fim. Porque preciso de uma nova imagem e de me sentir devidamente apetrechada e motivada para percorrer o meu caminho. Pode parecer fútil e superficial. O que interessa é que vale a pena tentar. O que interessa é que funcione. E eu vou acreditar que sim.
Tuesday, November 04, 2008
Fleeting moments
Monday, November 03, 2008
I'm a daredevil
Que bonito! Este semestre já li quatro livros fora do programa das aulas. Até dá pena ter de parar por aqui...
Sunday, November 02, 2008
Little truths
A certa altura na nossa vida precisamos de nos deixarmos perder para depois nos recuperarmos. Para que haja aquele momento de revalidação do que realmente importa. Um passo atrás para dar dois para a frente. Honestamente ainda não me defini e ainda não me encontrei o suficiente para me perder. Não sei o que quero e não trago mapa.
.
Este tem sido um dia deveras estranho. Tenho o coração feito num novelo, cheio e emaranhado, e a voz presa por falta de palavras. E é tudo.
Saturday, November 01, 2008
Turning into R.
... but without the crappy parts. And the carbs-mania. And the caffeine addiction for that matter. Well, without a lot of things. (I'm kinda losing my ground here). Lets just focus on the study part. That and the perky remarks. And also the 2006-skinnier-me I used to be. And healthier too. My head is fuzzy now. Great! At least I (think I) made my point. Oh well...
Friday, October 31, 2008
The world lives in Stepford
Eu não compreendo; a rapariga é solteira, vive sozinha, não tem marido nem filhos e ainda diz que não tem tempo!!
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Tenho ódio a quem faz afirmações como esta. Detesto que relativisem a vida de uma pessoa porque lhe falta alguns dos requisitos que a sociedade ainda insiste colocar nos ombros das mulheres. Afinal o que é que interessa se uma mulher tem marido e filhos? Porque é que subitamente a sua vida perde importância? E o contrário para os homens; despertam-se-me instintos sanguinários cada vez que alguém coloca um homem num pedestal só porque este faz a lida da casa. E então? Qual é a surpresa?? Porque é que volta e meia parece que voltámos aos anos cinquenta??? Estas coisas deixam-me tão danada que nem consigo verbalizar como deve ser!!
Thursday, October 30, 2008
A formiga volta à faculdade
Mas não me apetece nada! Podia tossir um pouco ou fungar do nariz e fazer uma voz ensonada e fanhosa, mas a verdade é que já estou em condições de regressar. Desta vez vou ser responsável.
Wednesday, October 29, 2008
Something new
Comecei um novo projecto. Nos meus tempos livres vou testando, experimentando e avançando muito lentamente. Mais uma bola para complicar o meu malabarismo de sempre. Desta vez, embora os prazos não sejam muito folgados, é somente uma questão de juízo e de auto-controlo para que nada caia ao chão. Já consegui antes. Vou conseguir outra vez.
Tuesday, October 28, 2008
PJ party
Segundo dia a curar a constipação. Pijaminha da Disney, caneca monumental de chá na mesa de cabeceira, livros e sebentas ao lado, caixa de lenços junto da almofada, cocktail de comprimidos bem perto e montes das minhas velhas cassetes Disney em cima do video. Enfim, o mesmo de sempre. Suspiro. É bom ser consistente!
Monday, October 27, 2008
Time off
Hoje é dia de You've got mail. De repor o sono e de curar a constipação que já se adivinhava. É dia de encoscar no sofá a ver o meu bálsamo de sempre e de ir lendo as sebentas de forma consistente e intercalada. O último porque tenho trabalho e porque necessito de me sentir útil e funcional. O primeiro porque estou fraquita e porque hoje preciso mesmo de mimo...
Memoing me
Só tenho uma coisa para me dizer: pensar menos e fazer mais. Não tenho razões nenhumas para piquenas pontadas de tristeza e para gestos contidos. Se tinha então deixarei de ter. Apartir de agora faço questão de deixar o passado lá fora. São águas passadas e já não servem de desculpa. A mesma coisa com as neuras.
