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Friday, September 29, 2006

Trivialidades da casa

(continuando o mote do top six)

1. Não sei comer salada de alface sem ser com as mãos. Fazer-me confusão e enerva-me as folhinhas escaparem do garfo. É uma perseguição estúpida e sem sentido.

2. Tenho problemas em ter um ritmo de vida equilibrado. Não sei o que isso é, já tentei mas nunca fico nesse ponto por muito tempo. Ou vivo a minha vida ao máximo, com um horário acrobático, cheia de vida, coisas e pessoas, ou então - nada! Passo os dias entre sestas e preguiças e um livro sempre no regaço.

3. Problemas de ansiedade. Não durmo na véspera da véspera de Natal, nem antes dos meus anos ou de exames, ou de um simples passeio a Sintra com os amigos. Pareço um daqueles cães que ficam fixos na bola e não vêem mais nada.

4. Na véspera de Natal (tradições!) ainda vejo Um porquinho chamado Babe na cama e durmo com um peluche (se tiver "inspirada" ainda desço ao ponto de pedir um beijinho de boa-noite ao meu pai)... O que se há-de fazer? Eu gosto de me sentir criança na véspera de Natal... depois acordo normal!

5. Sabem aquela série, Once and Again, com aquelas cenas a preto e branco em que as personagens falam do que aconteceu como se estivessem numa entrevista? Gostava de fazer o mesmo com a minha família. Colocar um gravador sem que soubessem e gravar o que dizem. Depois queria escrever as suas histórias com as suas próprias palavras. Tenho esta ideia há anos. Desde que li a Aparição. Aquela cena dos albuns de fotografias marcou-me. Pegar numa foto dos meus avós e perguntar

- Avó, quem são estes?
- Não sei querida, são família do teu avô.

... engraçado! Há dois meses, quando ele ainda estava vivo, eram família. Agora que morreu são apenas pessoas numa foto. Ninguém sabem quem são. Quem foram. Isso assusta-me. Pensar que ninguém se vai lembrar desta gente, quem ninguém vai saber que o meu pai abriu um concerto das Doce, que a minha tia-avó chama à rotunda "bolacha" (Oh Maria Alice, dá aí a volta à bolacha e viras logo na segunda saída."), que o meu avô ganhou um concurso a dançar a valsa... Porque não quero que eles morram comigo.

6. Gosto de ter meias o mais colorido e estranho possível. É como um segredo! Posso vestir uma roupa serena, informal e simples... mas as meias, que só eu vejo, são como uma criança com a língua de fora - vivas, alegres e sem regras!

Thursday, September 28, 2006

Canecas e mais canecas!


Depois de tanta conversa acerca de chá e canecas aqui estão elas - as minhas canecas! No total são vinte e seis. Com riscas, bolinhas, bonecos, grandes, pequenas, redondas, com tampa... you name it!

Tuesday, September 26, 2006

Peter Pan - Mr. Darling

Mrs. Darling consulted Mr. Darling, but he smiled pooh-pooh. "Mark my words," he said, "it is some nonsense Nana has been putting into their heads; just the sort of idea a dog would have."

[...]


And still Wendy hugged Nana. "That's right," he shouted. "Coddle her! Nobody coddles me. Oh dear no! I am only the breadwinner, why should I be coddled, why, why, why!"

"George," Mrs. Darling entreated him, "not so loud; the servants will hear you." Somehow they had got into the way of calling Liza the servants.


Oooh! porque é que parece já não haver lugar para histórias como o Peter Pan? Para aquele humor que tanto gosto. Já vi o Peter Pan de 2003 um sem número de vezes. Adoro. Tudo! Os cenários, os actores, os diálogos, a banda sonora... tudo, tudo! É a melhor adaptação feita até agora (pelo menos é o que se diz e eu concordo!). Quem vê não consegue deixar de sorrir (tirando os pobres de espírito). Sim, quando meu pai entra na sala e eu sou toda um sorriso imenso e ele returque: Ah, estás a ver isso? Mas isso não é para crianças?... Não há palavras, apenas uma almofada a voar!

Sunday, September 24, 2006

No fim da tempestade

Todas as discussões são estúpidas. Porque teoricamente há sempre outro caminho. Mas no meio de toda a sua estupidez há sempre algo bom que se pode guardar. Sim, acredito mesmo que nada é totalmente mau, pelo menos não com as discussões. Hoje, enquanto a ferida sara e a minha respiração regressa lentamente ao normal, apercebi-me de como sou forte. De como a minha carapaça endureceu ao longo das discussões que tivemos. De como cresci (porque nas discussões também se cresce, se amadurece). Estou preparada como que para um terramoto (mantimentos, lanternas, uma manta - tenho tudo cá dentro). E por muito catastrófico que seja o estado desta minha vilazinha depois da tempestade, sei que aprendi o suficiente para sobreviver sozinha. As tuas ameaças são como vento porque já não há nada que possas fazer que me impeça de seguir em frente.

Dinheiro? Tenho o resto desta mesada que já não me tiras e as minhas poupanças, consigo manter-me por umas semanas até tudo voltar ao normal. Boleias? Por favor! há meses que não preciso de ti... Sair à noite? Só me podes proibir aos sábados, e esses podes tê-los todos! (Se pensares bem verás que és tu quem sai mais prejudicado disto).

É verdade que este ambiente sufoca. Os dias de pós-guerra que se seguem à catastrofe são sempre tortuosos. O silêncio pesado, o evitar-te e tu a mim, o deixar de comer para não me sentar à mesma mesa que tu. Mas não me importa porque fiz o que estava certo e porque sei ao infinito que o suportarei melhor que tu. Porque tu esqueceste que eu tenho muito mais prática. Parece que não te lembras do que já vivi! Visto a pele de autista mais uma vez, sacudo-lhe o pó e pronto! Mergulho para dentro de mim, para uma caverna cheia de tesouros e esqueço o teu mundo. Aqui posso deixar passar uma segunda Guerra dos Cem Anos se necessário. Tenho uma capacidade de isolamento invulgar e sabes disso - veio nos relatórios, disseram-te os vários psicólogos e professores. Tu sabes! Há castelos que ninguém pode destruir e isso conforta-me.

Agora, com o machado de guerra enterrado, não quero pensar mais no assunto. Ao contrário do que parece não estou triste ou zangada. Desde o início destas páginas que estou em paz. Estas não foram palavras de raiva ou ameaça, mas de contentamento. Fico feliz por descobrir que afinal não sou aquele bichinho fraquinho que podias castigar. Não! Ensinaste-me bem, mesmo nas discussões, mesmo contra ti. Não sou uma predadora, mas uma resistente. Tenho força para sair ao mundo e aguentar-me ao que vier. Não me tiraram o medo, mas deram-me um kit de sobrevivência.


"Tu és a coisa mais importante que vais conhecer." - Obrigada Luís, hoje essas palavras bateram fundo

Saturday, September 23, 2006

Conversas à noite # 2

Então não vais dançar esta?

Não, eu não gosto das salsas lentas. Eu gosto é das rapidinhas.

(Acho que não preciso de dizer mais nada! Ou melhor, nada do que eu diga pode tirar quaiquer ideias que se tenham alojado na vossa mente...)

