habituando-me a regressos nocturnos a casa
Wednesday, September 30, 2009
As benesses da gripe
Pela primeira vez desde que entrei na FCSH (já há uma carrada de anos atrás) vejo sabonete líquido nas casas de banho.
Tuesday, September 29, 2009
Nakedness
A nudez da mulher negra, contudo, me conduzia ao meu próprio corpo. Pensando no modo como via o meu corpo concluí: eu não sabia estar nua. E dei conta: o que me cobria não era tanto o vestuário mas a vergonha. Era assim desde Eva, desde o pecado. Para mim, África não era um continente. Era o medo da minha própria sensualidade. Uma coisa parecia certa: se queria reconquistar Marcelo, precisava de deixar África emergir dentro de mim. Precisava de fazer nascer, em mim, a minha nudez africana.
Jerusalém, Mia Couto
Monday, September 28, 2009
Pretty fragments of self
Há qualquer coisa nestes ambientes hippies que mexe comigo. É esse pólen libertador e destruidor de eus arrumados. Desmonta-me e desconcerta-me. Surgem ideias e interrogações ambulantes que aparecem e desaparecem. Como que alucinadas. Sinto-me livre mas perco o chão. A brisa que passa por mim desbrava caminhos, abre portas, entra e desentra por janelas. E asfixia-me. Traz vertigens. Esclarece e confunde. Quando não há leis, nem regras, quando tudo são possibilidades palpáveis. Quando não há listas nem planos. Quando não há preto nem branco. Os desejos confundem-se. As vontades atropelam-se. O eu entra num jogo de cabra cega.
Re-birth
Porque eu preciso tanto de nascer! De nascer outra, longe de mim, longe do meu tempo. Estou exausta, Marcelo. Exausta, mas não vazia. Para se estar vazia é preciso ter dentro. E eu perdi a minha interioridade.
Jerusalém, Mia Couto
Sunday, September 27, 2009
Hoje foi assim
Não chegamos realmente a viver durante a maior parte da nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências.
Uma vida inteira pode ser virada do avesso num só dia por uma dessas intermitências.
Uma vida inteira pode ser virada do avesso num só dia por uma dessas intermitências.
Jerusalém, Mia Couto
The heart on strike
I'm on the brink of an emotional meltdown. Again. I can just feel it coming. Rushing through me. Breaking through carefully built walls and jumping over a crocodile infested moat. I tried to do my best. Like a nicely behaved doll. But I'm only human. Despite all my attempts to quarantine the heart sometimes it'll get the best of me. And now - for the time being - I'm overthrown.
Saturday, September 26, 2009
Friday, September 25, 2009
Thursday, September 24, 2009
Wednesday, September 23, 2009
Unexpected silence
Pensei que esta história do psicólogo fosse despoletar uma enchurrada de posts. Aparentemente estava enganada. Ou talvez seja simplesmente muito cedo.
Tuesday, September 22, 2009
Blocked
Tinha palavras a sairem pelos poros. Prontinhas, prontinhas a sair. Urgentes e concretas. Corri para o meu teclado. Calaram-se. Merda!
Stillness
Tenho estado muito calada. Sorumbática. Macambúzia. Tenho medo de me perder em pensamentos. Desde de que voltei de férias que faz (ou se tenta fazer) cá dentro um silêncio interior. Cumprir a lista diária de afazeres, ler, ver um pouco de televisão, realizar, dormir. Fechar a consciência e a voz. Modificar e transformar. Passo a passo. Página a página. Item riscado a item riscado. Um pé depois do outro. Até formar novas raízes e memorizar novos caminhos e formas de pensar, de sentir, de agir. O eu trancado no casulo em estado de semi-consciência enquanto decorrem as obras.
Monday, September 21, 2009
Sunday, September 20, 2009
Saturday, September 19, 2009
Friday, September 18, 2009
Thursday, September 17, 2009
Wednesday, September 16, 2009
Old habits die hard
Tuesday, September 15, 2009
Monday, September 14, 2009
Bright and shiny
Virei a página. Agora foco-me apenas no início de uma nova estação. O bom de voltar de férias também é isto: a quantidade de afazeres que nos mantêm ocupados e (sobretudo) afastados dos velhos hábitos. Vou em direcção a uma pessoa nova. Quero fazer. Ser dinâmica. Bem disposta. Pró-activa. Feliz.