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O que é que se passa Joaninha, estás bem? Hoje estás estranha. E não era só cansaço. Era esse sim, que me impedia de combater o que me assolava estupida e temporáriamente. Sabem que mais? Não me interessa chegar ao cerne da questão. Já pensei de mais, aliás, passo a vida a fazê-lo. Mais do que convencer os outros, tenho de me convenser intrínsecamente daquilo que disse. Ponto final.
Sunday, October 26, 2008
Broad smile
Tenho os olhos todos ramelosos, os pés e as pernas feitos em fanicos e estou rouca até mais não. Parece as manhãs do Andanças. E sabe bem. Pela familiariedade da dor que mói e prende os músculos. E porque hoje acordei com uma mazurka tocando na minha cabeça. Viva o Fest-i-ball! Viva Cobblestones. Viva Parasol. Posso não estar nas melhores condições físicas para um casamento, mas tenho o coração cheiínho a transbordar.
Saturday, October 25, 2008
Às vezes sou tão ingénua...
E eu a pensar que na véspera de um casamento conseguia avançar com as leituras da faculdade...
Friday, October 24, 2008
Adeus tristeza, até depois*
Enquanto as lágrimas não chegam pego nas recordações que hoje me fariam chorar e coloco-as todas, com muito jeitinho, em frascos de compota vazios. Deixo-as todas bem guardadas e longe dos meus olhos. Vamos trabalhar.
*Fernando Tordo, Adeus tristeza
Empty stage
No outro dia sentei-me em cima do palco e tive uma súbita vontade de chorar. Chorar de saudade. Pelas vezes sem fim que fizemos a segunda coreografia ali. Pelas inúmeras vezes que ali nos sentámos para recuperar o fôlego e ouvir a Tânia resmungar que não era assim, que era assado, que a cabeça está no tempo errado ou os movimentos estão com pouco impacto. Pelas garrafas de água que ali ficaram esquecidas depois dos ensaios; da galhofa, das fotos, de tudo... Não estou exactamente triste. Tenho apenas muitas saudades.
Thursday, October 23, 2008
The people pleaser curse
Esta minha capacidade de ver os dois lados da questão chega a ser bastante problemática. É uma neura quando percebemos ambas as facções e temos de escolher um lado e no fundo não conseguimos perceber exactamente onde ficar porque é impossível ignorar que há algo do outro com o qual nos identificamos e simultaneamente não conseguimos distinguir qual chama mais forte. Isto advém de um desejo feito intríseco de agradar. Por vezes sinto que me nasceu uma cauda e que tenho uma necessidade permente de andar atrás dos outros a abaná-la. (Eu sei que isto não abona muito a meu favor, mas é mesmo assim!) Que raramente consigo dizer não com segurança. É uma flexibilidade empática que muitas vezes dá jeito, mas que na maioria só atrapalha. Devo ser das pessoas com maior dificuldade em fazer uma escolha. Se isto é mesmo produto de anos e anos a dar à cauda, então não há mesmo nada a fazer senão contrariar o que já se enraizou. E vai saindo. E vai acontecendo. Mas com vinte e dois já queria ser mais segura do que se tivesse menos dez. Or maybe I'm just a late blommer...
Boys will be boys
Encontrei-o. Nem tive de o procurar. Ao princípio da tarde, quando levantei os olhos ele tinha-se materializado à minha frente. É mais um. Outro macaco de 22 anos. Porque é que ainda me surpreende? Realmente não vale a pena.
Digamos que não está no meu C.V.
Não tenho grande apetencia ou competencia para fazer de formiguinha. Eu sou mais a cigarra que chega ao Inverno e morre de frio. Preciso de pressão, o problema é que tenho uma certa incapacidade para determinar quando é que a pressão é suficiente e quando é que já estamos prestes a chegar ao apocalipse. Tudo bem, vamos lá tentar outra vez...
Wednesday, October 22, 2008
Rush
O que é bom é aquela sensação que nos enche o estômago quando pensamos que temos tanto para fazer, e que em breve os prazos estarão à porta. É esse misto de antecipação com um leve terror, é o sentir que acabámos de lavar a cara com água gelada. Esse saber que é preciso arregaçar as mangas e seguir em frente. Já. Porque não há tempo a perder. É uma pena que não fique. É uma pena seja um arrepio de alguns segundos. Pena que não se possa guardar no bolso.
