Sister Mary Clarence: If you wake up in the morning, and you can't think anything but singing, then you should be a singer, girl.
(a citação originalmente era dirigida para o acto de escrever - é só trocar singing por writing e singer por writer- Do cabaret para o convento II)
Esta citação assombra-me à meses. Todos os dias quando vivo a minha vida com legendas por baixo, quando penso já narrando, quando me sento em frente ao teclado. Cada metáfora que flui de mim parece colocá-la a bold. Mas desde aquele(s) elogio(s) que a cada dia que passa se torna mais difícil empurrar para dentro de mim essas palavras que me imobilizam. Parece que incham e já não cabem na gaveta. Gaveta! Como no Peter Pan:
[ Mother: There are many differente kinds of bravery. There's the bravery of thinking of others before oneself. And your father has never brandished a sword nor fired a pistol, thank Heavens! but he's made many sacrifices for his family and put away many dreams.
Michael: Where did he put them?
Mother: He put them on a drawer. And sometimes late at night we take them out and admire them. But it gets harder and harder to close the drawer. But he does. And that is why he is brave. ]
Mas esta não tem sonhos. Tem uma voz que soa e me assombra. Que me persegue, que não me larga. Como um cachorro a morder e a puxar-me pela bainha das calças. Não me tortura, apenas me cansa. Porque esse nunca chegou a ser um sonho, apenas uma tendência. Sempre gostei de escrever. Ponto! Gosto da minha forma própria de pôr as coisas. Gosto que as pessoas me conheçam assim. Por isso escrevo, por isso publico. Por isso venho aqui todos os dias, senão para escrever, para ler o que me deixam. Porque por escrito tudo parece mais simples. Mais arrumadinho e linear. A realidade tem outro brilho e aqui eu sinto-me verdadeira e embelezada, por trás de metáforas (tão minhas!) e de paralelismos. E por vezes sinto, sei, que quem me lê me conhece às profundezas da alma.
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