Sou uma daquelas pessoas implosivas. Aquelas que muitas vezes calam as coisas que querem dizer e guardam os cacos nas suas próprias despensas interiores. Depois, quando um dia o depósito estives cheio, cheio até transbordar, rebentam. É o que se chama "partir a loiça toda". Mas como os cacos não têem identificação própria (disso não faço listas) rebento por uma gota a mais mas não sei explicar o resto. Por que esqueci o motivo das outras discussões, ficou apenas a mágoa e os cacos.
E implodir está mal, todos me dizem. Sim ,também concordo. Tento emendar a minha natureza. E passo a reclamar, queixo-me, digo de minha justiça, uso sarcasmo e "não levo desaforos para casa". Chamam-me respondona, picuinhas, chata e peneirenta. E eu sinto-me tudo isso e infantil também. Olham para mim de cima abaixo, incrédulos, como se estivesse possuída pelo diabo e dizem:
Que se passa contigo Joana? Tu não eras assim!...
Não gosto de implodir, mas estas explosões constantes não me parecem solução. Deve haver um meio termo.
Hoje não disse nada. Não valia a pena comprar mais uma discussão, ainda por cime para cair em saco roto. Como sempre.
Oh Joana, tu estás chateada?
(não respondo)
Tia deixe-a estar. Ela hoje está naquela altura do mês...
(agarro os talheres com força e não respondo)
Apeteceu-me mesmo responder. Dizer que nem tudo se rege por leis fisiológicas. Por vezes tenho razão (e direito) de estar chateada. E cuspir, vomitar todos os sapos que engoli pelo caminho. Mas não vale a pena a frustração de discutir com quem não ouve. Só iria sentir-me pior depois. Desta vez vou deixar passar. Deixo passar umas ao lado propositadamente.
Será isto o meio termo? Onde está? Como é? Não há livro de instruções... Queria (saber) lidar com isto como os adultos... Rio-me... pensando bem eles também não me parecem saber...
2 comments:
eu ate podia dizer mil coisas e inventar 300 mais mas nda resolve. isso é daquelas coisas k so posso dar support e dizer there there vai passar as everything does.
hey...há coisas que pura e simplesmente não se aprendem. aprende-se a conviver com elas. discussões entao, nunca se sabe o que fazer, o que dizer. nunca ninguém lida bem com elas.
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