Viva... Senti-me viva, como há muito tempo não me sentia, pelo menos não nesta esfera. Feliz, muito. Recompensada? Completamente! Suspiro... Custa afastarmo-nos de um castelo que acabou por ser levado pelas ondas, sabendo que a única solução será recomeçar de novo noutro lugar. Foi assim com a salsa. Cheguei a um ponto tão alto como nunca pensei chegar, até que subitamente o meu balão de ar quente começou a descer. Morrendo aos poucos. As pessoas deixaram de aparecer e eu fui começando a sentir-me sufocada, sem pares para dançar, sozinha num espaço tão cheio de estranhos. Relutante, deixei o meu navio naufragado para construir uma nova embarcação que me levasse a portos tão solarengos como os anteriores, esperançosamente mais definitivos.
Começar de novo depois de ter chegado tão longe... Dói, mas é mesmo assim. Uma escola nova, professores, colegas e amigos novos, nada de extraordinário, não fosse eu o pequeno caracol tímido que sou! Enfim, lá recomeçavam as conquistas - um sorriso, um "olá!", o nosso nome pronunciado, perguntas, pequenas conversas, um convite, (...) uma amizade!
Finalmente parece que começo a ver uma luz no fundo do túnel. Sempre soube que esta era uma empresa que daria trabalho, que não seria fácil. Mas também sempre tive a total consciência de que este era um muro que queria ver derrubado. Porque me parecia merecê-lo. Porque me parecia que esta era uma instituição, mais sólida, improvável de ruir como a anterior, tal como uma família que, desde esta nova turma, me parece mais... afável... Tão semelhante com o sonho que deixei para trás...
Relembro o meu post da Tender trap. Prometi a mim mesma conquistar o meu lugar como uma igual, como membro pertencente desta família - ter um lugar nas fotografias de família! Devagarinho parece que vou encaixando (como diria a marina, "Baby steps!"). Tudo parece ter um significado maior - fico feliz (tão feliz!) quando oiço o meu nome, quando percebo que há conversas para mim (ao invés de serem apenas conversas em que eu tenho permissão para ouvir e potencialmente, quem sabe, participar), quando me convidam para dançar, quando a minha presença no cinema não é indesejada, quando me é pedido várias vezes para jogar um desporto para o qual não tenho jeito, apenas disposição!
E hoje foi um dia assim. O primeiro dia de praia - a tomada de consciência de que estou mesmo de férias -, o mar, a praia, o sol, tanta gente, tantos sorrisos, tanta boa disposição... E houve conversas, e houve volley, e houve claques, banhos de mar (com conversas ou shakespeare!), amizades a formarem-se, risos, sandes de atum e cerejas, houve eu com amigos - e fiquei feliz, feliz por ver tanta gente à minha volta, feliz por me sentir em casa...