Fame - High Fidelity


Comecei a ver o Fame no People and Arts. Achei piada, uma série típica dos anos 80. Podia colocar muita coisa cá no blog. Grandes coreografias, momentos mais emblemáticos. Mas preferi começar por aqui. Porque tem duas das personagens que mais gosto, porque simpatizo com a música (fica no ouvido!), porque gosto da voz doce e simples da Doris, e porque me traz de volta um livro que ainda não esqueci E logo, porque me lembra de ti, e de ti.

Eco que não quero

Sister Mary Clarence: If you wake up in the morning, and you can't think anything but singing, then you should be a singer, girl.

(a citação originalmente era dirigida para o acto de escrever - é só trocar singing por writing e singer por writer- Do cabaret para o convento II)


Esta citação assombra-me à meses. Todos os dias quando vivo a minha vida com legendas por baixo, quando penso já narrando, quando me sento em frente ao teclado. Cada metáfora que flui de mim parece colocá-la a bold. Mas desde aquele(s) elogio(s) que a cada dia que passa se torna mais difícil empurrar para dentro de mim essas palavras que me imobilizam. Parece que incham e já não cabem na gaveta. Gaveta! Como no Peter Pan:

[ Mother: There are many differente kinds of bravery. There's the bravery of thinking of others before oneself. And your father has never brandished a sword nor fired a pistol, thank Heavens! but he's made many sacrifices for his family and put away many dreams.

Michael: Where did he put them?

Mother: He put them on a drawer. And sometimes late at night we take them out and admire them. But it gets harder and harder to close the drawer. But he does. And that is why he is brave. ]

Mas esta não tem sonhos. Tem uma voz que soa e me assombra. Que me persegue, que não me larga. Como um cachorro a morder e a puxar-me pela bainha das calças. Não me tortura, apenas me cansa. Porque esse nunca chegou a ser um sonho, apenas uma tendência. Sempre gostei de escrever. Ponto! Gosto da minha forma própria de pôr as coisas. Gosto que as pessoas me conheçam assim. Por isso escrevo, por isso publico. Por isso venho aqui todos os dias, senão para escrever, para ler o que me deixam. Porque por escrito tudo parece mais simples. Mais arrumadinho e linear. A realidade tem outro brilho e aqui eu sinto-me verdadeira e embelezada, por trás de metáforas (tão minhas!) e de paralelismos. E por vezes sinto, sei, que quem me lê me conhece às profundezas da alma.

Friday, September 22, 2006

Conversas à noite

"Espera, está ali um buraco melhor."(*) ... Se eu tivesse um euro por cada vez que já me disseram isto... (Teria pelo menos cinco euros! Já dá para pagar o jantar... numa tasca...)



(*) Frase comum para quando alguém procura um espaço livre na pista de dança... Juro!

So this is love

My heart has wings, mmmmmmmm
And I can fly
I'll touch every star in the sky.

(So this is love, Cinderela Soundtrack)

Ao tentar adormecer foquei estes versos. Lembrei-me de ti. Tu que flutuas. Tu dos sorrisos estúpidos. Sorrio com carinho. Pelo que vocês teem, pelos maneirismos, pelas mãos entrelaças e sobretudo pelo brilho nos vossos olhos. E solto um suspiro esperançoso por mim. Por aquilo que sonhei em miúda (e ainda sonho, baixinho). Sorrio mais largamente por ficar por aqui. Por já não haver sentimentos verdes para sufocar, nem pesos e medidas para o que sinto à tua frente. Só ficou o suspiro, e é o que basta.

E agora o nosso momento culinário # 1



Para quem ainda não conhecia, aqui está ele: o tão aclamado, o tão citado, o tão cantado durante viagens no metro com a Martinha... Swedish Chef!

The Hours - Happiness

Clarissa Vaughn: I remember one morning getting up at dawn, there was such a sense of possibility. You know, that feeling? And I remember thinking to myself: So, this is the beginning of happiness. This is where it starts. And of course there will always be more. It never occurred to me it wasn't the beginning. It was happiness. It was the moment. Right then.

Alf - Old time rock and roll



Alf, uma série da minha infância... Saudades, saudades... Só é pena estar em espanhol

Thursday, September 21, 2006

Pássaro amarelo

Sentia-me uma gaiola vazia, oca, por onde passava o ar. Daquelas que esperam uso. E de vazia, por vezes o batimento do meu coração vazia eco nas suas grades. Seguia a minha vida normalmente. Sabia na pele que faltava alguma coisa, mas era mero conhecimento. A vida continuava. Agora tenho um pássaro amarelo cá dentro. Inquieto no seu poleiro. Bica as grades metálicas como se fosse madeira que conseguisse desfazer. Sem resultado. Fica exasperado por liberdade. Saltita freneticamente, preso na gaiola. E eu espero. Gasto os nervos a contar os segundos que passam. Peço coordenadas ao vento. Nada. O horário que não solidifica, o telefonema que não vem. Mergulho na contemplação do pássaro amarelo. Nervosismo e ansiedade percorrem o corpo. O tempo passa veloz e custa a passar. O pássaro começa a mirrar, a perder a cor. Espero e espero e peço para não esperar mais. Quero voltar. Soltar o pássaro e a voz, ser o que era antes. Ligar aquele holofote. Sentir o som vibrar dentro de mim, a promessa de uma nota a formar-se cá dentro. Prolongar-me, transmitir-me, viajar uns metros para além de mim. Num sopro. Quero ser o meu instrumento outra vez. Limpar as teias de aranha e recomeçar...

Noites encontradas

Noites perdidas que passam entre os dedos e o teclado. Tinha tantas saudades de esquecer o relógio na noite... Sabe a promessa de algo antigo, algo familiar... As nossas conversas de sinapses intermináveis. Dedos que se movem velozes no teclado (aquele ruídozinho constante das teclas), palavras que se soltam com o à vontade da nossa amizade. Já começava a sentir falta de me aconchegar nas tuas palavras, nas tuas parvoíces, de me aventurar nas minhas metáforas e paralelismos esquisitos contigo. Assim, como fazíamos antes. De sentir alcançar esta paz tão procurada quando estou contigo. Um estado de espírito ao qual tinha receio de não conseguir regressar. Mas agora está tudo como dantes. Um novo semestre amanhece mais solarengo do que o esperava. Até a noite parece mais calorosa. O frasco de bolinhas de sabão pisca-me o olho do parapeito da varanda. Tenho medo do silêncio das últimas noites, da ausência das férias, do negrume do próximo semestre sozinha, dos ciúmes que iria sentir, da verdade que não admito. Tinha! Past tense. Quase todos. Ainda tenho medos. Mas hoje estou tranquila. Já tenho o meu beijinho de boa-noite para me afagar o cabelo.

Sim, esse foi outro. Sou como um ermita que chegou finalmente ao seu destino. Ultrapassei as montanhas no meu caminho, suportei as dores da viagem e agora, finalmente, começo a chegar a casa. Tremi. Esfreguei os olhos para me certificar que li correctamente o monitor. Lá estava, a minha medalha. A minha pessoa descoberta sobre aquele mesmo holofote. As palavras tão ansiadas, tão antecipadamente choradas. E saber que não mostrei o caminho ou que não pus palavras na boca de ninguém. Que mesmo assim a estrada foi dar à mesma saída. Ao mesmo feedback. Como é doce este mel! Talvez eu seja especial. (Especial somos todos!) Cocktails de personalidade... Talvez seja mesmo verdade que a minha mistura é bonita... De qualquer forma, como é bom chegar a casa. Casa. Porque é assim que me sinto. Dentro do meu próprio diminutivo, nas vossas palavras... Como um beijinho de boa-noite ou um abraço apertado e sorridente.