Caminho até ao Vale Encantado
Aos pouquinhos vou soltando as amarras. Coisas que foram muito importantes para mim mas que hoje começam a pesar-me. Sei que estou a fazer o mais responsável, que sou nova demais para criar raízes, que tenho mais é que estender as asas. Mas mesmo assim ainda custa. Pode ser a escolha mais acertada, mas mesmo assim ouvir a voz das pessoas ainda dói. Magoa saber que as coisas vão mudar. Mas a vida é mesmo assim. E enquanto me liberto do que trago nas mãos vou-me sentindo mais sozinha. O horizonte é vasto e eu sinto-me vazia.
Worlds will die and worlds will grow*
Já sei que nada é eterno. Pensei que fossemos como a parábola das canas de verga, mas hoje em dia a vida é mais complicada que um conto bíblico. Tem uma variedade muito maior de numeradores e denominadores. Tenho o rosto seco e estou tranquila. Não me vou deixar destroçar por algo que está totalmente fora do meu alcance e que nem significa necessáriamente o fim. Acredito que ficaremos bem, seja cá dentro, seja lá fora.
*Lord of the Rings, the Musical
Tuesday, October 21, 2008
Outono em extinção
Nos dias de hoje o Outono é aquela estação (cada vez mais) breve com cerca de quatro ou cinco semanas compreendida entre o regresso às aulas e o Natal. Passei recentemente por uma mulher a vender castanhas e automaticamente pensei: Ainda? Mas já estamos quase no Natal! E juro que no segundo seguinte (e nos muitos outros depois desse) me apeteceu ir comprar um taco de basebol para me agredir. Com força.
Monday, October 20, 2008
Friendship is a two way street
Tenho muitas amizades que ficaram-se pelas reticências. Um dia dissémos até amanhã e no dia seguinte nada aconteceu. Nem no outro. Nem no outro. Nem no mês seguinte, nem no ano a seguir. Por vezes olho para trás e tenho remorsos daquilo que não alimentei. Porque as amizades são como as flores; umas precisam de mais àgua que outras mas, com um pouco de cuidado e atenção, (quase) tudo se mantém viçoso.
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Então penso e a outra pessoa? Sim, só porque eu nunca disse nada isso não teria necessáriamente de ser o fim. Nestas coisas a culpa é de ambas as partes e esse pensamento deixa-me tranquila. Continuo a retroceder no tempo e frequentemente apercebo-me de como na esmagadora maioria das vezes era eu quem aparecia com planos e programas, ou era meu esse email ou esse telefonema que nos alimentava a amizade. Talvez afinal não se tenha perdido muito. É um pensamento triste e provavelmente injusto que nunca se aferrou às paredes do meu coração porque no fundo é algo no qual eu nõ consigo acreditar.
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Talvez um dia volte atrás e retome essas amizades interrompidas no tempo. Quem sabe não crio um jardim...
Escolhendo a pétala certa
Metamorfoses
É engraçado como as pessoas mudam. Como pensamos que as coisas serão sempre assim, criamos um pequeno livro de instruções e decoramos que a pessoa se comporta assim ou assado, que perante o cenário A segue-se a resposta B ou B.1. E pensamos tudo bem, esta pessoa é assim, não vale a pena esperar aquilo que já sei não vou conseguir retirar daqui. E decidimos que mesmo assim vale a pena, investimos num relacionamento com algumas linhas e balizas. Subitamente, sem saber bem como ou desde quando exactamente, damos pelas diferenças. Gestos que não estavam nem ali nem nos planos. E perguntamo-nos como raio??? Não é uma questão de ver a pessoa com outros olhos ou num cenário diferente. Não, trata-se dos mesmos programas e conversas de sempre, mas alguma coisa fez disparar o gatilho e não conseguimos descobrir o quê. E isso interessa? Claro que não...
Sunday, October 19, 2008
Domingos são coisas esquisitas...
Não sei bem que faça... Acho que vou dormir a folga...
.(porque este blogue fala de assuntos muito profundos...)
Cause everyone has a past...
O giro de ver filmes relativamente antigos é que encontramos actores que são hoje bastante consagrados a fazerem papeis que não interessam nem ao menino Jesus.
