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Thursday, April 20, 2006

Matrioshkas de nós

A identidade é uma coisa estranha. Porque não há um eu verdadeiro e definitivo. Não posso dizer "Olá! Estou aqui!" (sim, o Nuno Markl diz o mesmo!) e enviar a versão standart para toda a gente.

Sim, é bom ser/ter várias personalidades em nós - poder ser aplicada (um dia destes...any minute now...) e uma doidivanas ao mesmo tempo. Isto porque nada se anula, tudo se complementa. Reinventarmo-nos em cada ambiente novo... Mas toda esta complexidade inacta também dá trabalho! - Lembrarmo-nos com quem vestir que personalidade e fazê-lo com rapidez e flexibilidade... ter cuidado para que as personalidades reprimidas em tal momento não fiquem como "gato escondido com o rabo de fora"...

E quando as pessoas pensam "Conheço-te bem."... Sabem lá elas!

Isto é tudo muito giro - movermo-nos como peixes em diferentes aquários, mas o problema é encontrar uma nave mãe para onde regressar. O que fazer quando as coisas que digo (exactamente as mesmas coisas) são verdade com indivíduo X e calúnia, ou mesmo mentira, com o indivíduo Y? Porque são coisas que não conseguimos (consigo) evitar. E olho para mim e é tudo falso. Mau, cínico... Mas porquê? Sentir que é verdade, senti-la como vir à tona depois de um mergulho, e momentos depois querer rasgar a boca da cara, desejar tão ardentemente evitar que coisas tão medonhas e... naturais adquiram forma física ou verbal...

"Somos caixinhas-surpresa"... Pois sim!

Bonecas russas (já nem me lembrava delas!), que quando pensamos ter chegado ao fim, ser apenas aquilo que existe, descobre-se mais uma boneca no interior dessa, e da outra, e da outra... Procuramos a nossa verdadeira natureza, capas e máscaras àparte, mas tudo o que encontramos é sempre outra boneca oca com algo mais para descobrir... leva-me a pensar que a natureza humana é infindável, sem fundo e tudo o que podemos almejar é um equilíbrio na corda bamba na nossa própria multiplicidade...

Tudo um conjunto de lições que nunca chegamos a dominar por completo... dizem os demais...

E assim não sei onde estou - pessimismo... optimismo....???? Não faço ideia! Sou apenas uma matrioshka!

6 comments:

Tati said...

olha expressaste por escrito exactamente aquilo que eu penso!
OBRIGADA!
É isso mesmo que eu sinto!

(mas não gosto das matrioshkas...nunca gstei dessas bonecas...ah tão aki pa decoração...nheka nao gst nda das bonecas)

marina said...

ya...temos que escolher o que ser para cada pessoa/grupo sem nos perdermos a nós...é sempre dificil e complicado, mas vale a pena. aprendemos sempre algo com cada pessoa/grupo...

gostei do post :) *****************

Anaoj said...

Sua matrioshka!

sahara said...

acho que as vezes um erro comum que é feito por muitas pessoas é supor que este ou aquele é de uma maneira apenas e quando certas atitudes saem cá para fora há espanto e choque. mas acho que tu descreveste e fizeste entender exactamente o que penso. temos tanto dentro de nós e somos muita coisa. claro que há pode haver uma característica mais dominante que todas as outras, algo que nos identifica no meio de uma multidão mas em situações diferentes temos comportamentos diferentes. e acho que o importante é termos alguns principios dos quais não abdicaremos totalmente. e entender os principios dos outros mesmo que não vão bem de acordo com os nossos. depende sempre da perspectiva. everything is a version of something else, já dizia o clive owen em closer.

a imagem das matrioshkas está melhor do que adequada. é que é mesmo isso, não podia ter sido explicado de outra maneira. ok, talvez pelo shrek e pelas camadas de uma cebola lol mas moving oooonnn *assobio*

:)

beijo grande*

sahara said...

matrioshka dito num certo tom quase parece erm...ordinário.

*hihi*

joana said...

aki há matrioshka!