Antigamente era tradição, um passeio pela Feira do Livro. Em pequena era o meu pai que me levava e me oferecia um livro e um gelado. Anos mais tarde passei a ir com amigas. Começava a poupar em Janeiro para o festim livresco que era a Feira do Livro. Saía sempre de lá com os pés cansados e os braços carregados. Depois descobri essa maravilha das compras online. Nunca mais voltei. Isto porque agora raramente compro livros em português.
Acho um crime pedirem-me cerca de cinquenta euros pelo The Pillars of the Earth traduzido quando o posso comprar aqui a menos de nove no original. Não gosto dos livros em português. São demasiado grandes e pesados. Não dão jeito nenhum dentro da mala. São caros e desfazem-se com muito mais facilidade do que os ingleses. Comprei A Canção de Tróia na Feira do Livro há uns anos atrás. A capa descolou-se e o conteúdo dividiu-se ao meio (como costuma acontecer com os exemplares d'Os Maias dos Livros do Brasil). Agora tenho um tijolo partido em dois pelo qual paguei cerca de vinte euros sem serventia nenhuma. É uma piada de mau gosto!
Mas estou a afastar-me do propósito inicial do post.
Acho muito bem que haja a Feira do Livro. Estou 100% a favor que se incentive a leitura. E a Feira é gira, é um bom passeio, fazem-se boas compras, apanha-se sol e tal. Tudo bem. Talvez seja este ano que lá volte. Mas só para autores românicos.
Wednesday, April 28, 2010
Sunday, April 25, 2010
Restarting
Arrancar um dente tem o seu quê de recomeço. Passam-se uns dias no choco, fortemente medicada e a líquidos e papas e depois começa uma sucessão de primeiras vezes. A primeira vez que conseguimos comer sólidos. A primeira vez que conseguimos baixar a cabeça. A primeira vez que conseguimos lavar os dentes. A primeira vez que conseguimos dançar à vontade sem nenhum ai Jesus!
Agora que essa fase já lá vai e a única coisa que resta é um piqueno inchaço na bochecha direita, segue-se uma semana a turbo. Recuperar nas leituras, nos apontamentos, nos artiguinhos. Ensaios. Consultas. Tarefas domésticas. Exercício físico e dieta (façam todos figas comigo!).
Desejem-me sorte.
Agora que essa fase já lá vai e a única coisa que resta é um piqueno inchaço na bochecha direita, segue-se uma semana a turbo. Recuperar nas leituras, nos apontamentos, nos artiguinhos. Ensaios. Consultas. Tarefas domésticas. Exercício físico e dieta (façam todos figas comigo!).
Desejem-me sorte.
Friday, April 23, 2010
Us overthinkers
"Well, I mean, a tie for God's sake! I wasted half an hour of my life anguishing about... I mean, how trivial can you get?"
Alexandra asked me why I had found it so difficult to decide between the two ties.
"I thought, if I wore the plain dark blue one you would take it as a sign that I was depressed, or rather as a sign that I was giving in to my depression, instead of fighting it. But when I put on the bright one, I thought you would take it as a sign that I'd got over my depression, but I havent. It seemed to me that whichever tie I wore would be a kind of lie." Alexandra smiled, and I experienced that deceptive lift of the spirits that often comes in therapy when you give a neat answer, like a clever kid in school.
"You could have dispensed with a tie altogether."
"I considered that. But I always wear a tie to these sessions. It's an old habit. It's how I was brought up: always dress properly when you're going to the doctor's. If Ii suddenly stopped wearing a tie you might think it signified something - disrespect, dissactisfaction - and I'm not dissactisfied. Well, only with myself."
Alexandra asked me why I had found it so difficult to decide between the two ties.
"I thought, if I wore the plain dark blue one you would take it as a sign that I was depressed, or rather as a sign that I was giving in to my depression, instead of fighting it. But when I put on the bright one, I thought you would take it as a sign that I'd got over my depression, but I havent. It seemed to me that whichever tie I wore would be a kind of lie." Alexandra smiled, and I experienced that deceptive lift of the spirits that often comes in therapy when you give a neat answer, like a clever kid in school.
"You could have dispensed with a tie altogether."
"I considered that. But I always wear a tie to these sessions. It's an old habit. It's how I was brought up: always dress properly when you're going to the doctor's. If Ii suddenly stopped wearing a tie you might think it signified something - disrespect, dissactisfaction - and I'm not dissactisfied. Well, only with myself."
Therapy
What am I, a superstar?
Eis porque fico tão reticente com os elogios: porque os recebo pelos motivos mais díspares. Aparentemente as pessoas acham que sou boa a tanta coisa que se torna difícil de acreditar. Cantar. Dançar. Vídeos. Trabalhos manuais. Fotografia. Escrever. E agora tradução de musicais.
