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Friday, July 28, 2006

Expressão de raiva

Os dedos ainda tremem. De vez em quando ainda escapa uma batida ao meu coração... Lágrimas que querem sair mas não conseguem... Lágrimas de raiva... Palavras entaladas e palavras que cá fora caem no vazio...

Todo este mostrengo que sinto borbulhar cá dentro. Quem me impede de sentir algum alívio quando respiro fundo. Até a linguagem me sai enferrujada, como que com falta de ar.

E sei que, quando daqui a umas horas reler o que aqui deixar, me vai soar a falso e a exagero. Talvez chegue mesmo a sentir culpa. No entanto agora não existem palavras para exprimir a raiva que se espalha pela pele. E não há chá, música ou livro que me acalme. Sinto um leão furioso, andando em circulos numa caverna escura. Não há beijinho ou palavra que sossegue esta besta...

Olho a criatura odiosa que se criou. Eu e ela frente a frente numa noite de tempestade. Tento desfazê-la como uma construção de areia pisada. Esmurro uma almofada à exaustão. Rasgo jornais velhos furiosamente. Atiro uma toalha de praia para cima da cama, uma e outra vez. Esmago as bolhas de ar do papel protector (aquele no qual objectos frágeis são embrulhados). Tudo o que não se parte ou avarie serve de ferramenta à minha raiva...

Minutos depois, exausta de todo o esforço catártico, deixo-me cair no chão, rolo para a direita e deixo-me adormecer ali, no meio dos escombros. Como se nada se tivesse passado... como um gato a dormitar à sombra de uma árvore...

3 comments:

marina said...

wow...now what the hell happened???

take care ************

sancie said...

My, that sounds serious...:S

However, I do find that the random destruction of property does help such situations :D

hope you're feeling all kinds of better :)

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Tati said...

q se passou gaja? we are worried! da noticias!