Wednesday, September 20, 2006

I love you

Tenho medo do fim. Não é tanto o medo daquilo que está quase a começar, mas daquilo que acaba. Do que pode acabar com ele. Porque embora eu não o diga, I love you all people. E sabem que se assim não fosse, que nunca me daria desta forma, doida e estranha. Que sou demasiado fechada para me abrir a quem não amo. Cada vez que faço algo estranho, é porque gosto de vocês. Porque me atrevo a ser eu, mesmo quando vocês (me) fazem caretas. Por que you feel like home...Só queria dizer outra vez...

Pontapé no rabo

Estas sensações custam... Um pontapé no rabo. Aqui estou eu agora - uma ilha no meio da cantina. Não tenho nada comigo desta vez (nem mp3, nem livro), não contava com uma ordem de despejo. Olho para o relógio e espero. "Joana em stand by". Olho para o tecto e para as pessoas que passam. Espero. Remexo a mala à procura de algo que me entretenha. Que me ajude a passar o tempo. Nada. Suspiro. Mexo-me na cadeira. Olho para o relógio. Suspiro outra vez. Espero que eles voltem, cheios de histórias e gargalhadas. De coisas e factos que desconheço. Para eu escutar, calada. Imaginando e invejando. Tenho vontade de partir, de tapar a ferida com um filme, esquecer. Há tanto à minha espera, porquê ficar aqui? Para voltarem e meterem o dedo na ferida com o seu entusiasmo? Para ouvir histórias das quais nunca poderei participar?... Porque tenho saudades deles. Porque anseio ver as mesas do Quente e Frio cheias. Tenho saudades do que era antes. Tenho medo do que não poderei ter. Desta incerteza negra que me gasta os nervos. Sinto-me um cão à porta da padaria. Cá fora... Não é culpa de ninguém, o que não alivia nada. Ter este... castigo por uma mão abstracta. Não poder apontar o dedo, não ter contra quem gritar. Simplesmente não pertenço aqui. Não agora... Eu não grito, não choro, não faço ondas. Mas dói. Esta ferida que não é uma ferida. Porque não sangra, não se mostra. É mais uma nódoa negra numa zona escondida do meu corpo. Eu espero veemente por algo que nem sei o que é. Não é pena nem histórias. Não são gargalhadas afiadas que ferem, nem ver a evolução que não passará por mim. É um abraço. E um beijinho. Dizerem-me que as tradições são uma treta. Que eu ainda estou aqui, sólida e palpável, à vista de todos e acima desses rituais passageiros. Mesmo que eu já o saiba. Quero ouvir outra vez. E um beijinho... (e uma massagem!).

E do vazio fez-se luz

Há pessoas que surgem do nada. Materializam-se na nossa vida de um momento para o outro... Não, não é bem isto. Elas sempre estiveram ali, visiveis e palpáveis. É a velocidade com que as coisas se desenvolvem que nos espanta. Já vi isto acontecer uma vez. Não, também não é disso que quero falar. Não é este o caso. Não é isso. É simplesmente o perguntar-me como depois de tanto tempo de espera, de indagar e duvidar..., como é que depois de tanto remoer as coisas se desenvolvem da noite para o dia, como se desde o início apenas bastasse um estalar de dedos. É a descontração com que agora convivo com quem apenas podia sonhar amizades. É estranho e confuso. Surpreendente...

Mas sabe bem. Verificar que não é preciso muito para o que dávamos como certo dar uma volta de cento e oitenta graus, que não há impossíveis... É uma sensação doce, deixar para trás o eu que odeio e passar à verdade. Passar à espontâniedade. É o sentir-me em casa, sentir o conforto e o carinho de palavras alheias, tocar essa manta que me envolve. Há pessoas que me aquecem a alma...



"There's a double meaning in that"

Monday, September 18, 2006

Are you more cat or dog?




You Are: 50% Dog, 50% Cat



You are a nice blend of cat and dog.

You're playful but not too needy. And you're friendly but careful.

And while you have your moody moments, you're too happy to stay upset for long.



Bem, é um resultado feliz... E um teste estúpido... Way too much time available!...

Top six

Seis coisas aleatórias sobre mim? Bom, vamos lá dar o contributo:

1. Chocolate, o meu maior inimigo

2. Dançar, quanto/s mais melhor

3. Há uns quatro anos criei o meu próprio alfabeto (tipo Lord of the Rings)

4. Kenneth Branagh *agarra uma almofada e baba em frente ao televisor* ("weeps, sobs, beats her heart")

5. Não gosto de queijo

6. Choro nos desenhos animados da Disney se estiver deitada.


Depois disto e do Barry acho que algo em mim despertou... O monstro das listas!, Uma coisinha frenética cuja realidade surge em pontos.

Sunday, September 17, 2006

Homens!

Nunca me dizes nada. Fogo! Eu sei as coisas das outras pessoas, tu a mim nunca me dizes nada.

Suspiro... Está bem:

- O Luís anda a desafiar-nos (um colectivo ao qual tu não pertences... pelo menos ainda) para participar na mini-maratona.
- Mas quem é o Luís?
- Não conheces.
- Então se eu não conheço, porque é que me andas a falar do Luís?? (não são bem as tuas palavras, mas é o que ficou por dizer).

Moving on... Mudo de assunto, ponho-te uma dúvida que tenho. Ainda não é um problema, apenas uma dúvida. Coisa não muito grande, só para arriscar deixar-te participar na minha vida, nas minhas decisões. E a resposta? Essa vem num tom de senhor-do-mundo perante as questões idiotas das suas criaturas. E aquele aceno de cabeça no fim, como um juiz que diz caso encerrado, esse aceno é a gota de àgua. (Então não é óbvio? Não podes fazer as duas coisas - como se não conhecesses a minha capacidade de organizar o tempo. - Duh!). E isto como se eu fosse uma marioneta, como se eu fosse um quadro vazio, pronto a preencher a teu bel-prazer. Como se as minhas opiniões sobre o meu tempo e o meu corpo não fossem a grande fatia do bolo.

Quer dizer, queixas-te quando não te conto da minha vida, mas quando o faço respondes-me nesse tom de mestre supra-sumo! Obrigadinho! Da próxima não levas nada, por muito que choramingues... Vá-se lá entender os homens... E depois nós, mulheres, é que somos complicadas!

Lembrei-me da discussão das flores e dos limões, consequentemente lembrei-me de ti

Friday, September 15, 2006

Write me something new(*)

Escreve mais Joaninha.... Sabe bem o reconhecimento, sabe bem esta valorização nova... Sabe bem, sobretudo por observar-los/vos a descobrirem um lado novo. É aquele desvendar um elemento surpresa. Tenho estes estranhos mecanismos em mim que me fazem esconder-me dos outros. Esconder o bom. Para depois de "separar o joio do trigo" (sejamos sinceros, há pessoas que preferia não ter conhecido e pior, que não me tivessem conhecido a mim - inteira!) poder dar-me de verdade, mostrar-me sem medo de ser repudiada ou rebaixada. Não é um drama!, é um simples mecanismo de auto-defesa. Já sei!... sai-me o tiro pela culatra, há tantas amizades que poderia ter feito sem estes artifícios... Não estou aqui para lições de moral! Reconheço o que está mal e tento diminuir a dose... Mas é estranho, encontrar o equilíbrio, porque não sei ser meia de mim. Ainda tento essa corda bamba, mas acabo sempre por cair na rede. Ou sou inteira, a festa e orquestra completa, foguetes incluídos, ou não sou nada - um fantasma de mim.

