... o blog faz 3 aninhos.
Friday, January 30, 2009
Night train to Lisbon - Images and shadows
Isn't every glance of another and every exchange of looks like ghostly brief meeting of eyes between travelers who glide by one another, intoxicated by the inhuman speed and the fist of air pressure that makes everything shudder and clatter? Don't our looks perpetually bounce off the others, as in the hasty encounter of the night, and leave us behind with nothing but conjectures, slivers of thoughts and fictional qualities? Isn't it true that it's not people who meet, but rather the shadows cast by their imaginations?
Pascal Mercier
Thursday, January 29, 2009
Hug Hunger
Por vezes sinto o coração cheio num corpo vazio. Sinto o eco dos seus batimentos expandindo-se por um interior oco. Coração e pulmões, suspensos e sozinhos cá dentro. Pulmões igualmente vazios. Aspirando sofregamente o ar que não conseguem obter. Como que constantemente submersos. Deambulo pela cidade. Oca. Sigo com a minha rotina. Oca. Sinto-me vazia de conteúdo. Falta-me o toque.
Night train to Lisbon - Perspectivas
With the new glasses the world was bigger and for the first time, space really had three dimensions where things could extend unhindered. [...] Indeed it was also lighter with the light frame on the nose, the heavy steps he was used to no longer suited the lightness in his face. But the world was closer and more oppressing, it demanded more of you, but its demands weren't clear. When the became too much for him, these obscure demands, he retreated behind the old lenses that kept everything at a distance and allowed him to doubt whether there really was an outside world beyond words and texts, a doubt that was dear to him and without it he really couldn't imagine life at all. But he could no longer forget the new view either [...]
Pascal Mercier
Wednesday, January 28, 2009
Prioridades
Já muitas vezes me vieram perguntar o que se passa comigo. Porque deixei subitamente de ir ao cinema. Porque já não leio tantos livros. A resposta está na rua. Nos amigos. No rosto do meu irmão. Nas kizombas dançadas e treinadas. É um preço (mais que) justo. E ainda assim parece tão pouco. O tempo. As coisas feitas. Os momentos passados. Parece sempre pouco. O mundo ainda é tão vasto e desconhecido. Mais um ano que se aproxima do fim e sinto-me ainda por estrear.
I can see all obstacles in my way*
Até à semana passada dizia, feliz e contente, que não havia melhor começo de ano do que o de 2009. Agora poderia dizer que talvez não seja bem assim. Os problemas cairam-me em cima em peso, uns em cima dos outros, como se eu fosse um jogador de rugby esmagado debaixo de uma enorme pilha humana. E já chorei. Provavelmente sou capaz de voltar a chorar. Mas não faz mal. Porque já estava na hora de os resolver e, pensando bem, não poderia haver melhor altura para me cairem em cima do que agora. Agora que o ano ainda vai fresquinho e há embalagem para mudar as coisas e seguir em frente com pica. Agora que consigo finalmente encarar os problemas olhos nos olhos, agora posso traçar um plano, respirar bem fundo e enfrentar o Adamastor.
*I can se clearly now
First struggle of the year
Estou a tentar ver o copo meio cheio. A sério que estou. Mas depois de um baque na quinta, outro na sexta e outro ontem... Está a ser difícil por-me de pé...
Tuesday, January 27, 2009
Sunday, January 25, 2009
So far so happy
2009 tem sido bastante generoso...
Nunca mais passo uma passagem de ano longe de vocês ;)
Friday, January 23, 2009
Some close is too close
Agradeço aos céus não ter de te tocar. De dançar contigo. De estar perto. Tenho a certeza que me lixarias o sistema. E já basta as tuas mãos na minha cintura.
Thursday, January 22, 2009
Blues for teacher someone
O semestre acabou à cerca de meia hora. O periodo de aulas, pelo menos. Estava à espera que saísse da sala aos pulinhos, de sorriso estampado no rosto. Mas não. Estou triste por ter chegado ao fim. Por não poder ter mais cadeiras com esta professora. Porque esta foi daquelas que me inspirou de verdade. E tenho pena. Não queria, mas hoje, primeira tarde de férias de 2009, sinto-me miserável...