Saturday, October 18, 2008
Hitting the refresh button
Admito que tenho uma (ligeira?) obcessão por recomeçar do zero quando as coisas não me estão a correr tão bem como desejaria. Mas também quando realmente empanámos mais vale rasgar a página e seguir noutra direcção. E também ninguém disse que não se pode começar o dia às sete da noite! Vamos lá então...
Newsflash
Eu sempre pensei que o meu modesto blogue era assim uma coisinha de nada, sem grande importância e sem grandes pretenções expansivistas. Agora venho a saber que aparentemente este espaço é o "reflexo da minha alma" e que chega a mais (e determinadas) pessoas do que eu pensava. Ora esta...
Friday, October 17, 2008
Who's that girl?
Voltei a cortar o cabelo. Juro que não conheço a rapariga que me olha nos reflexos das montras. Parece que voltámos a Abril. Pelo menos desta vez não tenho um penacho com a mania que é uma antena. Acho que vou ficar caladinha no meu canto e deixar que a Laura faça o resto.
"É necessário amar o avô",
dizia Afonso da Maia. Isto algures por 1860. Mas os tempos mudaram. Agora amamos apenas quem temos perto ou quem se prende decisivamente no nosso coração. Laços por laços significam muito pouco. Cá dentro pelo menos. Seguem-se as tradições mas o coração vai vazio. Pode parecer triste, mas é mesmo assim. Cresci num hiato familiar, e agora que as pessoas se voltam a juntar com relativa frequência é já tarde para alguns. Afonso da Maia já lá vai e é pena que algumas pessoas tenham ficado paradas no tempo. Ter o dever de amar... Não acho que seja assim que funcione...
Thursday, October 16, 2008
Autumn flavour
About a boy - Our personal Jiminy Cricket
Will wrestled with his conscience, grappled it to the ground and sat on it until he couldn't hear a squeak out of it. Why should he care if Marcus went to school or not? OK, wrong question. He knew very well why he should care whether Marcus went to school. Try a different question: How much did he care whether Marcus went to school or not? Answer: not a lot. That was better. He drove home.
About a boy, Nick Hornby
On and on...
É um sentimento assustador e simultaneamente com um certo sabor a traição perceber que o mundo não parou connosco. Que ele continua, mesmo se houver um hiato na nossa vida. E quando voltamos nunca é para o mesmo sítio onde parámos. Nesse entretanto as coisas não deixaram de acontecer, aulas foram dadas, trabalhos foram feitos, e há uma pilha crescente de coisas por fazer, de coisas para arrumar, de coisas para organizar. Porque o mundo não pára e o tempo não espera.
Wednesday, October 15, 2008
O comboio vai seguindo e acelerando
E eu começo a ficar para trás. Nada de preocupante, não fosse o meu jeitinho para me acomodar e acabar por cair no caos. Mas desta vez ainda consigo correr e apanhá-lo. É babete! Isto foram apenas uns dias de turpor de luto, digo a mim mesma. Amanhã vamos já atar os atacadores e sair por aí. Qualquer dia chego à paragem mais cedo e tudo!
Tuesday, October 14, 2008
About a boy - Nothing more than feelings...
Today he had convinced himself that he had to drive to Waitrose, but if he was honest the real reason for the trip was that he wanted to sing along to "Nevermind" at the top of his voice, and he couldn't do that at home. He loved Nirvana, but at his age they were kind of a guilty pleasure. All that rage and pain and self-hatred! Will got a bit... fed up sometimes, but he couldn't pretend it was anything stronger than that. So now he used loud angry rock music as a replacement for real feelings, rather than as an expression of them, and he didn't even mind very much. What good were real feelings anyway?
About a boy, Nick Hornby
About a boy - Shutting life out
"God, you're a selfish bastard."
"But I'm on my own. There's just me. I'm not putting myself first, because there isn't anybody else."
"Well, he's there too now. You can't just shut life out, you know."
She was wrong, he was almost positive. You could shut life out. If you didn't answer the door to it, how was it going to get in?
About a boy, Nick Hornby
Not feeling xmasy yet
As luzes do El Cort Ingles já estão a ser montadas e a Casa já tem os artigos natalícios à venda. E, só por acaso, ainda nem chegámos a meio de Outubro. Outubro!!