Sê inteira, sê autêntica, não tenhas medo... Não consigo ser assim - vaguear pela rua de braços e coração aberto - eu jogo pelo seguro, vou pela sombra até realmente valer a pena banhar-me ao sol. E verdade seja dita - quantos de vocês me aceitariam inteira, sem uma iniciação? Sem uma introdução? Quantos não ficariam assustados, não se afastariam? Tu fritaste sozinha, e foi assim, de repente!... Não, eu sempre fui assim, o pacote completo. Mas nunca (me) tinha libertado assim sob pena (e certeza) de ser mal recebida. Porque eu sou uma pessoa... peculiar. Digo coisas estranhas, faço coisas estranhas, gosto de coisas estranhas. Eu sou uma mistura eclética e invulgar. E não há mal nenhum nisso. Também não dá direito a nenhuma condecoração. Simplesmente sou assim................. afastei-me completamente daquilo que queria dizer. Escrever ao sabor da pena é mesmo assim. Vamos recomeçar:

Escreve mais Joaninha... Os elogios trazem consigo o espectro de uma nuvem negra - a espectativa. Escreve, quero ler mais coisas tuas... a minha mente fica em branco. Um monitor vazio com o espaço das futuras letras a piscar... E começou a ouvir, incessantes, aquelas musiquicas irritantes dos concursos de televisão, quando um concorrente está a pensar... Nada! Não tenho nada de valor para dizer. Não hoje. O meu poço está seco desta sede de vos saciar a vontade. Quando se conquista tempo de antena é difícil definir prioridades... não sei por onde começar... Que janelas abrir primeiro... Está noite está frio. Mantenho as fechadas. Vamos esperar o nascer de um novo dia.

(*) blog da xary

Wednesday, September 13, 2006

Quem dera uma aldeia de hobbits

Volto para casa. Uma viagem à Nossa Senhora da Asneira, como dizia a minha avó. Perdi o autocarro e voltei para trás. Está frio. Se calhar é só psicológico, o meu estado de espírito mais confuso e vulnerável. Mãos nos bolsos. Já é de noite e a sigo a minha sombra até casa. Pearl Jam no ouvido - Parachutes (que ficou), Army Reserve, Come back ... Penso com os meus passos. Na minha vida, nas decisões iminentes que tenho de tomar. Vejo o meu reflexo nas montras. Sigo em frente, acompanhada pelo tilintar feminino dos brincos. E de repente, por uns segundos, as ruas familiares de Lisboa soam a Nova Iorque. Os meus problemas parecem os de uma personagem de uma série qualquer em Nova Iorque. E rio comigo, pensado em como seria bom que as patetices que escrevo aqui servissem como ganha-pão. Como se houvesse um grande plano televisivo do meu monitor enquanto escrevo... Respiro fundo e atravesso a estrada. Ruas desertas, ruas amareladas pelos candeeiros. Mais uma vez o tal assunto.

Porque não vais para interprete? Podias trabalhar num consulado ou numa embaixada, ou até mesmo na U.E! ... Não faças essa cara, Joana, cada vez funcionamos mais a nível europeu e se escolheste Línguas agora tens de te sujeitar! Vais ter de te habituar à ideia de trabalhar e, quem sabe até?, viver num país estrangeiro... Desligo o interruptor mental e calo o resto da conversa.

Será assim tão mau querer ficar no meu país? Ter um emprego pacato, sim, variar de vez em quando, talvez fazer umas traduções em part-time... É esta conversa que me desanima ao ponto de não ter palavras ou metáforas... Não é preguiça, é... afeição. Tenho um temperamento de madeira e quero criar raízes. Sim, é muito cedo para "assentar", mas mesmo assim, que mal teem as raízes? Os laços que não quero desfazer?... Não tenho jeito para adaptações humanas, para socializar, para... nem sei!

Tens de ir à luta, Joana. Nada te vai cair no colo, tens de te mexer! Ir para o estrangeiro, não queres conhecer o mundo? Mas não tens curiosidade? Uma cultura nova, pessoas novas! ... Sim, quero "conhecer o mundo", quero sair por aí e farejar o mundo e precepcioná-lo pessoalmente, ver com os meus olhos, sentir os cheiros, decorar os sons, torná-los todos meus... mas quero voltar! Quero a minha casinha, quero esta Ocidental praia Lusitana... Quero educar os meus filhos na língua de Camões. Quero pacatas livrarias, bibliotecas cheias de livros mil e uma vezes folheados, quero editores e tradutores, explicadores, professores... talvez um consulado ou uma embaixada aqui... tratar do mundo lá fora cá dentro...

Porque não podemos ser uma aldeia de hobbits? Porque não podemos atingir todo o nosso potencial aqui, porque é que temos de "atingir todo o nosso potencial"? Mais uma vez, não é preguiça, é saber quanto custa reconstruir amizades, conquistar uma cidade com os sentidos, viver uma independência por partilhar... É abandonar o que amo. Quem amo. Não quero sentir uma lágrima a formar-se com a visão de uma planície alentejana pendurada num quarto estrangeiro.

Não quero sentir o destino a arrastar-me como uma ventosa. Esse chamamento pútrido. Eu quero sentir o sol fraco numa manhã de Primavera, o sabor de uma taça de arroz doce caseiro, quero as ruas onde me perdi, onde chorei, onde cantei, onde tanta coisa se passou... Quero aquele nome tornado realidade na minha vida - Kathleen Kelly...

Tuesday, September 12, 2006

The shop around the corner

Já não me lembrava da sensação. Já lá vão anos desde a última vez. Soube bem. Soube a certo, soube a inacto. Aquele palminhar a livraria por instinto. No meio das minhas dúvidas surgiram uns minutos de sol, um véu de nevoeiro que se levantava para apontar para o mesmo caminho. O trabalho na livraria.

(Já oiço a voz do meu pai na minha cabeça. Não tem futuro, queres mesmo passar os teus dias com um ordenado daqueles? Então sempre quero ver como pagas a salsa, compras casa, asseguras a tua independência. Como vais sustentar os teus filhos? Como te vais prevenir para uma eventualidade? Então e extravagâncias - uma viagem, uns livros, uns dvds, jantares fora com amigos - como vais pagar para tudo isso??) ... e ele tem razão! Não quero prender-me a algo que depois me prenderá a mim de tantas possibilidades. Não quero ser um Rob Fleming. Trabalhar numa livraria não oferece grande autonomia económica, mas possuir uma... Sim, o sonho numa bola de sabão. Tão frágil e sonhado que parece a memória opaca de uma lenda.