Illusion
Cada vez que olho para ti lembras-me o inevitável. O adiado. Baralhas-me os sentidos e tremelicas-me o batimento cardíaco.
Tuesday, January 20, 2009
Memo
Última semana de aulas. Morta de cansaço, com escasso acesso à net, com pouquíssimas horas de sono em cima, mas pelo menos a ver frutos pelo esforço.
Saturday, January 17, 2009
Learning the same lesson twice
Voltei a ver o mundo a laranja. Todo ele laranja. Sem qualquer traço de azul ou de outra cor qualquer. Não sei como é que aqui vim parar outra vez, mas (infelizmente) já sei onde é que isto vai dar. E não sei por onde fazer marcha atrás...
Friday, January 16, 2009
Der Sanduhr*
Tenho pena de não poder fazer mais. Mas não há tempo. Não costumo ser assim tão perfeccionista (pelo menos não no que toca a aspectos académicos), mas há frequências e trabalhos que gostaria de repetir (como aliás já o fiz) para desafiar o tempo. Para o tentar ultrapassar. Tentando não ficar pela rama, mas mergulhar mais e mais nos temas propostos. Há obras que são oceanos de conteúdo e por mais que aplique o meu poder de síntese, parece que nunca tenho tempo suficiente para dizer o que quero.
Dois trabalhos para terça-feira em apenas cinco dias. É uma pena que o tempo não estique.
Dois trabalhos para terça-feira em apenas cinco dias. É uma pena que o tempo não estique.
*A ampulheta
Wednesday, January 14, 2009
Light at the end of the tunnel
Mais uma semana até à liberdade. Três trabalhos e pronto! Uma semaninha sem fazer nenhum, de papo para o ar e polegares doridos.
Leap of faith
Passei a minha vida constantemente esmagada pelas palavras desemprego e isso não dá dinheiro. Nadei sempre contra a corrente. Agora acabou-se. Disse que iria caçar sonhos como borboletas e é mesmo isso que tenciono fazer. Vou arriscar e ver o no que dá. Por vezes também são precisos tiros no escuro. Vou escolher um mestrado e nos entretantos vou explorar o que ficou para trás. Vou voltar a cantar. Vou andar atrás da Margarida como uma lapa até ela abrir outra oficina de representação. Vou à procura de emprego numa livraria, mesmo que seja só por uns meses e mesmo que no fim não dê em nada. Vou passar um mês noutro país, aprender outras línguas, sei lá... O mundo é um livro aberto, cheio de possibilidades. E navegar é preciso...
Tuesday, January 13, 2009
Escusado será dizer...
... que não dormi nada de jeito, tenho a matéria feita num novelo todo emaranhado, estou stressada, mal-disposta, nervosa e com vontade de bater em alguém.
Felizmente já tenho sessão de terapia reservada para esta noite.
Felizmente já tenho sessão de terapia reservada para esta noite.
Indignação matinal
Mas quem é que no seu juízo perfeito escolhe fazer exame??? Aparentemente só nas cabecinhas das minhas caríssimas colegas. Quer dizer, podia eu agora estar descançada com a frequência a valer só 50% e um trabalho escrito (nos quais é sempre mais improvável que se tenha nota negativa) que valeria os outros 50%. Mas não! É frequência (e uns trabalhinhos da treta que não contam para quase nada e no fundo dão tanto trabalho como um trabalho a sério) e se tiver menos de 14 pimba! Exame. O qual afinal não faz média. Lindo. Cada vez melhor. A isto se chama um tiro no pé.
Monday, January 12, 2009
Anything but studying, please
Friday, January 09, 2009
Time...
Quase toda minha vida foi com um relógio no pulso. Comecei aos cinco com um do Mickey. Seguiram-se um da Pocahontas e um do azul Snoopy até que me apaixonei pela Swatch. Desde então nunca deixei o pulso direito a nú. Adorava a marca, branca como leite, pela qual media o meu bronzeado no Verão.