Monday, October 13, 2008
Happy Birthd...? # 2
E o que é que se diz a uma pessoa que faz anos no dia seguinte ao funeral do pai?
Sunday, October 12, 2008
Saturday, October 11, 2008
1920-2008
Assim pela manhãzinha, quando ainda não havia sol e o céu prometia apenas um dia cinzento e chuvoso, morreu o meu avô. Para não variar, a notícia caiu num vazio preenchido de ecos. Avô? Quem? O meu? Não conheço... É sempre assim: nunca sinto NADA. Não sei explicar porquê, sou simplesmente assim. Apago todos os registos emocionais (não que houvesse muitos) e fica apenas a ficha com os dados preto no branco. Olho para o resto à minha volta, para as pessoas que foram atingidas como que por uma bomba, e parece tudo tão estranho que é como se estivesse fora do quadro. Resta-me apenas seguir a corrente e ir emprestando o meu ombro pelo caminho e para além do destino. Gostava de poder dizer adeus avô, foste alguém especial para mim e trazer-te-ei sempre comigo. Mas como disse, não sinto nada.
Friday, October 10, 2008
About a boy - Já tinha saudades destes retalhos
He had to say that the thing he found most attractive about her was that she had tried to kill herself. Now that was interesting - sexy, almost, in a morbid kind of way. But how can you contemplate dating a woman who might top herself at any moment? Before, he thought that going out with a mother was a heavy number; how much heavier would it be going out with a suicidal mother?
Nick Hornby
Thursday, October 09, 2008
Wednesday, October 08, 2008
About a boy - The silence is finally over
When had he ever been out with a woman who looked like Julie Christie? People who looked like Julie Christie didn't go out with people like him. They went out with other film stars, peers of the realm, or Formula One drivers. What was happening here? He decided that children were what was happening here; that children served as a symbolic blemish, like a birthmark or obesity, which gave him a chance where previously there would have been none. Maybe children democratized beautiful single women.
Nick Hornby
Tuesday, October 07, 2008
Fasten your seat belts
E foi neste primeiro grande dia de chuva que o corpo docente resolveu ligar o turbo plus. Vamos lá ver onde é que isto vai dar...
Monday, October 06, 2008
Talk about bad timing
Anda uma pessoa a tentar esquecer as vozinhas que se vieram instalar (sabe-se lá durante quanto mais dias) na minha cabeça e a entidade paternal decide passar a tarde a ouvir When a man loves a woman em loop mesmo na sala ao lado...
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(além disso, a ironia da situação deixa-me simplesmente perplexa...)
Sunday, October 05, 2008
Gestos proibidos
Há coisas que simplesmente não se fazem. Não comigo e nem agora. Que eu queira esvaziar o tanque, isso é comigo. Que me plantem dúvidas, palpitações e ervas daninhas é outra. Não criem sonhos por mim... Talvez a minha forma de agir, toda ela produtora de bolas de sabão imateriais, não seja a mais bonita ou corajosa, mas é a que me permite adormecer quando pouso a cabeça na almofada. É o que acalma as neuras que me visitam. Existem metas a cruzar para as quais ainda não há desportistas. Há pessoas que não são para aqui chamadas e nenhuma deveria tentar rasgar a fita da chegada. Não há muito mais que se possa dizer; vamos esperar que a pele se regenere e que este arranhão desapareça.
Saturday, October 04, 2008
A odisseia continua...
...lá vamos nós felizes e contentes para Castro Verde!!
Ainda vamos percorrer todas as casas Kep por esta Tugolândia...
Friday, October 03, 2008
Ligeiro mau acordar...
Thursday, October 02, 2008
A little less conversation
E é assim que decore um dia espectacular! Menos reflexão e mais trabalho. Ponto final.
Wednesday, October 01, 2008
Good morning!
Worst timing ever...
Definitivamente esta é uma péssima altura para o coração vir com caprichos. Pieguices, cheguem-se para lá! Além disso seria uma estúpidez deixar-me afectar por um pacote de açúcar. Eu tinha já pensado em todo um protesto escrito para quando este pacote me voltasse a acompanhar o café, mas honestamente, hoje estou sem grande vontade para o fazer. Há dias em que, mesmo quando nos sabemos cheios de coisas boas, o coração prefere obstinar por algo que (ainda) não tem. O que é que se há-de fazer? O coração é um orgão de birrinhas.