Entrei na livraria para pensar. Dedilhar as lombadas, sentir o cheiro a papel. Namorar os títulos e autores... E enquanto reorganizava os livros das estantes (tenho a mania de o fazer de vez em quando em qualquer livraria, colocar os títulos de certo autor por ordem) aconteceu outra vez: Olhe, a menina trabalha aqui? ... Ocorreu-me mentir. Porque sinto-me sempre tão em casa que é quase como se a resposta fosse mesmo sim. Mas Não, e encaminhei a senhora para o balcão. Procurava livros para os sobrinhos. As funcionárias, como que adivinhando colocaram o caso nas minhas mãos: Esta menina ajuda-a a encontrar o que precisar. E assim foi. E o que parecia um saber esquecido regressava a mim com uma ligeireza e naturalidade que me fez sorrir. Corria prateleiras por instinto, com um faro decidido e eficaz. Sabia o que queria e sabia onde estava. E de todos os livros de que me falaram já tinha eu lido ou conhecia o efeito que iria ter nos futuros donos. Kathleen Kelly... Lembrei-me de Kathleen Kelly acerca dos Shoe Books... E naquele momento senti que tinha passado fome, que tinha sido privada de algo essencial sem me dar conta e agora percebia como me pesara a ausência...

Abano a cabeça e penso que sou jovem. Talvez não seja má ideia começar uma carreira (de quê?) trabalhando uns meses numa livraria. Talvez seja para apenas o próximo nenúfar que a minha bússola aponta e não para a estação terminal. Talvez afinal...

O mundo lá fora é frio

Medo do grande monstro do desemprego. Receio de estar a tirar um curso... pouco utilitarista. Pânico de ver a minha mente em branco quando me perguntam o que quero fazer da vida?

Sim, mas qual é o teu emprego de sonho?Oh!, isso é diferente! Isso eu sei (sabemos todas) - Kathleen Kelly - mas isso é só um sonho imaterial. E mesmo que se realizasse, e depois? Será que conseguiriamos gerir uma livraria? E lidar com os editores, controlar o stock, atrair clientela? Uma livraria é mais do que ficar atrás de um balcão, arrumar livros e fazer embrulhos.


Falar com o(s) pai(s) é sempre uma ideia muito sui generis. É um balde de água fria, um tratamento de choque para a realidade. Informar-me sobre o mercado de trabalho, aperceber-me de verdade da percentagem monstruosa da taxa de desemprego, estudar as saídas proficionais, pensar no futuro, mesmo que tenha cadeiras horrorosas com professoras pérfidas, não veja os amigos, não faça aquilo que me dá alegria de viver e força para acreditar em mim ("porque não é a tua vida; o curso é a tua vida, não é andar por aí a dançar e a cantar")...

Vai, viaja para longe, vai tirar um curso no estrangeiro. Não, tenho medo! Apeguei-me às pessoas, à minha rotina que tanto trabalho deu a contruir, às minhas actividades... Sim, faz parte do processo de crescimento, uma nova etapa de independência e amadurecimento, estabelecer alicerces fortes para enfrentar o mercado de trabalho. Mesmo assim não consigo evitar uma lágrima que se me escapa. Tenho medo do mundo lá fora... É tudo tão vasto e agressivo... e eu sou só uma joaninha!

Volto para o morno e a tepidez do meu casulo. Ainda tenho cadeiras suficientes para construir um horário para o próximo ano. No ano seguinte logo se resolve. Não, são pode ser assim! Não me posso esconder por muito mais tempo. Vou seguir em frente, devagarinho, começando por uma estrada que não quero trilhar mas que de todas é a mais amena, e porque terá mesmo de ser.

Hoje meto o nariz de fora da toca. Amanhã terei de sair. Tenho medo do mundo lá fora.

Much ado about nothing

Benedick: Lady Beatrice, have you wept all this while?

Beatrice: Yea, and I will weep a while longer.

Benedick: I will not desire that.

Beatrice: You have no reason, I do it freely.

Benedick: Surely I do believe your fair cousin is wronged.

Beatrice: Ah, how much might the man deserve of me that would right her!

Benedick: Is there any way to show such friendship?

Beatrice: A very even way, but no such friend.

Benedick: May a man do it?

Beatrice: It is a man's office, but not yours.

Benedick: I do love nothing in the world so well as you - is not that strange?

Beatrice: As strange as the thing I know not. It were as possible for me to say I loved nothing so well as you, but believe me not; and yet I lie not; I confess nothing, nor I deny nothing. I am sorry for my cousin.

Benedick: By my sword, Beatrice, thou lovest me.

Beatrice: Do not swear and eat it.

Benedick: I will swear by it that you love me, and I will make him eat it that says I love not you.

Beatrice: Will you not eat your word?

Benedick: With no sauce that can be devised to it. I protest I love thee.

Beatrice: Why then, God forgive me!

Benedick: What offence, sweet Beatrice?

Beatrice: You have stayed me in a happy hour, I was about to protest I love you.

Benedick: And do it with all thy heart.

Beatrice: I love you with so much of my heart that none is left to protest.

Sunday, September 10, 2006

Momentos mágicos

Sentada no carro com um daqueles sorrisos parvos. Parvos, mas tão parvos, tão felizes que nem cabem nos lábios. Este é um daqueles momentos mágicos. Não, este não vou relembrar mais tarde. Isto porque felizmente (e graças a vocês, salseiros) tenho momentos destes (quase) todas as semanas. Não sei onde estaria sem a salsa. Não sei como estaria se tantas coisas não tivessem acontecido/aparecido na minha vida. É engraçado como no fim tudo encaixa. Destino? Não sei, nem estou interessada em rotular o que quer que seja que me faça sentir assim. Porque o sentimento basta-me. O sentimento sobra-me. Sinto-me tão cheia que me falta o ar, como uma descida a pique numa montanha russa. Sinto-me inebriada, a andar alegremente num mar de felicidade onde os meus olhos não conseguem alcançar o horizonte. É aquele sentimento de que falaste, o saber em nós que está (tudo) certo, que é verdade, que não falta mais nada.

Que mais me deixa feliz? Poder olhar para trás e sentir orgulho. Orgulho na minha metamorfose. Penso nas dúvidas que tive, nos caminhos que abandonei pela salsa. Poderia ter feito tanta coisa... Podia ser vocalista numa banda, podia ter ido sair com a "minha" juventude, ter encontrado a peça do puzzle. Mas não me arrependo de nada. Nada. E essa é a verdade. A verdade imensa que faz as palavras que saem da minha boca soarem tão certas: nada! Nada! Nada! É aqui que devia estar, aqui que pertenço. É o que enche a alma, a pessoa que sou hoje.

Deixei a menina perder-se num jardim labiríntico onde poderá descançar em paz, longe de mim. A pequena larva que via o Dirty Dancing todos os dias, que comia bolachas atrás de bolachas e sonhava uma biblioteca de sonhos. A que evitava todos os espelhos e fotografias que pudesse, que vivia no seu mundo e era apelidada de autista. Está longe. Inalcansável! Descasquei-a de mim, como um casaco de Inverno na chegada da Primavera. Feliz! Sorrisos parvos por todo o lado. Descarga eléctrica que percorre todos os poros. Tenho a alma lavada. Transparente. E sinto de/em mim aquilo que devia ter sentido durante tantos anos num casulo.