Já me disseram que devia ir para advogada (adivinhem lá quem?). Ou para marketing. Ou para artes de espectáculo, quer dentro quer fora do palco. Ou para educadora de infância (eu e criancinhas das nove às cinco?...). Ou para qualquer coisa que desse uso à minha capacidade de memorização (que as pessoas sobrevalorizam... saber de cor os 50 estados ou as diferentes datas de vários musicais (ou até ter jeito no Buzz) não é feito nenhum!). Até tu, ó Kepster, já me sugeriste fazer um curso de fotografia.
E isto baralha uma pessoa. É pouco consistente. Claro que eu fico felicíssima com o elogio de ontem... mas se os meus caríssimos colegas tivessem visto as horas e os dias que andei às turras com aqueles poucos versos... talvez a sua opinião fosse um bocadinho diferente. O resultado final é brilhante, sem dúvida, mas foi arrancado a ferros.
É verdade que quando fazemos as coisas com gosto elas saem bem. E eu mudo os meus gostos como o Andrew Lloyd Webber muda as suas músicas (que é como quem muda de camisa). Um dia apetece-me fazer um vídeo e no outro apetece-me brincar com cartolinas. O problema não está nos elogios. O problema é que me sinto uma pirralha mimada a brincar em diferentes àreas sem se conseguir decidir. E eu gostava muito que o meu "talento" me acompanhasse de forma consistente e não por devaneios e caprichos ou que andasse por aí ao sabor do vento.
E porque ninguém pode ser assim tão boa...
Já me disseram que devia ir para advogada (adivinhem lá quem?). Ou para marketing. Ou para artes de espectáculo, quer dentro quer fora do palco. Ou para educadora de infância (eu e criancinhas das nove às cinco?...). Ou para qualquer coisa que desse uso à minha capacidade de memorização (que as pessoas sobrevalorizam... saber de cor os 50 estados ou as diferentes datas de vários musicais (ou até ter jeito no Buzz) não é feito nenhum!). Até tu, ó Kepster, já me sugeriste fazer um curso de fotografia.
E isto baralha uma pessoa. É pouco consistente. Claro que eu fico felicíssima com o elogio de ontem... mas se os meus caríssimos colegas tivessem visto as horas e os dias que andei às turras com aqueles poucos versos... talvez a sua opinião fosse um bocadinho diferente. O resultado final é brilhante, sem dúvida, mas foi arrancado a ferros.
É verdade que quando fazemos as coisas com gosto elas saem bem. E eu mudo os meus gostos como o Andrew Lloyd Webber muda as suas músicas (que é como quem muda de camisa). Um dia apetece-me fazer um vídeo e no outro apetece-me brincar com cartolinas. O problema não está nos elogios. O problema é que me sinto uma pirralha mimada a brincar em diferentes àreas sem se conseguir decidir. E eu gostava muito que o meu "talento" me acompanhasse de forma consistente e não por devaneios e caprichos ou que andasse por aí ao sabor do vento.
E porque ninguém pode ser assim tão boa...
Thursday, April 22, 2010
What's a spark?
Aparentemente tenho um dom. Dizem que sou boa a traduzir musicais.
Para variar eu não concordo. E às tantas já nem sei se isto é fruto de uma falta de jeito que camuflo com muitas horas de trabalho, ou apenas da minha fraca auto-estima.
Para variar eu não concordo. E às tantas já nem sei se isto é fruto de uma falta de jeito que camuflo com muitas horas de trabalho, ou apenas da minha fraca auto-estima.
Wednesday, April 21, 2010
Tuesday, April 20, 2010
Monday, April 19, 2010
Sunday, April 18, 2010
Saturday, April 17, 2010
Friday, April 16, 2010
Thursday, April 15, 2010
Feeling a little 1984
E então ela disse:
- e elas [as amigas] dizem: "nós da filha da Cilinha sabemos porque lemos o blog".
??? A sério??? Isto é um bocadinho estranho de ouvir mas... Minhas senhoras, façam o favor de se manifestarem!
- e elas [as amigas] dizem: "nós da filha da Cilinha sabemos porque lemos o blog".
??? A sério??? Isto é um bocadinho estranho de ouvir mas... Minhas senhoras, façam o favor de se manifestarem!
Privacy
There is none here.
I was talking to a friend of my mom's (weird saying that) and we came across this gap. Blogs and diaries and privacy. I guess it's an age thing. My family doesn't get this either. They feel all sorts of ackward with the idea of having their most private thoughts published. Of course, that's not what happens blogwise. I mean, one can control the privacy level of their blog (there there's none!), or one can simply choose to not publish. Or write about something else. Something silly and not personal.
Of course sometimes (once in a blue moon) I might write things that I'm not comfortable publishing. Those go into my diary (Yes, I have one and even though the first entry says 2008, it's brand new...it has something like eight entries). But most times I have no issues with clicking on that nice big orange button that says publish message.
Diaries give me the creeps. They make me feel silly and very Rapunzel-like. I like to be out there. To feel I'm not locked inside some pages but instead I'm sending this (like Meg Ryan puts it in You've got mail) into the void. And someone might read it and even - hint, hint - reply.