Something missing...
O simples facto de que há semanas (meses?) que não cito livro nenhum é prova suficiente e irrefutável de que este tem sido um ano desastroso a nível literário. Talvez neste últimos meses se componha qualquer coisita.
Tuesday, September 30, 2008
Para ficarem tão a anhar como eu...
Im Thiergarten, auf einer Bank, sitz ich und rauche;
und freue mich über die schöne Vormittagssonne.
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Vor mir, glitzernd, der Kanal:
den Himmel spiegelnd, beide Üfer leise schaukelnd.
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Über die Brücke, langsam Schritt, reitet ein Leutnant.
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Ünter ihm,
zwischen den dunklen, schwimmenden Kastanienronen,
pfropfenzieherarlig ins Wasser gedreht,
- den Kragen siegellackrot -
sein Spiegelbild.
.
Ein Kukuk
ruft.
Eis a primeira aula do semestre a puxar-me o tapete debaixo dos pés. Assim, a papo seco. Mai nada! Um jogo em que subtilezas linguísticas, estilísticas, literárias e culturais eram bolas de ping pong lançadas demasiadamente rápido para os meus olhos conseguirem seguir. E o meu caríssimo dicionário esquecido em cima da cama. Bolas!
Extreme makeover # 2
Dia 2: Quando certos desejos alimentares começarem a popular os pensamentos, aceitar ir jantar com uma amiga a qualquer lado.
Monday, September 29, 2008
Extreme makeover # 1
Dia 1:
- Avaliação dos estragos e foto consequente(mente) embaraçosa)
- Arrumar o quarto/zona de trabalho
- Começar dieta
Sunday, September 28, 2008
Saturday, September 27, 2008
The apocalyptic truth
E como se não bastasse, ainda fui meter o pé na poça outra vez (que é como quem diz a boca no doce). Queridos pés, o casamento é daqui a um mês. Têem até lá para voltarem a entrar nos sapatos!
Friday, September 26, 2008
Thursday, September 25, 2008
Recomeço
Liberdade
[...]
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
[...]
Fernando Pessoa
[...]
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
[...]
Fernando Pessoa
E assim se inaugura mais um semestre. Assim termina a primeira semana (ainda) sem grande embalo. É tudo muito doce quando no príncipio é só Pessoa; fica sempre um cheiro de promessa no ar.
Wednesday, September 24, 2008
Hoje não é noite para romantismos...
... penso para mim enquanto beberico a minha caneca de chá e mergulho novamente Equador adentro. Não, hoje é noite para trabalhar e para espreguiçar por páginas de literatura inexplorada. De correr quilómetros de palavras e ainda me saber a pouco. É noite de encher o silêncio de uma televisão desligada com um livro aberto de par em par. Mas não é noite de torturar estúpida e desnecessáriamente o coração. Não, hoje não...
Detesto reconhecer...
... que talvez William Moris tivesse razão; talvez o ser humano seja mesmo verdadeiramente feliz quando trabalha. Bolas para as teorias utilitaristas!
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Ah, e continuo a achar que ler News from Nowhere foi uma perda de tempo.
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Ah, e continuo a achar que ler News from Nowhere foi uma perda de tempo.
Tuesday, September 23, 2008
Monday, September 22, 2008
On a brand new road
Somos só números.
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Na altura tal frase orweliana fez tanto sentido e no entanto agora, a apenas alguns minutos de distância, parece uma afirmação surgida de um mundo tão estrangeiro... Depois de tudo o que se tem vindo a passar nos últimos meses, nos últimos dias, nas últimas horas, custa-me a processar que sou (ou serei) um conjunto de dígitos (des)ordenados. Sou kep com P maiúsculo, descobri a Laura que vivia cá dentro e quebrei revertigo. Se alguma vez estive no caminho para me tornar um número ou um peixe de cardume então digamos que a certa e (in)determinada altura algumas e/ou todas as extremidades do meu ser deram o grito do Ipiranga. Estou a desbravar (o meu) caminho.
Thursday, September 18, 2008
I should know better...