Há quem diga que sou atiradiça, provocadora com quem danço. Não, embora goste muito dos pares com quem danço, a verdade é que se flirto com alguém é comigo. Porque mereço. Porque pela primeira vez me atrevo a ser feminina e confiante. A trilhar um caminho do qual nunca devia ter saido. A menina de t-shirt, calças e ganga e ténis balança-se feliz de saias e saltos altos. Sinto-me tão autêntica que não me reconheço. Como pude estar tão longe de mim durante tantos anos??

Já nem me importam os pneus e a celulite. Aquela injecção de auto-estima que me dás devia ser vendida em frascos! Todo aquele teu discurso de que "nascemos para ser cheiínhas, que é assim que somos naturalmente bonitas" conforta e alivia. Tu fazes-me acreditar que sou (/posso ser) bonita assim, sem mais nada. Trazes paz de espírito e calma a esta maratona diética que nunca mais acaba.

Sinto-me feliz como um balão de ar quente. Sim, eu também flutuo. E rodopio!

E aquele pequeno milagre. Não esperava que alguma vez viesse a acontecer, já nem me ocorria dessa condição. Mas esta noite lá estava aquela mão, duas vezes! A convidar-me, espontâneamente, para ir dançar. Lembro-me perfeitamente do que disseste quando nos conhecêmos (já foi há um ano? ou mais?). Não me irias buscar, estavas mal-habituado, nós, mulheres, que te fossemos buscar! E nessa altura acenei a cabeça, como um contrato entre os dois. E hoje... tu vieste ter comigo. Como eu me ri enquanto dançavamos! e tu nem te apercebeste porquê. Mais um cabo das tormentas dobrado! Cumpriste a promessa solene que fiz a mim mesma de que faria chegar o dia em que serias tu a ir buscar-me. Um marco!... No fundo não quer dizer nada, mas para mim simboliza algo importante. A minha mudança, e mudar é bom!

A maioria das pessoas acredita que a alegria de dançar está no fenómeno químico da libertação de endorfinas na corrente sanguínea. A salsa é tão mais que isso! (Para mim) é mais do que tudo o que possam dizer que é ou tem a mais. A salsa é uma grande felicidade na minha vida, o meu mote libertador. É exagero, todos dizem. É verdade que sou exagerada e obcecada por natureza, mas sei em mim que sem a salsa seria ainda uma menina perdida na Terra do Nunca.

Dizes que há momentos mágicos. Para mim cada noite convosco, cada noite a dançar é motivo de alegria e profundo agradecimento. São uma infinidade de momentos mágicos dos quais talvez só fiquem o sentimento e as memórias desfocadas numas páginas na net. Mas não será isso suficiente?

Thursday, September 07, 2006

Leite de chocolate para a alma

[Parachutes, Pearl Jam]

Leite com chocolate para acalmar a alma. Estou farta deste cabo das tormentas que não acaba. De discussões que presinto iminentes mas que não consigo (nem posso) evitar. Discussões necessárias. De ser enxovalhada e tratada como lixo (de me sentir como lixo, sem razão). Não aguento esta tensão de cortar à faca. Aqueles olhos irados e ordens cuspidas como se fosse uma criada ignorante e desajeitada. Farta deste buraco no peito. De me armar contra um inimigo que não tem razão de existir. Bebo devagarinho, deixo o chocolate suavizar os calos do coração. Sinto a casa vazia de amor. Isolo-me nas cores do meu quarto e nos olhos do meu irmão. Farta deste campo de batalha. De seguir em frente e não ver o horizonte.

Wednesday, September 06, 2006

Friends - último episódio

[Scene: Ross's apartment. Ross enters and checks his messages.]

Rachel: (on the answering machine) Ross, hi. It's me. I just got back on the plane. And I just feel awful. That is so not how I wanted things to end with us. It's just that I wasn't expecting to see you, and all of a sudden you're there and saying these things... And... And now I'm just sitting here and thinking of all the stuff I should have said, and I didn't. I mean, I didn't even get to tell you that I love you too. Because of course I do. I love you. I love you. I love you. What am I doing? I love you! Oh, I've gotta see you. I've gotta get off this plane.

Ross: Oh my God!

Rachel: (on the answering machine) Excuse me?

Air stewardess: (on the answering machine) Miss? Please, sit down!

Rachel: (on the answering machine) I'm sorry. I'm really sorry, but I need to get off the plane, okay? I need to tell someone that I love love them.

Air stewardess: (on the answering machine) Miss, I can't let you off the plane.

Ross: Let her off the plane!

Air stewardess: (on the answering machine) I am afraid you are gonna have to take a seat.

Rachel: (on the answering machine) Oh, please, miss, you don't understand!

Ross: Try to understand!

Rachel: (on the answering machine) Oh, come on, miss, isn't there any way that you can just let me off...

(The message is finished. Ross jumps over to the answering machine.)

Ross: No! No! Oh my God. Did she get off the plane? Did she get off the plane?

Rachel: I got off the plane.

Ross: You got off the plane.

(He walks over and kisses her.)

[e só à terceira vez é que dei com yellow ledbetter! - também, nem tinha parte vocal, digamos que não era fácil!]

High Fidelity # 5

I'm beginning to get used to the idea that Laura might be the person I spend my life with, I think (or at least, I'm beginning to get used to the idea that I'm so miserable without her that it's not worth thinking about alternatives). But it's much harder to get used to the idea that my little-boy notion of romance, of négligés and candlelit dinners at home and long, smouldering glances, had no basis in reality at all. That's what women ought to get all steamed up about; that's why we can't function properly in a relationship. It's not the cellulite or the crow's feet. It's the... the... the disrespect.

Nick Hornby

Sim, ainda dura... Vida ocupada... Esta passagem foi só rir! E eu que pensava que os homens não pensavam em romance! E o vocábulo disrespect está mesmo lá!

Dúvida inquietante

Porque será que todas as lojas de chineses teem aquele cheiro a sonasol rasca? Aquele odor infame que entra pelas narinas e só dá vontade de sair dali, parece que todo o nosso corpo o rejeita e a respiração se altera só para diminuir as golfadas de ar daquele miasma... Blegh!

E já agora, porque será que todos (ou quase todos) teem a unha de um dedo mindinho incomensurávelmente maior do que as restantes? O que é que eles fazem com aquele dedo que justifique tamanha arma (sim, porque com o tempo a "coisa" fica afiada!) ??...

Tuesday, September 05, 2006

Desfocada

Mais uma discussão... Sempre o mesmo assunto que já fede... Lágrimas que rolam, cansadas. Desta vez percebo-as. Desta vez não choro sobre o abstracto. Sei porque me magoas. Porque me tomas por outra pessoa e isso dói. Tu de todas as pessoas devias ser o último a julgar-me de forma tão injusta. Pensei que soubesses que não sou assim como me pintas agora. E aquele punhal: "Não foi essa a educação que eu te dei", como quem quer dizer onde foi que eu errei?... Como se a culpa fosse minha. Mas culpa de quê?

Tu estás mal-habituada, pensas que todos são teus criados, mas não é assim. E mais: se não mudas de atitude vais-te dar muito mas na vida, muito mal. Ouve o que eu te digo Joana (o meu nome conspurcado num tom infame), tu aprende que eu sou teu pai, eu sei mais da vida do que tu, tu assim não vais lá.

