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Thursday, July 27, 2006

Adeus # 2

Mas quando penso no que eu fui, não me parece que tenha acontecido nada de extraordinário. É como se eu tivesse já nascido para isso. O meu pai às vezes dizia: «hoje vou ter sorte»; ou: «hoje vai-me acontecer uma desgraça». O mais difícil era convencer-se de que seria assim. Porque depois, durante o dia, só tinha de andar atento para achar a desgraça ou a sorte que profetizara. Mas nunca fui capaz de entender que arranjos da vida o faziam acreditar assim nos anúncios do seu destino. Havia sol ou chuva no céu, nem sempre o comer estava pronto a horas, às vezes o filho mais novo chorava sem razões adultas, ou qualquer coisa parecida. Mas é difícil pensar que factos desses decidissem das certezas de meu pai.

Vergílio Ferreira

Sim, acredito que seja uma questão de perspectiva. O copo meio cheio ou meio vazio. Respirar bem fundo e sorrir, mesmo que seja um pouco tremido... Tentar não fazer "saltar a tampa"... Eu tento (curiosamente, embora nem sempre pareça)... Bolinhas de sabão por todo o lado!, coisas pequenas para não me "chegar a mostarda ao nariz"... Ver la vie en rose...

1 comment:

marina said...

todos queremos adivinhar o que nos vai acontecer e procuramos sinais disso no dia-a-dia. até as coisas mais banais interpretamos como sinais, se assim nos convir.

vergilio ferreira é que sabe. o homem é deus =D

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