Até que vieram os espectáculos e a comecei a detestar. Em todas as filmagens, por mais ranhosas que fossem, podia jurar que conseguia ver um relógio fantasma no meu pulso. Então, em Setembro 2008, resolvi andar sem ele pela primeira vez. E fui-me habituando a medir o tempo sozinha, guiada apenas pelo sol e pelo meu relógio interno. Desde essas férias que nunca mais usei um (sem ser para as frequências).
E o mais espantoso é que sem o meu pequeno e fiel acessório a minha noção do tempo foi mudando. Fui-me tornando mais pacata, menos ansiosa com as coisas a fazer. Agora sinto que tenho tempo para tudo e vou levando as coisas com mais calma. É difícil de explicar como tudo isto se passou e como tudo isto se manifesta, mas a verdade é que sou uma pessoa melhor e aproveito mais a vida sem um relógio no pulso que, percebo-o agora, me fazia correr atrás de todas as horas e minutos e me limitava o viver.
Até que vieram os espectáculos e a comecei a detestar. Em todas as filmagens, por mais ranhosas que fossem, podia jurar que conseguia ver um relógio fantasma no meu pulso. Então, em Setembro 2008, resolvi andar sem ele pela primeira vez. E fui-me habituando a medir o tempo sozinha, guiada apenas pelo sol e pelo meu relógio interno. Desde essas férias que nunca mais usei um (sem ser para as frequências).
E o mais espantoso é que sem o meu pequeno e fiel acessório a minha noção do tempo foi mudando. Fui-me tornando mais pacata, menos ansiosa com as coisas a fazer. Agora sinto que tenho tempo para tudo e vou levando as coisas com mais calma. É difícil de explicar como tudo isto se passou e como tudo isto se manifesta, mas a verdade é que sou uma pessoa melhor e aproveito mais a vida sem um relógio no pulso que, percebo-o agora, me fazia correr atrás de todas as horas e minutos e me limitava o viver.
Night train to Lisbon - On impulses
Most of my life has been closely intertwined with this Gymnasium, and I am sure I will miss it. But now, something is driving me away from it and it could well be that this movement is final. You and I are both admirers of Marcus Aurelius, and you will still remember this passage in his Meditations: "Do wrong to thyself, do wrong to thyself, my soul; but later thou wilt no longer have the opportunity of respecting and honoring thyself. For every man has but one life. But yours is nearly finished, though in it you had no regard for yourself but placed thy felicity in the souls of others... But those who do not observe the impulses of their own minds must of necessity be unhappy."
Pascal Mercier
Wednesday, January 07, 2009
Night train to Lisbon - Da multiplicidade do ser
Given that we can live only a small part of what there is in us - what happens with the rest?
Pascal Mercier
A new start
Voltei hoje a pegar numa parte semi-esquecida da minha vida. Enchi-me de coragem e resolvi dar o sim a mim mesma. Acabar com o stand by de tantos meses, virar a página e recomeçar. Sinto que estou no caminho certo. Sem destino à vista, mas de certeza no caminho certo. O ano novo ainda agora entrou e já estou a gostar...
Night train to Lisbon - Words, words, words
When I read a newspaper, listen to the radio or overhear what people are saying in the café, I often feel aversion, even disgust at the same words written and spoken over and over - at the same expressions, phrases, and metaphors repeated. And the worst is, when I hear myself and have to admit that I too repeat the eternally same things. They're so horribly frayed and threadbare, these words, worn out by being used millions of times. Do they still have any meaning? Naturally, the exchange of words functions, people act on them, they laugh and cry, they go left or right, the waiter brings coffee or tea. But that's not what I want to ask. The question is: Are they still an expression of thoughts? Or only effective sounds that drive people here and there because the worn grooves of babble incessantly flash?