Quando se brinca com o cão dos outros durante horas a fio fica-se com o cheiro do animal na roupa...
Same old same old...
Tuesday, September 16, 2008
Bye bye
Fui-me. Fiz as malas no último minuto e estou pronta para sair. Vou aproveitar os últimos dias numa casa tão familiar e cheia de mimo. Quatro canais e nada de internet. Só ler, comer, dormir. E mimo com mousse de chocolate. Adeusinho...
Monday, September 15, 2008
Sunday, September 14, 2008
After the second round
Eis as minhas conclusões relativamente a Mamma Mia!:
- Continua a ser o melhor filme de 2008
- A Meryl Streep pode não ter uma grande voz mas faz um uso estrondoso daquela que Deus lhe deu sem descurar por um segundo da interpretação brilhante do costume
- Nunca mais vou conseguir olhar para cabeças de peixe da mesma maneira
- Nunca mais vou conseguir ouvir a Chiquitita sem me desatar a rir
- Amanda Seyfried é um achado
- Colin Firth é de longe o mais afinado (relativamente aos homens)
- A nível decorativo este filme veio provar que ser desarrumado compensa
- Rosie é sem dúvida a minha personagem preferida
- Não estava a pensar ir à Grécia durante os vintes, mas digamos que este filme fez-me mudar drásticamente de opinão
Tenho dito!
Saturday, September 13, 2008
Porque é giro chular o consumidor...
Imaginem o meu espanto quando - por mera curiosidade - fui saber do livro The Pillars of the Earth de Ken Follett e descobri que a editora portuguesa responsável achou que era giro dividir a obra em três volumes e cobrar 25 euros por cada um. Mas esta gente está doida???? Assim não há programas de incentivo à leitura que nos valham! Honestamente, mais vale mandá-lo vir de Inglaterra por cerca de dez euros (sim, dez!!). Caramba, estas coisas deixam-me danada!
Jekyll & Hyde
Pergunto-me como é que aquela pessoa pacífica e carinhosa que foi connosco de férias e o homem que vejo todos os dias são uma e a mesma pessoa? Como é que é possível co-existirem sem conflito? Porque é que mudas de registo (esse que eu odeio) tão facilmente? E depois dizes que eu é que sou complicada...
Hate diary
É provavelmente uma boa ideia, essa de registar todas as ofensas que me fazes. Porque quando o ódio nos bate à porta as palavras fogem para debaixo da cama. Porque subitamente a raiva alastra-se das nossas profundidades até às paredes do corpo e não sobra mais nada. Porque a guerra só estala muito depois do início das hostilidades e nessa altura já os primeiros ataques foram esquecidos. E porque sei que só estarás pronto a ouvir-me num futuro ainda distante e não posso arriscar ficar com isto preso no peito, por dizer e apodrecendo-me por dentro.
Friday, September 12, 2008
Thursday, September 11, 2008
In the mood
Hoje não me apetece falar. Deve ser influência do livro, por vezes acontecem-me destas. Hoje vou aninhar-me pela casa (fingindo que tenho um cão a trotar atrás de mim), pegar no livro e desbravar caminho.
Wednesday, September 10, 2008
Tuesday, September 09, 2008
Monday, September 08, 2008
Gimme, gimme, gimme a man after midnight*
Você tem é de arranjar um namorado!
diz ela como se se tratasse de meia dúzia de ovos ou de um frasco de champoo. Lisboa é grande e você é tão nova!, acrescenta. E então? Não é assim tão simples! Sim, claro que apoio e defendo a ideia de ser a mulher a montar um cavalo branco e a fazer-se à vida, no entanto confesso que não sou grande fã de perseguições e épocas de caça. Não sou apologista das noitadas de engate. Dos reconhecimentos a locais onde se poderá talvez encontrar um homem que preencha todos os requisitos. Nunca me veria a recorrer a livros como O Jogo do Amor do Dr. Phil ou a qualquer forma de livros de auto-ajuda, pelo menos no campo amoroso. Considero isso o fundo do poço. Faz-me pensar automaticamente numa só palavra: desesperada. Não, não sou eu (pelo menos ainda).