Sunday, September 13, 2009
Saturday, September 12, 2009
Friday, September 11, 2009
Thursday, September 10, 2009
Wednesday, September 09, 2009
Mimicry
Desta vez resolvi ir por outro lado. Ainda no pleno decorrer de mais uma Guerra Fria, decidi pegar nos meus apontamentos do Seminário de Inglês e sentar-me na areia a estudar. Rever conclusões passadas e aplicá-las a nós. Em busca de epifanias. Porque no fundo somos todos Fridays. Somos todos ilhas. E por vezes as pontes que criamos não chegam ou simplesmente não se adequam. Portanto vou vestir-te de várias personagens. A ti e a mim. Crusoe, Friday, Pi, Richard Parker, Margot... Depois olharei para nós e tirerei as minhas conclusões...
Tuesday, September 08, 2009
Monday, September 07, 2009
Sunday, September 06, 2009
The point of no return
Our relationship was never normal. We have lived through too much pain. Crash, rubble, rebuild. Like a never-endind circle. We don't fit into the parameters. And everytme we crash we go deeper. Now all I see is dust. It might be next week, it might be next month, but right now it seems reconciliation will never come. Certainly not tomorrow. Wounds were made. Deeps scars that will never truly leave. The things you said and the things I did. We have passed the point of no return.
Saturday, September 05, 2009
Friday, September 04, 2009
As pequenas coisas que nos consomem...
Desde que entrou no Camaro, Thomas, dez anos, repete, como sempre: «Onde vamos, papá?»
A princípio, respondo: «Vamos para casa.»
Um minuto depois, com a mesma candura, repete a pergunta, não fixa. À décima vez de «Onde vamos, papá?» já não respondo...
Nem eu já sei lá muito bem onde vamos, meu pobre Thomas.
Vamos mergulhar de cabeça. Vamos de encontro a uma parede.
Um filho deficiente, e depois dois. Porque não três...
Não esperava uma coisa destas.
Onde vamos, papá?
Vamos entrar na auto-estrada, em contramão.
Vamos para o Alasca. Vamos fazer festas aos ursos. E ser comidos por eles.
Vamos aos cogumelos. Vamos apanhar amanitas falóides e fazer uma magnífica omeleta.
Vamos à piscina, vamos saltar da prancha mais alta, mas com ela vazia.
A princípio, respondo: «Vamos para casa.»
Um minuto depois, com a mesma candura, repete a pergunta, não fixa. À décima vez de «Onde vamos, papá?» já não respondo...
Nem eu já sei lá muito bem onde vamos, meu pobre Thomas.
Vamos mergulhar de cabeça. Vamos de encontro a uma parede.
Um filho deficiente, e depois dois. Porque não três...
Não esperava uma coisa destas.
Onde vamos, papá?
Vamos entrar na auto-estrada, em contramão.
Vamos para o Alasca. Vamos fazer festas aos ursos. E ser comidos por eles.
Vamos aos cogumelos. Vamos apanhar amanitas falóides e fazer uma magnífica omeleta.
Vamos à piscina, vamos saltar da prancha mais alta, mas com ela vazia.
Onde vamos papá?
Uma leitura angustiantemente verdadeira
[...]
Agora que Mathieu foi à procura da bola num sítio onde jamais poderemos ajudá-lo a encontrá-la, agora que Thomas, que continua na Terra, anda cada vez mais nas nuvens, vou, apesar de tudo, oferecer-vos um livro. Um livro que escrevi para vocês. Para que não sejam esquecidos, para que não sejam apenas uma fotografia num cartão de invalidez. Para escrever coisas que nunca disse. Remorsos talvez. Não fui um bom pai. muitas vezes, não vos suportava, era difícil gostar de vocês. Convosco, era preciso uma paciência de santo, e eu não sou nenhum santo.
