Algures em oito anos de E.M.R.C. (Educação Moral Religiosa e Católica - sim, era obrigatório no meu colégio) lembro-me de aprender que as pessoas são como espelhos.
(Pessoas-espelho, como dizia a sancie.)
Tudo começava (se bem me lembro) na questão da personalidade e da relação com os outros. Como seriamos capazes de percepcionar a nossa personalidade se estivessemos isolados? Quer dizer, como poderiamos afirmar ser simpáticos, compreensivos, engraçados, unhas-de-fome, irónicos, (etc...) estando privados de contacto humano? (É quase como rever a Alegoria da Caverna).
É no contacto com o outro que nos descobrimos. O outro funciona para nós como um espelho. Pessoas-espelho. Somos diferentes consoante as nossas companhias porque elas desencadeiam em nós um feedback diferente.
(Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és...)
Não são só os acontecimentos e circunstâncias que nos moldelam, mas também os nossos pares. De certa forma somos como barro nas mãos de quem nos pega. (Afinal, não é de argila que a Bíblia (e várias lendas acerca da criação humana) diz(em) que somos feitos?)
Mas será esta inconsistência da personalidade humana assim tão má? No fim de contas é apenas mais um dos nossos mecanismos de adaptação ao meio, uma forma de nos encaixarmos nas várias áreas da nossa vida... enfim...
Filosofias e psicologias à parte, quem poderá dizer que não sabe bem (mesmo bem) reinventarmo-nos...
(The picture of Dorian Gray tinha uma boa citação para colocar aqui... mas essa obra é um mar de citações (just so quotable, outra vez como diz a sancie), sei lá onde anda a que eu quero...)
(Voltando bem lá para trás - ) Convosco descubro-me uma pessoa que não me sabia capaz de ser. Alcanço metas que antes não pensava (poder/querer) alcançar. Quem me vê aqui não sabe o que o/a espera comigo noutras paragens...
Enfim... Todo este post lamechas da treta por causa do post da Mary, e da Sancie, e da Marina, e da Xary, e de tantos outros. Porque algumas das melhores coisas que já escrevi estão nos comentários que vos faço. Não vêem exclusivamente de mim, mas são a minha reacção às vossas posturas, conjecturas, pensamentos e opiniões...
Se quiserem algo menos piegas, digamos apenas que vocês fazem-me pensar...
As pessoas são como espelhos...
4 comments:
eu acho que a ideia do espelho funciona porque vemos coisas noutras pessoas que não gostamos e pensamos que não queremos ser assim. por outro lado, é através das pessoas que temos noção daquilo que somos. daí a importância de nos darmos com os outros. temos que nos adaptar não só a situações como a pessoas. uma vez, a ana disse-me que criticamos nos outros aquilo que não gostamos em nós. ajuda na teoria do espelho?? ;)
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ok o teu post despertou-me several memories:
E.M.R.C- escapei-me ants d começarem a fazerem testes ou seja so tive mm no 5ºano (e sexto acho eu)quando era só jogos!
Espelhos- neste momento essa palavra direcciona-me para o filme do fantasma da ópera (oh não agr a musica veio à cabeça, get it off! get it off!senao ainda tenho pesadelos)
Alegoria da Caverna- oh não o prof d filosofia, sopinha d massas, alem disso não percebia pevas da materia.
Pessoas-espelho- nem sempre. às vezes existem muitas máscaras. mas sim «Somos diferentes consoante as nossas companhias porque elas desencadeiam em nós um feedback diferente.», concordo.
Barro- sim e somos moldados à medida que crescemos com as situações e pessoas k encontrams.
«mecanismos de adaptação» - psicologia...
«reiventamo-nos»- ou somos reiventads
Também me sinto assim, com vocÊs sinto-me diferente do que com as minhas amigas do brr e vice-versa, acho que aprendemos a agir diferentemente de acordo com as pessoas e seus feitios e personalidades para nos adaptarms mais a elas. o pior é k isso as vxs chega ao ponto de sermos outras pessoas só para agradarms os outs (o q nao axo k seja o teu caso).
Acho que anda tudo mt piegas...será que a comida da cantina nos está a fazer mal?
certo que a relação com os outros por vezes só confunde. mas muitas vezes pode elucidar. e sem os outros, não seríamos nada. nem saberíamos o que ser. o humano é um animal social, mesmo na solidão, essa falta/necessidade torna-se evidente.
como disse a tati, há muitas máscaras por aí. mas até essas máscaras reflectem algo. deixam alguma pista.
pessoas-espelho. gosto da imagem. gosto da ideia subjacente :)
you all make me think too. thanks for that.
beijo grande* :)
Reminds me of a text i once read, "ego:the false centre".
It was how about everyone is the result of other people's input, which shapes our personality and way of being.
Like when a baby is born he's first of all aware of his mother and only aftewards aware of himself. something like that.
So, yeah, mirror people. We are constantly mirroring others mirroring us. a circle of people adding to each other.
it doesn't mean we are unstable, only flexible, able to learn, to shift, to adapt. like any social being. and the basis is bound to be more constant than that, the input we receive as children.
Amusingly enough we are the only species that get the concept of mirror, that look and actually see ourselves loooking back. maybe that's also true for what we see in others. something of us looking back.
;) great post, manata **************
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