I spend about sixteen hours a day with my computer on. I work, pause for five minutes, press F5, look at the monitor and go back to work. It makes me feel calm. It's like old ladies with cats and tv sets. Intead this is my window. This keeps me company and I don't feel alone because I'm always connected.
I was talking to a friend of my mom's (weird saying that) and we came across this gap. Blogs and diaries and privacy. I guess it's an age thing. My family doesn't get this either. They feel all sorts of ackward with the idea of having their most private thoughts published. Of course, that's not what happens blogwise. I mean, one can control the privacy level of their blog (there there's none!), or one can simply choose to not publish. Or write about something else. Something silly and not personal.
Of course sometimes (once in a blue moon) I might write things that I'm not comfortable publishing. Those go into my diary (Yes, I have one and even though the first entry says 2008, it's brand new...it has something like eight entries). But most times I have no issues with clicking on that nice big orange button that says publish message.
Diaries give me the creeps. They make me feel silly and very Rapunzel-like. I like to be out there. To feel I'm not locked inside some pages but instead I'm sending this (like Meg Ryan puts it in You've got mail) into the void. And someone might read it and even - hint, hint - reply.
I spend about sixteen hours a day with my computer on. I work, pause for five minutes, press F5, look at the monitor and go back to work. It makes me feel calm. It's like old ladies with cats and tv sets. Intead this is my window. This keeps me company and I don't feel alone because I'm always connected.
Wednesday, April 14, 2010
Tuesday, April 13, 2010
Monday, April 12, 2010
Sunday, April 11, 2010
Saturday, April 10, 2010
Friday, April 09, 2010
Thursday, April 08, 2010
Emotional bubble
Sometimes I feel that a big emotional part of me lives outside my body. It's weird. It's like a bubble that just floats around me with no destination. I have no clue how it came into being in the first place. It's just there. I blame the click-flicks.
Wednesday, April 07, 2010
Tuesday, April 06, 2010
Monday, April 05, 2010
I don't want to get clean
I need my old addiction back. This grown up, responsible version of me with little time sucks.
I could say that tomorrow I'll start cleaning out the dust of all the choreographies I possibly can. And I'd say it from the bottom of my heart and with the best of intentions. But I won't find time. Plus we all know I wouldn't keep it up for long; it's no fun alone. I want to have classes again. I want to go out again and dance non stop till four in the morning. But I have Elinor now... and it sucks.
I could say that tomorrow I'll start cleaning out the dust of all the choreographies I possibly can. And I'd say it from the bottom of my heart and with the best of intentions. But I won't find time. Plus we all know I wouldn't keep it up for long; it's no fun alone. I want to have classes again. I want to go out again and dance non stop till four in the morning. But I have Elinor now... and it sucks.
Doll's imprint goes kaput
A lot of times I have to keep reminding myself of the path I chose. The plan I made.
Because it so happens that oftener than I'd like to admit I just want to throw it all out the window and follow that tiny musical star.
Because it so happens that oftener than I'd like to admit I just want to throw it all out the window and follow that tiny musical star.
Sunday, April 04, 2010
Saturday, April 03, 2010
Double standards on diaper duty
Here's something that I don't get and that really pushes my buttons at times: suppose my dad's watching football (say Benfica-Porto) and someone walks into the room to ask him to help them change my brother's diaper (or something of the sort). It's ten minutes till the end of the game. He says he'll come in a minute, right after it's over. No fuss. Everyone understands.
If I dare try doing the same with SYTYCD (which, by the way, is the only thing I do watch on tv) all I get is yelling and reproachful looks and comments. Why is that? Seriously?
And another thing: why the life-or-death urgency? It's just a dirty diaper! Yes it's unconfortable (and it should - and most times it is - changed right away) but it's not painful or life-threatning. And if he can get his ten minutes peacefully why is it that with me everyone acts like the damned thing is gonna turn into hot lava in a blink of an eye?
If I dare try doing the same with SYTYCD (which, by the way, is the only thing I do watch on tv) all I get is yelling and reproachful looks and comments. Why is that? Seriously?
And another thing: why the life-or-death urgency? It's just a dirty diaper! Yes it's unconfortable (and it should - and most times it is - changed right away) but it's not painful or life-threatning. And if he can get his ten minutes peacefully why is it that with me everyone acts like the damned thing is gonna turn into hot lava in a blink of an eye?
Friday, April 02, 2010
Thursday, April 01, 2010
Neutral point
I'm not mad. Or sad. (It just occured to me some people might think I was either... or both... due to the nature of the last few posts).
I'm zen-ish. I keep having what Oprah calls a-ha moments. Epiphanies. Which is a great word. For the last couple of years it reminds me of a Depp Sweeney Todd. And that's all good. So how could I be feeling bad? You know, if you look past the throat-cutting barber.
I'm zen-ish. I keep having what Oprah calls a-ha moments. Epiphanies. Which is a great word. For the last couple of years it reminds me of a Depp Sweeney Todd. And that's all good. So how could I be feeling bad? You know, if you look past the throat-cutting barber.
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