Pascal Mercier
Tuesday, January 06, 2009
Resoluções
Este ano quero cuidar mais de mim. Vou-me deitar a horas de gente decente (tirando as noites de borga). Vou ostracizar o chocolate e abraçar comida verde. Vou sorrir muito, dançar até cair para o lado, ler quilómetros e quilómetros de papel, cantar e abraçar como se não houvesse amanhã. Vou ser arrumadinha. Mais confiante. Mais maluca e absurda. Pensar menos e fazer mais. Muito mais. Sonhar (ainda) mais alto e agir de peito aberto, com medos à mistura mas sem nunca parar. Vou caçar sonhos como borboletas e não vê-los simplesmente passar. Vou ter soluços. Muitas vezes. Ver filmes e estar com os amigos. Vou entrar nas fotografias. Brincar com o meu irmão e voltar a jogar mikado e xadrez. Vou mudar de visual e continuar a sorrir para os pacotes de açúcar Nicola. Este ano eu vou mais longe.
Monday, January 05, 2009
New year floating above my head
Ainda estou a pensar nos desejos e nas resoluções. Não fiz nada disso nesta passagem. Acho que estava demasiado ocupada a divertir-me com os amigos para me isolar na minha bolha actimel. E quando já se está assim feliz desejar mais parece... fútil e desnecessário. Por isso acho que o melhor que posso desejar a mim mesma é um ano intensivamente KEP, visto que 2008 foi tão especial com também por vocês estarem sempre na área e visto que foram vocês (seus badamecos ranhosos) quem me desenterrou sonhos e me deu ferramentas para fazer de 2009 um ano feliz. E não, não vou chorar nem voltar a agradecer nem fazer mais vídeos (vídeos?? nem pensar!).
Statement
Recuso-me a começar o ano com chatices e inseguranças. Quero começar feliz e a cem por cento e mais nada; tenho dito!
Aparentemente, parece que está a resultar...
Aparentemente, parece que está a resultar...
I'm a good girl, I am*
Nas últimas vinte e quatro horas:
- Li dois actos do Don Juan de Moliére
- Li a introdução de A Metamorfose das Plantas de Goethe
- Li o excerto de Viagem a Itália de Goethe
- Li Goethe and the Scientific Tradition
- Imprimi Woyzeck de Georg Büchner
E ainda vou ler mais de Don Juan e analisar cartas de Georg Büchner. We're back in business...
*Eliza Dootlittle, My Fair Lady
Thursday, January 01, 2009
This year's fuzzy
Há algum tempo ouvir dizer que a melhor forma de arrumar uma divisão e nos vermos livres da tralha era retirar tudo o que se encontra no seu interior e depois só deixar entrar aquilo que realmente queremos lá dentro. Queria fazer o mesmo comigo. Expelir pensamentos e sentimentos (perdoem a aliteração!) e reorganizar-me.
Janeiro é por excelência o mês das promessas, das resoluções, de todas as possibilidades (ainda) sem furos ou rasgões. Acredito que este vai ser um ano bom. Que pode ser um ano de grandes mudanças, de abanões e coisas novas.
No entanto ainda está tudo muito confuso. Preciso de fechar para balanço antes de entrar verdadeiramente em 2009. Preciso de pensar. De escrevinhar até escrever; até as palavras fazerem sentido. De definir metas e desafios. Preciso de uma bolha e de pessoas cá fora à minha espera.
Janeiro é por excelência o mês das promessas, das resoluções, de todas as possibilidades (ainda) sem furos ou rasgões. Acredito que este vai ser um ano bom. Que pode ser um ano de grandes mudanças, de abanões e coisas novas.
No entanto ainda está tudo muito confuso. Preciso de fechar para balanço antes de entrar verdadeiramente em 2009. Preciso de pensar. De escrevinhar até escrever; até as palavras fazerem sentido. De definir metas e desafios. Preciso de uma bolha e de pessoas cá fora à minha espera.
Another year begins...
... and I'm still trying to follow the yellow brick road, hoping Emerald City isn't that far off...
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