Mas eu não sou assim. É o que dói é que eu nunca fui assim, plo menos não sobre a acusação de hoje. Sinto-me traída por ao fim de vinte anos não me conheceres. E isto tudo porquê? :

- Vais à loja e trocas o adaptador.
- Então e a factura?
- Levas a caixa.
- Sim, mas a caixa pode não chegar. Onde guardaste a factura?
- Epah, a caixa está no teu quarto.
- Sim, mas e a factura?
- Oh Joana procura! Eu não sou teu criado...

...e foi assim que começou. Mas não é essa a questão, tento dizer-te, mas tu não me ouves. Quando te irritas não há palavras que te façam ouvir a razão, ou sequer que te acalmem. Eu devia fazer como todos os outros e deixar a besta passar quando está enraivecida, em vez de lhe fazer frente, mas sinceramente não acho que deva deixar passar as calúnias e injurias que me lanças. Não foi isso que me ensinaste. A questão aqui é que eu não faço perguntas para chatear os outros, eu faço perguntas para estar prevenida, para poupar tempo. Acho óbvio que se perguntar onde está determinada coisa isso reduza a área de busca e a duração da mesma. Acho lógico que mais vale levar logo a factura do que ir à loja só com a caixa e correr o risco de ter de voltar para trás para ir buscar uma coisa que podia ter levado logo. Porque foi essa a educação que tu me deste. E tu não (me) reconheces. Eu sou como tu me ensinaste a ser. E agora tu repudias-me por isso. É isso que dói. É que quando não sou como tu tu chamas-me estúpida e taralhoca; quando sou como tu achas que sou irritante e mimada. Decide-te! Não, não acho que me deva deixar ficar:

- Quando eu procuro sozinha sem te pedir uma localização mais precisa tu depois chamas-me lenta, por isso é que estou já a perguntar. (Touché!)
- Não desvies a conversa! Tu estás a ser mimada e esse comportamento não te leva a lado nenhum. Acabou aqui a conversa... (Claro, escolhes a saída mais fácil. O teu papel vitalício de pai, algo que não poderei nunca destronar, e sob essa sombra não tens de admitir que estás errado).

Dói que não me conheças. Dói que não jogues de forma justa. Dói essa agressividade animal espelhada nos teus olhos que me faz sentir como uma presa. Dói porque sou um alvo injusto e devias saber disso.

Life wasted

You're always saying that there's something wrong... I'm starting to believe it's your plan all along... Death came around, forced to hear its song... And know tomorrow can't be depended on. I seen the home inside your head,... All locked doors and unmade beds. Open sores unattended Let me say just once that I have faced it,... A life wasted,... I'm never going back again. I escaped it,... A life wasted,... I'm never going back again. Having tasted,... A life wasted,... I'm never going back again. The world awaits just up the stairs Leave the pain for someone else. Nothing back there for you to find,...Or was it you, you left behind? You're always saying you're too weak to be strong... You're harder on yourself than just about anyone. Why swim the channel just to get this far? Halfway there, why would you turn around? Darkness comes in waves,... tell me,why invite it to stay? You're warm with negativity, Yes, comfort is an energy,... But why let the sad song play? I have faced it,... A life wasted,... I'm never going back again. I escaped it,... A life wasted,... I'm never going back again. Having tasted,... A life wasted,... I'm never going back again. Oh I erased it,... A life wasted,...I'm never going back again.

One lyric down, the rest of the discography to go!

Ao vivo

Não há palavras… Não há mesmo!... Parada em frente ao monitor a tentar retroceder no tempo... Black, Life wasted, World wide suicide, Last kiss, Betterman, Wishlist, Even flow, Inside job, Jeremy... podia continuar a enumerar por mais algumas linhas… Não esperava tanto – para ser sincera, não esperava muito! – mas o entusiasmo desta noite dava para ir à lua e voltar. A pele arrepiava, a emoção contagiante electrizava! A dor de cabeça dissolveu-se naquele pavilhão (para voltar à saída, deixando claro o porquê da sua ausência).

Fica para a (minha) história, este concerto! O português arranhado do Eddie até ao fim (tão fofo!, lembrava o Colin Firth no Love Actually – Estou com dores de estômago, acho que é das gambas!), a plateia que dava vontade de mergulhar, a iluminação de fazer perder a respiração, aqueles olhinhos e sorriso que nunca mais acabavam... O berrar os poucos versos que eu sabia, a bola de espelhos na Wishlist (que marcou mesmo, senti-me no teu dvd), A loucura da Betterman ou do Life Wasted, os isqueiros e telemóveis presentes na Black...

Estou de rastos. Amanhã ainda vou estar de rastos. Doem os pés, a cabeça, as mãos de tanto baterem palmas, a voz, o coração por saber que este foi um momento único. Mas valeu a pena! Apesar das dores, apesar de todos os euros e cêntimos que não tenho (nem vou ter tão cedo), iria de novo, sempre... E irei da próxima, esperando fervorosamente que haja uma próxima...

Porque esta noite descobri que gosto de Pearl Jam muito mais do que aquilo que julgava.

E no meio de tanta emoção até me esqueci da maçã potencialmente-arremessável!

Sunday, September 03, 2006

High Fidelity # 4

You see those pictures of people in Pompeii and you think, how weird: one quick game of dice after your tea and you're frozen, and that's how people remember you for the next few thousand years. Supposed it was the first game of dice you've ever played? Suppose you were only doing it to keep your friend Augustus company? Supposed you'd just at that moment finished a brilliant poem or something? Wouldn't it be annoying to be commemorated as a dice player? Sometimes I look at my shop (...), and at my regular Saturday punters, and I know exactly how those inhabitants of Pompeii must feel, if they could feel anything. (...) I'm stuck in this pose, this shop-managing pose, for ever (...). I feel as though I made a face and the wind changed, and now I have to go through life grimacing in this horrible way.

Nick Hornby

Gostos não se discutem (?)

Dar de comer a crianças nem sempre é fácil, por vezes torna-se necessário alguma persuasão. Há miúdos aos quais se canta A loja do mestre André ou O meu chapéu tem três bicos. Há miúdos que gostam da colher a vaguear perto da boca com os pais a dizerem "Olha o aviãozinho! Vrummm!!". Há outros aos quais quase temos de tapar o nariz. Outros precisam de uma contagem decrescente ("Vá, são só mais dez colheres!").

No caso do meu irmão é preciso cantar Como o macaco gosta de banana do José Cid. É triste, mas o que é que se pode fazer? Desde que não tenha que cantar as músicas da Floribella...

Friday, September 01, 2006

High Fidelity - yet

(...) What does "yet" mean, after all? "I haven't seen Reservoir Dogs yet". What does that mean? It means you're going to, doesn't it?

"Barry, if I were to say to you that I haven't seen Reservoir Dogs yet, what would that mean?"

Barry looks at me.

"Just... come on, what would it mean to you? That sentence? "I haven't seen Reservoir Dogs yet"?"

"To me, it would me that you're a liar. Either that or you've gone potty. You saw it twice. Once with Laura, once with me and Dick. We had that conversation about who killed Mr Pink or whatever fucking colour he was."

"Yeah, yeah, I know. But say I hadn't seen it and I said to you, "I haven't seen Reservoir Dogs yet", what would you think?"

"I'd think, you're a sick man. And I'd feel sorry for you."

"No, but would you think, from that one sentence, that I was going to see it?"

"I'd hope you were, yeah, otherwise I would have to say that you're not a friend of me."