Agora que Mathieu foi à procura da bola num sítio onde jamais poderemos ajudá-lo a encontrá-la, agora que Thomas, que continua na Terra, anda cada vez mais nas nuvens, vou, apesar de tudo, oferecer-vos um livro. Um livro que escrevi para vocês. Para que não sejam esquecidos, para que não sejam apenas uma fotografia num cartão de invalidez. Para escrever coisas que nunca disse. Remorsos talvez. Não fui um bom pai. muitas vezes, não vos suportava, era difícil gostar de vocês. Convosco, era preciso uma paciência de santo, e eu não sou nenhum santo.
Onde vamos papá?
Thursday, September 03, 2009
Wednesday, September 02, 2009
Tuesday, September 01, 2009
Differences
I'm tired of mental post its. Of being told I have to do this or that. Chores and chores and chores, some of them purely recreational (why am I the one that always has to do them?). I spent a month indoors. Isn't that enough? Doesn't that allow me to snap a little? Or even a lot. I'm going insane here! I need a break. Bad. And I was suppose to get it. Tomorrow. But sharing spaces is a bitch. People sometimes are nothing but a pain in the neck.
Here's the thing that made me snap. I love going away. With me I carry little more than clothes and books. When I arrive I take off my swatch and put it away until it's time to go back again. I listen to sounds and notice smells. I read and occasionally listen to music. I nap. I talk to people, maybe even play word games and cards. No technology involved. And I love falling into our Summer routine.
My dad's the opposite. He has no routine (which messes up the natural rhythm of three other people) and worst: he insists on bringing technology around. Laptop, dvds, playstation... it's all going with us. I want to get away; he drags it all back. I want simple pleasures. He wants everyday luxuries.
For the last couple of years we had different appartments. That was nice. The rest of the family hated it. I loved it. And I cherished the door and hall that was between us as a very precious thing. We were able to go our separate ways and get together during meals. But now we're all under the same roof.
So goodbye peace. Hello to finding my dad asleep on the couch at three in the morning with the tv still on. I know I'm being too strict, bitter and self-absorbed, but so is he! I don't need him to share my holiday lifestyle, but still I don't see why I have to endure his way! There is no gray areas here: it's either his way or mine. His is gonna win; it always does. I'm outnumbered.
So there! Holidays began hours ago and I'm already in a bad mood. He has a special knack to push my buttons. Why? Cause not only it's going to be his way (again!), but he has me packing his stupid technology stuff. Cables and machines and more cables. Because I know how to install and operate them. The temptation of deliberatly leaving some rather essential cables behind is almost to great to handle. But if I gave in it would ruin everyone else's peace for the entire holidays due to his bad mood, plus he'd turn on me, so better not.
Here's the thing that made me snap. I love going away. With me I carry little more than clothes and books. When I arrive I take off my swatch and put it away until it's time to go back again. I listen to sounds and notice smells. I read and occasionally listen to music. I nap. I talk to people, maybe even play word games and cards. No technology involved. And I love falling into our Summer routine.
My dad's the opposite. He has no routine (which messes up the natural rhythm of three other people) and worst: he insists on bringing technology around. Laptop, dvds, playstation... it's all going with us. I want to get away; he drags it all back. I want simple pleasures. He wants everyday luxuries.
For the last couple of years we had different appartments. That was nice. The rest of the family hated it. I loved it. And I cherished the door and hall that was between us as a very precious thing. We were able to go our separate ways and get together during meals. But now we're all under the same roof.
So goodbye peace. Hello to finding my dad asleep on the couch at three in the morning with the tv still on. I know I'm being too strict, bitter and self-absorbed, but so is he! I don't need him to share my holiday lifestyle, but still I don't see why I have to endure his way! There is no gray areas here: it's either his way or mine. His is gonna win; it always does. I'm outnumbered.
So there! Holidays began hours ago and I'm already in a bad mood. He has a special knack to push my buttons. Why? Cause not only it's going to be his way (again!), but he has me packing his stupid technology stuff. Cables and machines and more cables. Because I know how to install and operate them. The temptation of deliberatly leaving some rather essential cables behind is almost to great to handle. But if I gave in it would ruin everyone else's peace for the entire holidays due to his bad mood, plus he'd turn on me, so better not.
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