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Thursday, August 27, 2009

Director's diary

Fazer filmes parece fácil. É só ligar o movie maker, escolher uma música, umas fotos misturar tudo e pronto! Foi o que eu pensei da primeira vez. Enganei-me redondamente. Foi uma semana absolutamente esgotante. É preciso desenvolver ideias e saber introduzir as temáticas. Escolher fotos e música. Regular temporizadores, tipo de letra, cor de fundo, passagens de uma música para a outra. Regular o volume para não haver grandes descrepâncias no que toca ao som. Escolher muito bem a ordem dos slides e dos videos. E depois há os imprevistos. O ficheiro em formato que o movie maker não suporta. A música não fica tão bem na prática como na teoria. As fotos não encaixam com a música. É preciso fazer ajustes e mais ajustes. Um sem fim de actividades. Horas e horas e horas. Noites e dias que escorrem por entre os dedos sem darmos conta. Fazemos tanto e no fim parece tão pouco. E claro, metade das coisas que fazemos, metade do tempo investido, ninguém dá por ele. Quando mostramos o fruto do nosso trabalho ninguém repara na precisão dos temporizadores, nos encaixes, nos ajustes. Ninguém adivinha os quebra-cabeças por que passámos. Mas isso é sempre um dado adquirido. Cada vez que me meto numa aventura destas já sei o Cabo das Tormentas que me espera. E depois, no fim e para quem vê de fora, parece tão fácil. É aí que reside o nosso sucesso. O nosso momento de glória. Na fluidez e aparente simplicidade de toda a produção. Quando os diversos videos que constituem o filme ficam perfeitinhos e orgânicos.

E depois é vê-lo crescer. De uma ideia tão simples agregam-se-lhe outras. Cada uma trás uma amiga. Todas de mão dada, numa corrente que vai crescendo e crescendo. O meu primeiro video era para ter dez minutos. Teve vinte. O segundo era para ter meia hora. Teve sessenta e nove minutos. O terceiro estava estimado para os quinze minutos. Vai em treze. Ainda estou longe de ver meia meta feita. Não sei porque me meto nestas coisas. Às vezes questiono-me se não era melhor deixar a tarefa a outra pessoa. E até podia. Mas não era a mesma coisa.

A verdade é que eu adoro fazer filmes.

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