Também há quem acredite que tudo tem um tempo para acontecer, que as pessoas surgem na nossa vida quando tem de ser. Sinceramente, não sei que vos diga. São perspectivas... Tudo o que posso responder a tais afirmações é: eu sou pela descontracção (ainda que mal praticada pela minha pessoa), pelas pessoas que saem (de noite e de dia) simplesmente para se divertirem, sozinhas ou com amigos. Sou pelas portas abertas, por conhecer pessoas novas sem segundas intenções. Acredito que é muito mais fácil atrair os outros se estivermos bem dispostos e com um sorriso estampado no rosto. Acho que assim somos naturalmente mais espontâneos e cativantes. Certo?
*ABBA, Gimme, gimme, gimme
Sunday, September 07, 2008
Atonement
Ela realmente não merecia. Custa-me ter feito dela uma vítima colateral. Por vezes a ímpetuosidade da minha idade cega-me e vai tudo à frente. Consolo-me pensando nas horas e horas em que resisti a esta fúria deixando espaço apenas para as lágrimas. Mas no fim o resultado foi o mesmo. No fim acabei por ceder e ela não merecia. Que os outros sofressem, que tenho eu com isso? Seria justo. Mas ela não. Porque durante o dia de hoje, durante aquela manhã fatídica ela foi sempre correcta. Via o meu ódio reflectido nos olhos dela e senti-lhe a compreensão nos pequenos gestos, senti as pequenas redes que colocava no caminho para me amparar. E mesmo assim a minha raiva foi maior. E claro, estando ela presente acabou por cair na mesma rede que os restantes. Desculpe. Espero que um dia tudo isto seja apenas uma vírgula lá longe. Espero poder reconstruir o que havia antes. Assim, tal como era há vinte e quatro horas atrás.
Saturday, September 06, 2008
Sudden season
Eram 6:45 quando me levantei. Num movimento que se tinha tornado automático, arrastei-me até à janela para ver o sol acabadinho de nascer. Mas esse não viera. Sete da manhã e apenas um manto cinzento cobria o céu, de tal forma que as luzes da rua ainda se mantinham acesas. Cheguei-me à varanda para espreitar a rua e o mar, mas senti os pés (que trazia sempre tão desafogadamente descalços) molhados. Chuvia. Gotas grossas e pesadas, como se já se andassem a prometer à muito tempo, mesmo apesar do céu límpido e feliz dos últimos dias. Retrocedi para dentro e, encostada à janela, fiquei a ouvi-la cair. Um vento gelado batia-me na cara e emaralhava-me os cabelos com a brusquidão de um Inverno repentino. É triste, mas é verdade, pensei para mim. O Verão terminou.
Tuesday, September 02, 2008
Randomly thinking...
Sou um oceano profundo. De tal maneira que por maior que seja a minha botija de ar e por mais potente que seja a minha lanterna nunca chego a avistar o solo. Penso, penso, penso... e parece que nunca chego a parte alguma.
Se calhar o meu corpo nunca foi um aquário...
The sound of glass breaking*
Não sei o que foi que ela disse ao certo que provocou esta alteração em mim. Sei que de um momento para o outro o puzzle estava completo e fez-se luz. Vejo nela reflexos e traços inapagáveis de outra pessoa. Infelizmente! Nunca mais as coisas serão como dantes.
*HIMYM
Saturday, August 30, 2008
Vacations in imaginary Switzerland
Resolvi dar-nos tréguas. Porque ninguém desta família merece passar as suas férias num campo de batalha. Porque eu mereço férias. Porque preciso sentir que lá no fundo ainda és o homem que eu sempre admirei e com quem sempre brinquei. Porque ainda quero guardar uma réstia de orgulho ao ouvir que somos tão parecidos. Durante duas semanas vamos colocar uma tampa e fingir que está tudo bem. Sim?
May your glass never shatter*
Se há coisa que eu não suporto é vigarices, disse ela com a sua sabedoria octagenária. Pessoas que enganam e dissimulam, acrescentou. E eu pensei cá para mim: espero que nunca o vejas com os meus olhos, que nunca saibas o que eu sei nem sintas o que tenho cá dentro. Prefiro ser eu a filha com causa infundada a que sofras por ele. Porque não vale a pena viver e amar tanto para depois cair tão fundo. Não assim.
*How I met your mother reference
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