Nestes dias ociosos conversa-se. Recordam-se histórias e pessoas. Visitam-se sotãos poeirentos da memória.
Tu e ele seriam grandes amigos. A frase não me sai da cabeça. E é engraçado porque não tinham nenhuma relação de sangue, mas tinham a mesma mania dos livros! Igualzinha!... Tu nestas alturas lembras-me dele, com o nariz sempre enfiado num livro...
Um fantasma que não me lembro. E tenho pena. Lamento o que não posso ter. Nos dias de hoje ele seria para mim como o velhinho da livraria na Bela e o Monstro. Sim, seria o meu velhinho...
E torna-se numa personagem de quem gosto de ouvir falar. Histórias atrás de histórias... O teu tio assim e assado cozido e temperado...
Suspiro... Continuarei a minha epopeia literária sozinha, sem o meu velhinho, sem quem sei qu me guiaria tão bem por esses mares para mim (ainda) grandemente desconhecidos. (Nem sequer bookclub tenho!...)
Tento recuperar algo desse império perdido. Quero ler o que ele leu, cunhar como ele cunhou. O mesmo símbolo, como se assim não só estivesse a criar o meu próprio império, como a perpetuar o dele...
2 comments:
é, esses fantasmas que assombram e sopram coincidências. partes de nós já idas, fugidas mas sempre aqui por estarem em nós. reflexos.
arrepio na barriga porque também tenho um (só?) fantasma só meu e isso já ninguém me tira. a assombração aguça-me o resto da curiosidade e consegue-se manter uma ligação, por incrível que pareça, com essa memória poeirenta - parece.
perpetuar. para que alguém não esqueça :)
beijo grande*
:) fazes bem. manter viva essa memória. essas relações espelho. e sem saber o reflexo que vemos. mas mesmo assim, querê-lo :)
:) gostei ************
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