"No, but -"

"I'm sorry, Rob, but I'm struggling here. I don't understand any part of this conversation. You're asking me what I'd think if you told me that you hadn't seen a film that you've seen. What am I supposed to say?"

"Just listen to me. If i said to you -"

- "" I haven't seen Reservoir Dogs yet," yeah, yeah, I hear you - "

"Would you... would you get the impression that I wanted to see it?"

"Well... you couldn't have been desperate, otherwise you'd have already gone."

"Exactly. We went first night, didn't we?"

"But the word "yet"... yeah, I'd get the impression that you wanted to see it. Otherwise you'd say you didn't fancy it much."

"But in your opinion, would I definetely go?"

"How am I supposed to know that? You might get run over by a bus, or go blind, or anything. You might go off the idea. You might be skint. You might just get sick of people telling you you've really got to go."

I don't like the sound of that. "Why would they care?"

"Because it's a brilliant film. It's funny, and violent, and it's got Harvey Keitel and Tim Roth in it, and everything. And a cracking soundtrack."

Maybe there's no comparison between Ian sleeping with Laura and Reservoir Dogs after all. Ian hasn't got Harvey Keitel and Tim Roth in him. And Ian's not funny. Or violent. And he's got a crap soundtrack, judging from what we used to hear through the ceiling. I've taken this as far as it will go.

But it doesn't stop me worrying about the "yet".

Nick Hornby

Pela noite dentro

A minha mente está uma confusão. Tanto e tão pouco se passou na última hora que é como uma viagem interminável num carrossel. Para mim a realidade são manchas de cor indistintas que se movem num círculo. Nem sei o que sinto. Ou por outra sinto-me... blue. A questão é porquê?

[Blower's Daughter - Damien Rice]

O Zé e a Sofia vieram cá depois de jantar com a menina. Já tem dois anos. Adoro crianças, mas não sei como lidar com elas. Não sei, acho que tenho medo que pensem que sou estúpida (Cause that makes sense!), ou que os pais achem que sou estúpida, ou provavelmente sou só eu que me sinto parva a fazer brincadeiras infantis... tenho medo de fazer comentários à lá Ross... E aqueles dois olhinhos intrigados fixos em mim também não ajudam. Sim, só me vês uma vez por ano e não me reconheces. É a verdade pura e simples, preto no branco, e não devia afectar, mas o facto é que afecta. Dói ver as vidas delas (da pequena Beatriz e das gémeas) passarem-me ao lado. E depois quando as vejo não sei o que fazer. Fico imóvel, como se impusesse a minha presença e isso custa-me. Como se esperassem que me fosse embora para seguirem com as suas vidas, fazerem coisas mais interessantes com o seu tempo. Estes frente-a-frente sabem-me a hipocrisia. Porque não há trivialidades. Não sei detalhes das suas vidas, não sei coisas que não se aprendem com perguntas mas sim com convivência. Tiques, gostos, tons de voz... Porque não me lembro do aspecto delas pelas manhã, acabadas de acordar, ou do som exacto do seu riso.

[Somewhere only we know - Keane]

Tento relembrar-me que daqui a uns anos já não haverá diferença de idades que nos distinga. Quando as gémeas tiverem vinte anos eu terei vinte e seis, será completamente diferente do que é agora. Reconforto-me repetindo o cálculo na minha cabeça uma e outra vez. Isso é uma estúpidez! a minha postura, quero dizer. Até parece que é só esperar que o tempo passe, aguardar que o despertador me avise e depois voltar do nada para criar laços de amizades definitivos. Não há relações instantâneas!

[Parachutes, Pearl Jam]

Custa ver-me aqui com esta gente da minha infância e observar de fora, como quem observa personagens de um quadro em movimento. E o mais absurdo é que sou eu que me cuspo para fora do quadro. Porquê? Não faço ideia...

O que sei é que do nadae depois de respirar fundo o Zé anuncia que vai ser pai outra vez. As doces matronas levantam-se de rompante para felicitar o casal agraciado. O chefe da casa (benfiquista por sinal) apenas returque, naquele humor que sempre lhe conheci: "ora só espero que desta vez seja um rapaz! Mulheres aqui já há que cheguem!". E com isto recolhe-se a ver a telenovela, para deixar as mulheres a cacarejar alegremente sobre o assunto.

E eu? Eu permaneci sentada no meio da gente e de tudo, sorridente mas imóvel, incapaz de proferir uma palavra. Como se fosse capaz de estragar a notícia, como se eu destoasse naquele quadro, como se aquela felicidade fosse deles e eu nem devesse estar ali.

Mas a notícia de uma nova vida? Até um desconhecido no meio da rua lhes daria os parabéns! Até eu faria o mesmo senão os conhecesse. Então porquê? Porquê? Porque não consigo dizê-lo com a minha própria família?? What is wrong with me???? A única resposta uqe vem em meu socorro é uma imagem do Matthew Perry a dizer "I'm Chandler! I make jokes whe I'm unconfortable". A única diferença é que eu jogo pelo seguro e não digo absolutamente nada. Zero!

[Nothingman, Pearl Jam]

Sempre foi assim. Não sei porquê. O que é facto é que com as pessoas mais jovens da família, pessoas que não vejo com tanta frequencia, com quem quero mesmo ser autentica acabo por não ser nada. Como se não encontrasse a saída (normal ou de emergência) do cassulo. E isso arrasta-se por anos e anos a fio. Devem pensar que sou uma tótó! Sei que não deveria ralar-me com oque os outros pensam, mas neste caso não consigo deixar de me importar.

[Somersault - Zero 7]

Só queria amizade e à vontade. Afinal somos família! Lembro-me das tuas palavras sobre o facto de a minha ansiedade ser contra-producente. Tens razão. Fazes-me tanta falta aqui! Quem me dera que estivesses comigo para materes desperto o meu verdadeiro eu. O meu eu espontâneo que sei ser com vocês. Ninguém nesta casa acreditaria que ando mesmo com hastes vermelhas e brincos intermitentes no Natal, que desligo o meu cérebro no Burger King ou no Chinês, que bati palmas no genérico dos Friends 1017 vezes... Não sei se sabem quem sou...

[Don't kill me tonight - Di-rect]

Sinto-me uma fraude, um espaço em branco. Se ao menos um solilóquio de Shakespeare fosse solução para tudo... Mas não é a recitar que vou criar laços (infelizmente).

[Heart of mine - Peter Salett]

Que carrossel! Agora, depois de vomitar tudo para o papel começo a ver as coisas com maior precisão e nitidez. Percebo melhor o meu blue state of mind. Se foi tudp? Não, ainda há mais. Mas por hoje chega...

[I'll be there for you - The Rembrandts*]

* e bato palmas mais uma vez!

High Fidelity - music and misery

And then there's "Love Hurts" and "When Love Breaks Down" and "How Can You Mend A Broken Heart" and "The Speed Of The Sound Of Loneliness" and "She's Gone" and "I Just Don't Know What To Do With Myself" and... some of these songs I have listened to around once a week, on average (three hundred times in the first month, every now and again thereafter), since I was sixteen or nineteen or twenty-one. How can that not leave you bruised somewhere? How can that not turn you into the sort of person liable to break into little bits when your first love goes all wrong? What came first, the music or the misery? Did I listen to music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to music? Do all those records turn you into a melancholy person?

Nick Hornby