Medo do grande monstro do desemprego. Receio de estar a tirar um curso... pouco utilitarista. Pânico de ver a minha mente em branco quando me perguntam o que quero fazer da vida?
Sim, mas qual é o teu emprego de sonho?Oh!, isso é diferente! Isso eu sei (sabemos todas) - Kathleen Kelly - mas isso é só um sonho imaterial. E mesmo que se realizasse, e depois? Será que conseguiriamos gerir uma livraria? E lidar com os editores, controlar o stock, atrair clientela? Uma livraria é mais do que ficar atrás de um balcão, arrumar livros e fazer embrulhos.
Falar com o(s) pai(s) é sempre uma ideia muito sui generis. É um balde de água fria, um tratamento de choque para a realidade. Informar-me sobre o mercado de trabalho, aperceber-me de verdade da percentagem monstruosa da taxa de desemprego, estudar as saídas proficionais, pensar no futuro, mesmo que tenha cadeiras horrorosas com professoras pérfidas, não veja os amigos, não faça aquilo que me dá alegria de viver e força para acreditar em mim ("porque não é a tua vida; o curso é a tua vida, não é andar por aí a dançar e a cantar")...
Vai, viaja para longe, vai tirar um curso no estrangeiro. Não, tenho medo! Apeguei-me às pessoas, à minha rotina que tanto trabalho deu a contruir, às minhas actividades... Sim, faz parte do processo de crescimento, uma nova etapa de independência e amadurecimento, estabelecer alicerces fortes para enfrentar o mercado de trabalho. Mesmo assim não consigo evitar uma lágrima que se me escapa. Tenho medo do mundo lá fora... É tudo tão vasto e agressivo... e eu sou só uma joaninha!
Volto para o morno e a tepidez do meu casulo. Ainda tenho cadeiras suficientes para construir um horário para o próximo ano. No ano seguinte logo se resolve. Não, são pode ser assim! Não me posso esconder por muito mais tempo. Vou seguir em frente, devagarinho, começando por uma estrada que não quero trilhar mas que de todas é a mais amena, e porque terá mesmo de ser.
Hoje meto o nariz de fora da toca. Amanhã terei de sair. Tenho medo do mundo lá fora.
3 comments:
os mesmos medos ressoam cá dentro. será será será. pode ser. observa-se o que está por aí e nesse mundo imaterial apresenta-se tudo perfeito, não propriamente fácil mas enquadrado. e depois projecta-se no mundo daqui, nesta realidade que nos pertence e surgem mil dúvidas. questionações da (nossa) capacidade. mas pode ser. será? e porque não? :)
também já pensei nisto e curiosamente, ou nem tanto, pensei muito nisto ontem.
"fly like a butterfly, sting like a bee" ;)
beijo grande*
escrevi algo sobre ontem e falei tb de uma livraria. nossa. do futuro. por incrivel que pareça, nem sequer tinha vindo ao teu blog. nem sequer tinha lido o post...
=) talvez os nossos medos e sonhos sejam mesmo parecidos .
ele há coisas do caneco =P
beijinhos Manata das photos
sting like a bee??? oh xary...até parece =P
anyway...esses medos sinceramente parece-me que existem seja qual for o curso...o que é preciso é não ter medo de trabalhar. é não sonhar demasiado alto porque por baixo vamos sempre começar.
aos poucos as coisas vão-se construindo... :)
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