Os dedos ainda tremem. De vez em quando ainda escapa uma batida ao meu coração... Lágrimas que querem sair mas não conseguem... Lágrimas de raiva... Palavras entaladas e palavras que cá fora caem no vazio...
Todo este mostrengo que sinto borbulhar cá dentro. Quem me impede de sentir algum alívio quando respiro fundo. Até a linguagem me sai enferrujada, como que com falta de ar.
E sei que, quando daqui a umas horas reler o que aqui deixar, me vai soar a falso e a exagero. Talvez chegue mesmo a sentir culpa. No entanto agora não existem palavras para exprimir a raiva que se espalha pela pele. E não há chá, música ou livro que me acalme. Sinto um leão furioso, andando em circulos numa caverna escura. Não há beijinho ou palavra que sossegue esta besta...
Olho a criatura odiosa que se criou. Eu e ela frente a frente numa noite de tempestade. Tento desfazê-la como uma construção de areia pisada. Esmurro uma almofada à exaustão. Rasgo jornais velhos furiosamente. Atiro uma toalha de praia para cima da cama, uma e outra vez. Esmago as bolhas de ar do papel protector (aquele no qual objectos frágeis são embrulhados). Tudo o que não se parte ou avarie serve de ferramenta à minha raiva...
Minutos depois, exausta de todo o esforço catártico, deixo-me cair no chão, rolo para a direita e deixo-me adormecer ali, no meio dos escombros. Como se nada se tivesse passado... como um gato a dormitar à sombra de uma árvore...
3 comments:
wow...now what the hell happened???
take care ************
My, that sounds serious...:S
However, I do find that the random destruction of property does help such situations :D
hope you're feeling all kinds of better :)
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q se passou gaja? we are worried! da noticias!
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